terça-feira, 29 de maio de 2018

DOIS MOMENTOS IMPORTANTES




SIMPLES PALAVRAS


Fazer considerações sem considerar
Andar pela madrugada sem encontrar
Falar sem, ao menos, pensar.
Sair sem tirar o pé do lugar.
Com tudo isto, não se abalar.
Pegue um livro para ler e sonhar.
Talvez, sem nada modificar.
Procurar a caneta e não encontrar.
Deixar que ela faça sem falar.
Pode não ser profundo, porém é sem par.
Estou sem amar.

A cabeça pesando, é hora de parar.
Difícil, sem nada a comemorar.
Os problemas para enfrentar.
Pessoas sem nenhum jeito para ajudar.
Ela precisa de carinho ao deitar.
Palpite errado, não vou aceitar.
Que passem pelo que passei, antes de discordar.
Estas palavras é que vão expressar
Algo no peito a me incomodar.


José Carlos de Arruda.


Poesia classificada em segundo lugar da Antologia “Escritor Marcelo Oliveira Souza”  pág. 15 – Ed. Sucesso – 2016



A CRIANÇA E O ADULTO



A ti deram:
A vida para viver.
Uma trilha para seguir.
Um dia inteiro.
O seio para mamar.
Um passeio para ir.
O calor que aquece.
A mão que ajuda.
O berço que dormes.


A capacidade de amar.
O dinheiro para atentar.
A razão de ser.
A fantasia para usar.
A história para ler.
O chão que pisas.
A esperança de encontrar.
Uma rosa e o espinho.
O começo e o fim.


José Carlos de Arruda.


Poesia classificada em segundo lugar do VII Concurso Oliveira Caruso 2017, com medalha de prata, edição virtual, 2017



domingo, 27 de maio de 2018

RITMO


 


Ritmo é um substantivo masculino com origem no grego rhythmos e que designa a sucessão regular dos tempos fortes e fracos em uma frase musical. Indica o valor das notas, de acordo com a intensidade e o tempo.

Pode ser sinônimo de cadência (sons cadenciados) em intervalos de tempo periódicos.

O ritmo está ligado à música, mas também a outras formas de arte, como a poesia, por exemplo. Neste último caso, o ritmo controla a distribuição de sílabas compridas e curtas e a repetição dos tempos fracos e fortes de um verso.

A palavra ritmo também pode ser usada para descrever a velocidade de alguma coisa. Ex: Nos últimos cinco minutos, a atleta aumentou o seu ritmo e ultrapassou todos os seus adversários.

Algumas pessoas têm dúvidas relativamente à grafia desta palavra. Não sabem se a forma correta é ritmo, rítmo ou rítimo. Apesar de ser pronunciada como "rítimo", a forma correta é ritmo, sem acento.

Ritmo musical

No âmbito musical, o ritmo é - juntamente com a harmonia e melodia - um dos componentes essenciais de uma música.

Diferentemente de outras artes, como as artes plásticas, a música ocorre dentro de um parâmetro temporal e o ritmo controla a sucessão de sons dentro do tempo.







sexta-feira, 25 de maio de 2018

MÉTRICA E RIMA






Versificação é o conjunto de métodos utilizados na arte de compor versos, fazendo uso, para o efeito, de alguns elementos que concorrem para a harmonização e beleza do gênero lírico, tais como: ritmo, metrificação, rima, entre outros.

Versos e Estrofes

Cada linha de um poema corresponde a um verso, os quais são classificados de acordo com as sílabas poéticas que apresentam.

Os versos são classificados da seguinte forma:

Monossílabo - verso com uma sílaba
Dissílabo - verso com duas sílabas
Trissílabo - verso com três sílabas
Tetrassílabo - verso com quatro sílabas
Pentassílabo - verso com cinco sílabas
Hexassílabo - verso com seis sílabas
Heptassílabo - verso com sete sílabas​
Octossílabo - verso com oito sílabas
Eneassílabo - verso com nove sílabas
Decassílabo - verso com dez sílabas
Hendecassílabo - verso com onze sílabas
Dodecassílabo - verso com doze sílabas
Os versos que têm mais do que doze (12) sílabas poéticas são chamados de Bárbaros.

O agrupamento de versos, por sua vez, compõe as estrofes. As estrofes são classificadas mediante o número de versos.

Assim, quanto às estrofes, temos:

Monóstico - estrofe com um verso
Dístico - estrofe com dois versos
Terceto - estrofe com três versos
Quadra ou Quarteto - estrofe com quatro versos
Quintilha - estrofe com cinco versos
Sextilha - estrofe com seis versos
Septilha - estrofe com sete versos
Oitava - estrofe com oito versos
Nona - estrofe com nove versos
Décima - estrofe com dez versos
Os sonetos são poemas que obedecem uma forma fixa, são compostos por quatorze versos (dois quartetos e dois tercetos).

Saiba mais sobre esses temas em: Estrofe e Soneto.

Ritmo

O ritmo do poema é propiciado mediante a sonoridade, numa sucessão de sílabas tônicas e átonas - sílabas poéticas, as quais distinguem-se das sílabas gramaticais. O ritmo traz à poesia a musicalidade e o sentimentalismo.

Metrificação

Antes do modernismo, a métrica era fortemente defendida pelos poetas, que buscavam nas suas composições a qualidade ou a perfeição obtida através dos versos isométricos - aqueles que mantinham o número de sílabas de forma regular.

A partir da Escola Moderna, passam a ser aceitos os versos livres, o quais dispensam os critérios métricos.


Encadeament

O Encadeamento ou Enjambement é o nome que se dá à necessidade de não fazer pausa em um verso, continuando a sua leitura com o verso seguinte de forma a completar, assim, o seu sentido.

“E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.”

(Retirado de Nel mezzo del cammin, de Olavo Bilac)

Rimas

A rima é mais um dos recursos utilizados para dar melodia ao verso.

Há, todavia, versos que não apresentam rimas. São os chamados versos brancos ou soltos.

“Não quero ser Deus, nem Pai nem Mãe de Deus,
Não quero nem lírios nem mundos
Sou pobre e superficial como a Rua do Catete.
Quero a pequena e amada agitação,
A inquieta esquina, aves e ovos, pensões,
Os bondes e tinturarias, os postes,
Os transeuntes, o ônibus Laranjeiras,
Único no mundo que tem a honra de pisar na Rua do Catete.”


(Rubem Braga)

Classificação das Rimas
As rimas são classificadas mediante disposição, extensão, acentuação e vocabulário.

Disposição das Rimas
(ABAB) Cruzada ou Alternada

Rimas entre versos pares e, por outro lado, entre versos ímpares. Assim, ocorrem entre o primeiro e o terceiro versos e, entre o segundo e o quarto versos.

A "Tu és um beijo materno!
B Tu és um riso infantil,
A Sol entre as nuvesn de inverno,
B Rosa entre as flores de abril!"

(João de Deus)

(ABBA) Interpolada ou Oposta

Rimas que ocorrem entre o primeiro e o quarto versos e, entre o segundo e o terceiro versos.

A "Amor é fogo que arde sem se ver;
B É ferida que dói, e não se sente;
B É um contentamento descontente;
A É dor que desatina sem doer."

(Luís de Camões)

(AABB) Emparelhada

Rimas que se sucedem duas a duas. Assim, ocorrem entre o primeiro e o segundo versos e, entre o terceiro e o quarto versos.

A "Ele deixava atrás tanta recordação!
A E o pesar, a saudade até no próprio chão,
B Debaixo dos seus pés, parece que gemia,
B Levantava-se o sol, vinha rompendo o dia,
C E o bosque, a selva, o campo, a pradaria em flor
C Vestiam-se de luz, como um peito de amor."

(Alberto de Oliveira)

Internas

Rimas que ocorrem no interior dos versos.

"Como são cheirosas as primeira rosas!"

(Alphonsus de Guimaraens)

Extensão das Rimas
Consoante: rimas que ocorrem em palavras cuja similaridade sonora é total. Exemplos: carinho - sozinho; celeste - veste.
Toante: rimas que ocorrem em palavras cuja similaridade sonora é parcial. Exemplos: trouxe - doce; benfazejo - beijo.
Acentuação das Rimas
Esdrúxula: rimas que ocorrem entre palavras proparoxítonas. Exemplos: aromática - dalmática; anêmona - trêmula.
Grave: rimas que ocorrem entre palavras paroxítonas. Exemplos: flores - dores; pranto - canto.
Aguda: rimas que ocorrem entre palavras oxítonas ou monossílabas. Exemplos: pomar - luar; tez - inglês
Vocabulário das Rimas
Pobre: rimas que ocorrem entre palavras da mesma classe gramatical. Exemplos: amor - desamor (substantivos); cantar - amar (verbos).
Rica: rimas que ocorrem entre palavras com classes gramaticais diferentes. Exemplos: irradia (verbo) - dia (substantivo); dúzia (numeral) - Lúcia (substantivo)




terça-feira, 22 de maio de 2018

SÍLABAS TÔNICAS




Sílaba tônica: oxítona, paroxítona e proparoxítona
Numa palavra, a sílaba tônica é aquela que é pronunciada com maior força e intensidade.

Exemplos de sílabas tônicas
Amizade: a-mi-ZA-de
Verão: ve-RÃO
Música: MÚ-si-ca
Geladeira: ge-la-DEI-ra
Encantar: en-can-TAR
Próprio: PRÓ-pri-o
As restantes sílabas de uma palavra são pronunciadas com menor força e intensidade, sendo chamadas se sílabas átonas.

Conforme a posição da sílaba tônica nas palavras, elas são classificadas em: oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas.

Oxítonas
As palavras são oxítonas quando a última sílaba da palavra é a sílaba tônica:

arroz (ar-roz);
saci (sa-ci);
tabu (ta-bu);
troféu (tro-féu);
ninguém (nin-guém);
crochê (cro-chê);
Regra de acentuação: Não necessitam de acentuação gráfica, sendo naturalmente oxítonas as palavras terminadas em -r, -l, -z, -x, -i, -u, -im, -um e -om. Apenas são acentuadas graficamente as palavras oxítonas terminadas em -á(s), -é(s), -ó(s), -ém(ns), -ói(s), -éu(s) e -éi(s).

Leia tudo sobre palavras oxítonas.

Paroxítonas
As palavras são paroxítonas quando a penúltima sílaba da palavra é a sílaba tônica:

menino (me-ni-no);
perdidos (per-di-dos);
felicidade (fe-li-ci-da-de);
revólver (re-vól-ver);
álbum (ál-bum);
vírus (ví-rus);
Regra de acentuação: Maioritariamente, as palavras paroxítonas não são acentuadas graficamente. Apenas são acentuadas graficamente as palavras paroxítonas terminadas em -r, -l, -n, -x, -ps, -ã(s), -ão(s), -um(ns), -om(ns), -us, -i(s), -ei(s).

Leia tudo sobre palavras paroxítonas.

Proparoxítonas
As palavras são proparoxítonas quando a antepenúltima sílaba da palavra é a sílaba tônica:

lâmpada (lâm-pa-da);
último (úl-ti-mo);
matemática (ma-te-má-ti-ca);
ângulo (ân-gu-lo);
gráfico (grá-fi-co);
dúvida (dú-vi-da);
Regra de acentuação: Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas graficamente.

Leia tudo sobre palavras proparoxítonas.

E quando as palavras são monossilábicas?
Quando as palavras apresentam apenas uma sílaba, são classificadas em monossílabos tônicos e monossílabos átonos, conforme a intensidade com que são pronunciados.

Monossílabos tônicos
pó;
mês;
lã;
bom;
mar;
vez;
Regra de acentuação: Apenas é obrigatória a acentuação dos monossílabos tônicos terminados em -a(s), -e(s), -o(s), -éu(s), -éi(s) e -ói(s).

Monossílabos átonos
as;
um;
me;
se;
mas;
ou;



sábado, 19 de maio de 2018

PROSA POÉTICA






Existem vários tipos de escrita literária: a prosa e a poesia mostram dois campos bem diferenciados.
Entretanto, vale ressaltar que a essência de ambos os estilos podem unir-se através da prosa poética inclusa na estrutura da poesia, ou seja, não de verso. Alguns aspectos são próprios de um poema: os componentes líricos, a harmonia dos sons que compõem as palavras, a busca estética das descrições, entre outros.

A poesia além de um poema

A prosa poética pode estar vinculada a um microrrelato ou a um conto. Esse tipo de prosa tem maior liberdade em relação à estrutura gramatical do que à composição de um poema. Diferentemente de um poema, o microrrelato que inclui a prosa poética não pode ser analisado do ponto de vista da métrica e da rima, entretanto, quando é escrito tem musicalidade e ritmo.

O poeta pode sentir-se mais limitado ao expressar um sentimento através de um poema de poucas palavras do que a um texto de prosa poética. Uma atitude lírica e romântica que proporciona um estilo elegante e repleto de beleza ao texto. A estrutura da linguagem da prosa poética tem um protagonismo muito importante em relação ao uso de seus recursos estilísticos, proporcionando uma intensidade literária ao texto através da expressão dos seus sentimentos.

A busca pela beleza

Um dos objetivos do escritor de uma prosa poética é a busca pela beleza e o deleite estético dessa perfeição. Neste tipo de composição, pode valorizar-se mais à expressão dos sentimentos do que o fato de querer desenvolver um argumento específico.

O uso dos símbolos e das metáforas ajuda a recriar possíveis imagens de um caráter literário. É uma literatura muito expressiva que, em alguns casos, pode decompor-se em pequenos versos dentro do próprio texto.

Um dos pontos mais importantes da prosa poética é lembrar que a poesia pode ir além das formas tradicionais de um poema - possuidor de métrica e ritmo já estabelecidos - já que a beleza não tem limites. Os parágrafos compõem a estrutura da prosa poética.






quinta-feira, 17 de maio de 2018

INTERDISCIPLINARIDADE DO PROFESSOR DE PORTUGUÊS




Quando Gêrlan Cardoso da Silva teve de escolher o que prestar no vestibular, viveu uma situação bastante comum: cogitou e até chegou a tentar um curso da área de exatas (no caso dele, ciências da computação), mas não passou e acabou desistindo por não ter um bom desempenho em matemática. A afinidade com as linguagens o levou a escolher letras – curso para o qual foi aprovado na Universidade Estadual de Alagoas (Uneal). Hoje, formado e feliz com a carreira de professor, considera que fez a escolha certa. Mas o ‘preconceito’ com os números ficou no passado. “Na escola, só aprendi a matemática que existe nas provas. Hoje, vejo que ela está em todo lugar.”

A mudança

A visão de Silva sobre a matemática mudou durante um evento científico da faculdade. Ele foi desafiado (assim como os outros alunos participantes) a desenvolver uma oficina interdisciplinar. Com seu primo, estudante de matemática da mesma universidade, criou a oficina “Poesia dos Números”, voltada a professores de língua portuguesa e estudantes de letras, com a proposta de mostrar a presença da matemática na metrificação dos versos. No início, ele conta, foi difícil vencer o ‘preconceito’ que o público-alvo tinha com os números. “Muitas pessoas entravam na sala para a oficina e, quando viam que um dos professores era um matemático, saíam sem nem ouvir toda a proposta.” 

Apesar disso, a experiência foi o bastante para mostrar a ele a importância da interdisciplinaridade – e afastar sua própria desconfiança com os números. Uniu-se ao primo mais uma vez e preparou outra oficina, da qual participaram cerca de 30 professores de língua portuguesa. O objetivo era mostrar como trabalhar a interdisciplinaridade em coisas simples, presentes no cotidiano dos alunos. “Interpretar um gráfico e escrever um texto sobre ele ou criar um gráfico apenas tirando informações de um texto mostram a matemática e a língua portuguesa trabalhando juntas”, exemplifica Silva, que hoje trabalha como professor de gramática e produção textual na Escola Alternativa de Arapiraca (AL).

Robótica

Foi também a interdisciplinaridade que fez Vinícius Medeiros de Souza, formado em letras e professor de língua portuguesa para alunos dos 6º e 9º anos, desenvolver o interesse pela matemática e por áreas que a utilizam largamente, como a robótica. “Na época de escola, apesar de não ser mau aluno em matemática e tirar boas notas, não tinha um interesse especial pela disciplina”, ele conta.

Isso mudou quando Souza iniciou sua carreira na docência, na Escola Estadual de Ensino Fundamental João Goulart, localizada em Alvorada (RS), há três anos. Pouco tempo depois de começar a dar aulas na escola, que investe em projetos interdisciplinares, recebeu um convite da Secretaria Estadual de Educação para participar do projeto Roboed, que prepara professores para darem aulas de robótica. Mesmo sendo professor de língua portuguesa, resolveu participar.

No curso, pôde aprender princípios de elétrica, eletrônica e programação, que são repassados aos alunos por meio de oficinas. Hoje, Souza continua participando de encontros quinzenais com outros professores que fazem parte do projeto para seguir com os estudos na área e ensina robótica a 14 alunos. “No começo foi bem complexo, pois envolve muito cálculo, que não é minha formação. Tive de correr atrás e aprender, porque na hora que a gente propõe algo ao aluno, ele espera credibilidade, espera que você saiba do que está falando.”

O gosto de Souza pela programação foi aumentando tanto que, mesmo em seu tempo livre, ele passou a buscar maneiras de aprofundar seus conhecimentos no assunto, fazendo cursos e assistindo a vídeos. “Esse ramo é apaixonante. Uma vez que você entra, não quer parar mais. E quando você vê o resultado, vê o aluno aprendendo, isso estimula ainda mais.” O resultado foi percebido inclusive pelos professores de exatas da escola, que relataram um maior interesse dos alunos pelas aulas.

Para Souza, a experiência mudou não só sua relação com a matemática, mas também a forma como encara a própria educação. “Hoje, enxergo a educação como um todo, e tento mostrar aos meus alunos como tudo está interligado.” Gêrlan Silva seguiu pelo mesmo caminho. “Eu sempre busco mostrar para os meus alunos que a matemática é também uma linguagem. Muita gente tem medo que disciplinas se confundam, se choquem. Mas, até agora, conseguimos mostrar que é possível trabalhá-las em projetos conjuntos”


terça-feira, 15 de maio de 2018

DIFICULDADES NO ENSINO DE L.P.







          Seja pelo fato da disciplina ter um grande volume de regras, variáveis e exceções, seja pela metodologia que a matéria é lecionada, o que pode dificultar o seu entendimento e aplicação, ministrar aulas de Língua Portuguesa é sempre um desafio para os docentes.

E engana-se quem imagina que essas dificuldades estão presentes apenas no Brasil. Em outros países lusófonos, como Portugal e Moçambique, elas também acontecem, mas adaptadas às respectivas realidades. Essas questões foram discutidas no 14º Congresso de Língua Portuguesa, evento que conta com o co-patrocínio do SINPRO-SP, e aconteceu no final de abril.

Conversamos com professores destes três países para saber como está a situação, e quais são as dificuldades, do ensino da Língua Portuguesa.

Sobre os desafios, um ponto em que todos os docentes concordam, ainda que com possíveis soluções diferentes, é que a forma de ensinar a Língua Portuguesa deveria ser modificada.

O Professor Doutor da USP, José Fiorin, acredita que o conteúdo não pode, ou deve, ser entendido como algo isolado, pois precisa fazer parte de um todo “Deveríamos formar leitores com proficiência, gente que seja capaz de produzir, e ler, textos claros e concisos. Hoje o ensino está voltado para a descrição da Língua. O professor se contenta em suas aulas em explicar a gramática, explicar o que é análise sintática, sintaxe, e etc.”, conta.

Contudo, a Professora Doutora da Universidade da Madeira em Portugal, Luísa Marinho Paolinelli, discorda de Fiorin e explica que em seu país a união de Língua Portuguesa e Literatura afastam o aluno de ambas as disciplinas e dificulta o ensino. “Em minha opinião pessoal, acredito que ganharíamos se separássemos o estudo da Língua Portuguesa do estudo do Texto Literário. A ideia de partir do texto artístico para aprender a sintaxe, a morfologia, etc. têm duas consequências nefastas: o aluno não gosta de gramática e o aluno não gosta de literatura. A língua é comunicação e a literatura é um dos muitos usos da língua.

O que acontece em Portugal é que se anda a ler Camões para caracterizar o sujeito das orações: se é simples, composto ou nulo subentendido.Ou para identificar os modificadores, as orações, os verbos e por aí fora. Para além disso, os escritores e poetas têm toda a liberdade de ser agramaticais.Vá-se estudar a pontuação a partir de José Saramago e veja-se a dificuldade” disse.
Fiorin acredita que no Brasil o ensino deveria ser redirecionado para que toda a aprendizagem esteja voltada ao aluno, “Não podemos nos restringir a uma gramática de descrições que se esgotam. Precisamos encontrar meios de ensino que ampliem tanto o conhecimento quando a maneira de que ele será utilizado. O aluno decora, mas deveríamos ensiná-lo a usar essas ferramentas, a escrever corretamente a partir delas”.  Diz o professor.

Ainda sobre os desafios, a Professora Doutora da Universidade Federal de Rondônia, Maria do Socorro Pessoa, aponta outra dificuldade no ensino da Língua Portuguesa no Brasil. Para ela, um dos maiores problemas está no reconhecimento das diferenças regionais brasileiras. “Penso que só há uma dificuldade: conscientizarmo-nos de que não podemos insistir no ensino do Português Europeu. O Português Europeu é apenas a nossa fonte histórica, de tradição, mas, precisamos considerar nossa multiculturalidade, nossas imensas variações dialetais, nossa expressividade e sonoridade tão particularizadoras e tão nossas”

Segundo ela é preciso aproximar o ensino da Língua para a realidade de cada lugar e assim desmistifica-la, “Precisamos ensinar a Língua Portuguesa de modo a que nos orgulhemos dela, sem considerá-la complicada ou difícil. Os cursos que formam Professores precisam modernizar-se… Em todo o país e não apenas nos grandes centros. Tenho uma proposta de ensino da Língua Portuguesa cujo material didático seja os mapas geográficos, históricos, temáticos e políticos, no sentido de que, se visualizarmos nossos lugares e nossas gentes nesses mapas seremos capazes de ler sobre eles, escrever sobre eles, conhecer as maneiras particularizadoras de serem”

Tecnologia
Dentro desse processo de reformulação do ensino da Língua Portuguesa está o uso das novas tecnologias no processo de aprendizagem. O assunto, devido a sua importância e atualidade, gera opiniões divergentes.

O Professor Catedrático Armando Jorge Lopes, da Universidade de Maputo, em Moçambique, fala sobre seu primeiro contato com as novas tecnologias no processo de ensino, e o seu estranhamento diante daquilo.

“Pessoalmente, senti-me violentado com as bruscas transições, da caneta de tinta permanente e da ardósia quando ensinava, para o primeiro computador que usei na Inglaterra, gravando somente uma linha por vez e que pesava uns oito quilos! Depois fui me habituando, embora não totalmente, aos novos tempos que trouxeram avanços inimagináveis no domínio da infotecnologia”, conta.
Lopes explica que em seu país o domínio da infotecnologia, na sua aplicação ao uso de línguas, encontra-se muito no início, contudo acredita que em breve acontecerão avanços científicos e educativos em Moçambique. “Para o futuro, acredito com programas de Língua contextualizados à cultura e realidade moçambicanas. A infotecnologia vai certamente influenciar no ensino da Língua Portuguesa nos diversos continentes e é melhor prepararmo-nos para esse efeito”.

Acerca do tema em questão, Fiorin é mais tradicional e aponta para um importante fato, não se deve apenas sustentar o ensino do Português na infotecnologia em detrimento da aprendizagem tradicional. “A tecnologia no ensino da Língua deve vir como ferramenta. É um mito pensarmos que primeiro vamos usar a tecnologia e depois aprender algo. É um processo inverso, você primeiro deve aprender a Língua e depois utiliza-la na rede”.

Para a Professora Doutora da PUC e Mackenzie, e organizadora do Congresso de Língua Portuguesa, Neusa Maria Bastos, os avanços tecnológicos não podem mais ser ignorados e precisam ser incorporados nas aulas e no processo de aprendizagem. “A infotecnologia influencia todos os movimentos humanos hoje em dia, sendo assim, a Língua Portuguesa que é utilizada por duzentos milhões de falantes deve ser ensinada também se visando à comunicação via redes sociais, por exemplo. Há um novo registro para essa mídia e isso deve ser considerado no ensino de língua materna”.

Assim como Bastos, a Doutora Luísa Marinho Paolinelli concorda que a infotecnologia tem um papel importante. Ela explica que o advento desses novos recursos representa a queda de barreiras físicas no processo de ensino e o possível aumento de formas de aprendizagem.

“A tecnologia permite poder chegar a mais alunos em menor tempo, possibilita a aprendizagem da língua através de meios atraentes e é um importante instrumento no ensino do Português como língua estrangeira. Haverá, assim, uma maior facilidade de uso nos vários países da lusofonia das tecnologias de educação e aprendizagem, com muitas vantagens para os países que apresentam maiores dificuldades sociais e econômicas”, conta.
Já a Professora Maria Socorro pondera sobre o assunto e acredita no uso da tecnologia como ponte de troca de cultura e conhecimento. “Na atual mundialização, uma vez que já ultrapassamos a fase de globalização, é preciso que usemos, sempre, a infotecnologia no Ensino de Língua Portuguesa para produzirmos e fazermos produzir novos conhecimentos, inclusive àqueles de parâmetros de comparação da nossa língua com outras maneiras de expressão dos povos lusófonos, de modo a sabermos utilizar todo o material de pesquisa e/ou instrucional à disposição através do manuseio dos recursos infotecnológicos. Ou ficaremos desatualizados e sem parâmetros de avaliação do nosso fazer pedagógico” disse Socorro.




domingo, 13 de maio de 2018

MÃE





MÃE



               Será que um dia a humanidade vai saber o significado de tão doce palavra? E esta única palavra define totalmente o sentido do que é ser mãe? Certamente que não. Por que mãe é mãe. Definitivamente não importa se ela é ou deixa de ser o que pensamos que ela é. Dito isto, prossigamos na tentativa de defini-la em palavras em versos ou em prosa. Sempre ficará faltando algo para preencher o nosso coração quando falamos em mãe. Nem mesmo o mais sábio dos poetas alcançará tão inusitada façanha. Mãe, quem sabe um dia poderei estar completando este texto, por ora, somente a sua bênção me basta.

José Carlos de Arruda.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

MODERNIDADE NA LÍNGUA PORTUGUESA




A língua portuguesa entra em sua fase “moderna”  a partir do século XVI, através da definição da morfologia e da sintaxe, e portanto, do surgimento das primeiras gramáticas. A rica literatura renascentista teve um papel fundamental para a normatização do português moderno, principalmente através de Luís Vaz de Camões. Em 1572, quando Camões escreveu “Os Lusíadas”, a aplicação das regras gramaticais já se assemelhava muito com o que temos hoje, tanto em termos de sintaxe, quanto na morfologia.

Algumas mudanças ainda ocorreriam, mas não com tanto significado, quanto o que ocorreu nas fases anteriores de evolução da língua. Um fato considerável foi o fato de o trono espanhol governar Portugal, entre os anos de 1580 e 1640, quando algumas palavras do vocabulário castelhano foram incorporadas ao português. Outro fato foi a contínua influência francesa, através das artes, da literatura, e da cultura em geral, já no século XVIII, o que fez com que o português falado na metrópole se diferenciasse do português falado nas colônias.

Nos dois séculos seguintes (XIX e XX), com o avanço da tecnologia, foram incorporados novos vocábulos ao léxico português para designar os novos termos que surgiam, a maioria vindos do grego e do latim ou do inglês. Em 1990, em uma tentativa de uniformizar o vocabulário, foi criada uma comissão com representantes dos países de língua portuguesa, pois diferentes termos eram incorporados ao léxico de cada país, e um mesmo objeto era denominado de diferentes maneiras.

No Brasil, o português se modernizou junto com o país, principalmente após as reformas do Marquês de Pombal, com o fim da aristocracia clerical e a ascensão da burguesia. A língua começou, pois, a ser pensada de forma científica, inaugurando-se, em 1868, a moderna filologia portuguesa, através da publicação de “A Língua Portuguesa”, por Adolfo Coelho.

Em 1911, logo após a implantação da República, ocorreu a primeira reforma ortográfica em Portugal, abolindo o “ph” e as consoantes dobradas. Em 1931 foi gerado um acordo preliminar que buscava unificar as ortografias em Portugal e no Brasil, mas apesar de a reforma ter ocorrido poucos anos depois, em 1945, ela só foi aplicada em Portugal, e as disparidades entre as duas ortografias permaneceram. Somente um novo acordo em 1971 foi criado um novo acordo no Brasil abolindo os acentos graves dos advérbios terminados em –mente e nas palavras começadas por z.



O último acordo ortográfico a entrar em vigor foi o do ano de 2009, que buscou a unificação das ortografias entre os países de língua portuguesa, incluindo os países africanos.


Fontes:

http://www.linguaportuguesa.ufrn.br/pt_2.5.php
http://blogs.asa.pt/portuguesemdia/2009/10/01/historia-da-lingua-portuguesa-o-portugues-moderno/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_l%C3%ADngua_portuguesa#Portugu.C3.AAs_moderno_.28s.C3.A9c._XVI_-_s.C3.A9c._XXI.29
http://www.jn.pt/Dossies/dossie.aspx?content_id=3213131&dossier=Portugu%EAs%20atual

fonte 2: https://www.infoescola.com/linguistica/portugues-moderno/


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OPINIÃO



               A língua portuguesa entrou em sua fase “moderna”  a
partir do século XVI quando foram definidas a morfologia e a
 sintaxe. Os Lusíadas de Camões é um grande exemplo e desde que foi escrito as regras de gramática já tinham semelhança com o que temos hoje. O avanço tecnológico incorporou  novos vocábulos a língua. As reformas de Marques de Pombal  com o fim da aristocracia e o surgimento da burguesia a língua passou a ser mais “científica” nascendo daí a moderna filologia portuguesa.

               A primeira reforma ortográfica ocorreu em 1911 em Portugal. O primeiro acordo de unificação do português do Brasil com português de Portugal só ocorreu em 1931. No ano de 1945 a “reforma” só foi aplicada em Portugal e os problemas (disparidades) entre as duas línguas permaneceram. Finalmente em 1971 um novo acordo foi celebrado. Mas em 2009 a unificação entre os dois países e alguns países africanos fecharam a última modificação da língua em definitivo até hoje.



José Carlos de Arruda.



terça-feira, 8 de maio de 2018

OS MELHORES LIVROS DE L.P. HOJE






Muitas pessoas escrevem e pedem para que eu dê dicas de um bom material para o estudo da língua portuguesa. Atendendo a esses pedidos, selecionei 20 livros que considero essenciais.

Ter uma boa gramática (ou duas, ou três) é fundamental para que o estudo evolua de forma satisfatória. Além das gramáticas, aconselho a ter por perto guias práticos do português correto, bons dicionários (incluo aqui também os de regência) e, principalmente, um manual da nova ortografia.

Com esse material em mãos, organize o seu tempo, escolha um lugar tranquilo e faça muitos exercícios, conferindo depois o gabarito. Acredito que fazê-los é a melhor forma de tornar o estudo mais proveitoso e dinâmico. Não fique apenas lendo: faça exercícios (muitos). Você notará que o seu rendimento vai melhorar bastante e, consequentemente, os resultados também.

Quem estuda, vai além! Não perca mais tempo e comece agora. Bom estudo a todos!

Por Céu Marques


1. Nova Gramática do Português Contemporâneo – Celso Cunha e Lindley Cintra

celso-cunha

2. Guia Prático do Português Correto – Volumes 1, 2, 3 e 4 (Ortografia, Morfologia, Sintaxe e Pontuação)

claudio-moreno

3. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa

dicionário

4. Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa

dicionário1

5. Moderna Gramática Portuguesa – Evanildo Bechara

evanildo-bechara1

6.  As Dúvidas de Português mais Comuns em Concursos – Fernando Pestana

fernando-pestana-1

7. A Gramática para Concursos Públicos – Fernando Pestana

fernando-pestana

8. Guia Prático da Nova Ortografia – Maurício Silva e Elenice Alves da Costa

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9. Escrevendo pela Nova Ortografia – Instituto Antônio Houaiss

instituto

10. Interpretação de Textos e Semântica para Concursos – Marcelo Rosenthal, Lilian Furtado, Tiago Omena e Pedro Henrique

lilian-furtado-marcelo-rosenthal

11. Dicionário Prático de Regência Nominal e Verbal – Celso Pedro Luft

luft

12. Gramática para Concursos – Marcelo Rosenthal

marcelo-rosenthal

13. Gramática Completa para Concursos – Nílson Teixeira de Almeida

nilson-teixeira

14. Nova Ortografia da Língua Portuguesa – Domício Proença Filho

nova-ortografia-da-lingua-portuguesa

15. Português para Concursos (Teoria e 900 questões) – Renato Aquino

rentato-aquino

16. Gramática Metódica da Língua Portuguesa – Napoleão Mendes de Almeida

napoleão-mendes-de-almeida

17. Gramática Histórica – Ismael Coutinho

ismael-coutinho

18. Comunicação em Prosa Moderna – Othon M. Garcia

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19. Gramática para todos os Cursos e Concursos – Luiz Antonio Sacconi

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20. Gramática da Língua Portuguesa – Pasquale Cipro Neto e Ulisses Infante

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fonte: https://linguaportuguesa.blog.br/20-livros-essenciais-para-o-estudo-da-lingua-portuguesa/

CONGRESSO DE LÍNGUA PORTUGUESA





O próximo Congresso de Psicanálise em Língua Portuguesa ocorrerá de 15 a 18 de novembro próximo, em Cabo Verde, na cidade de Mindelo que está na ilha de São Vicente, com o tema: Rotas da Escravidão.

A organização do congresso é feita pelas comissões Portuguesa, Brasileira e Cabo-verdiana sob o leque da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).

Como já aconteceu no congresso sediado em Lisboa em 2016, o evento é aberto a todos os interessados, profissionais e estudantes, de várias áreas. As inscrições estão isentas aos participantes não locais.

Desde 2017 a FEBRAPSI incorporou esse congresso entre suas atividades científicas e passou a se responsabilizar pela Comissão Brasileira, por meio de suas diretorias Científica e de Cultura e Comunidade. Para o congresso de Cabo Verde, a Comissão Brasileira é coordenada por Ignácio Paim (SBPde PA) e Leda Herrmann (SBPSP) e conta com a assessoria do colega Ney Marinho (SBPRJ).

Inscrições em breve pelo site da FEBRAPSI.



sábado, 5 de maio de 2018

OS PRIMÓRDIOS DA LÍNGUA PORTUGUESA





O Brasil foi "descoberto" por Portugal no ano de 1500, e desde então, com a grande presença dos portugueses nos territórios brasileiros, a língua portuguesa foi se enraizando, enquanto as línguas indígenas foram aos poucos desaparecendo. Uma delas, talvez a que mais influenciou o atual português falado no Brasil, era o Tupinambá ou Tupi-guarani, falado pelos índios que habitavam o litoral. Esta língua foi a primeira utilizada como língua geral na colônia, ao lado do português, pois os padres jesuítas que vieram para catequizar os índios, estudaram e acabaram difundindo a língua.

No ano de 1757 uma Provisão Real proibiu a utilização do Tupi, época esta, em que o Português já suplantava esta língua, ficando ele, o Português, com o título de idioma oficial. Em 1759 os jesuítas foram expulsos, e a partir de então a língua portuguesa se tornou definitivamente a língua oficial do Brasil.

A língua portuguesa, falada no Brasil, herdou, no entanto, um vasto vocabulário das línguas indígenas, principalmente no que se diz respeito às denominações da fauna, flora, e demais palavras relacionadas à natureza.

Os portugueses trouxeram, então, muitos escravos capturados na África, para trabalhar nas terras brasileiras, e estes vieram falando diversos dialetos, os quais contribuíram para a construção da nossa língua. Muito do que temos hoje, foi herdado das línguas africanas, bem como itens culturais que vieram junto com os escravos e aqui se instalaram.

Deste modo, a língua portuguesa falada no Brasil, foi se distanciando da língua portuguesa falada em Portugal, pois enquanto aqui, a língua recebia as influências dos índios (nativos) e dos imigrantes africanos, em Portugal a língua recebia influência do francês (principalmente devido à cultura, educação, etc, que na época era prestigiada na frança.)


Quando a família real veio para o Brasil, entre 1808 e 1821, as duas línguas novamente se “aproximaram”, pois devido à grande quantidade de portugueses nas grandes cidades, a língua foi sofrendo novamente a influência dos mesmos e se parecendo com a língua-mãe.

O português brasileiro sofreu, ainda, influências dos espanhóis, holandeses e demais países europeus que invadiram o Brasil após a independência (1822). Isso explica o porquê de algumas diferenças de vocabulário e/ou sotaque existentes entre algumas regiões do Brasil.

Com a influência do Romantismo (movimento artístico-literário que aconteceu no início do ségulo XIX), a literatura produzida no Brasil se intensificou, e a língua portuguesa falada no Brasil foi se encorpando e ganhando uma nova forma, diferenciando-se ainda mais da língua portuguesa falada em Portugal. Foi despertado no país o individualismo e o nacionalismo através da literatura, além da realidade política que impulsionava o país a se distanciar e diferenciar ainda mais de Portugal.

A normatização da língua foi como que consagrada pelo movimento modernista (1922), que trouxe como crítica a valorização excessiva que ainda se dava à cultura européia, e motivou o povo a valorizar sua própria língua como “brasileira”.

Recentemente tivemos uma reforma ortográfica, implantada no ano de 2009, a partir de um acordo feito entre os países que tem como idioma oficial a língua portuguesa, e algumas regras de escrita que diferenciavam a norma, foram modificadas, deixando-a unificada. A oralidade, no entanto, continua mantendo consideráveis distinções.

Fontes:

http://www.linguaportuguesa.ufrn.br/pt_3.3.a.php
http://historiacolegiao.wordpress.com/2009/05/27/a-historia-da-lingua-portuguesa-no-brasil/
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252005000200015&script=sci_arttext
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_l%C3%ADngua_portuguesa
http://linguagemcontemporanea.wordpress.com/category/dialetos-regionais/historia-da-lingua-no-brasil/
http://cvc.instituto-camoes.pt/hlp/hlpbrasil/index.html
http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/historia-lingua-portuguesa-brasil-425789.shtml
http://brasiliano.wordpress.com/2008/05/08/historia-da-lingua-do-brasil/

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OPINIÃO


O tupinambá ou tupi-guarani falado pelos índios brasileiros foram à primeira língua utilizada no Brasil colônia mais o português dos padres jesuítas. Em 1757 uma Provisão Real proibiu a língua tupi ficando o português como idioma oficial. Em 1759 a língua africana e alguns dialetos também se incorporaram a língua portuguesa. De 1808 a 1821 as duas línguas novamente se aproximaram até dos espanhóis e holandeses a língua portuguesa sofreu também influências.

A modernização da língua portuguesa foi consagrada com o Modernismo em 1922. A crítica motivou o povo a valorizar sua própria língua. No ano de 2009 a Reforma Ortográfica unificou novamente o português de Portugal e o português do Brasil, no entanto a oralidade continua mantendo distinções. É bom sabermos que a unificação das línguas com a permanência e a extinção de uns vocábulos e a conservação de outros é uma tendência natural da evolução e da atualização de uma língua.


José Carlos de Arruda

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