domingo, 29 de abril de 2018

AVISO AOS LEITORES



A partir do mês de maio este blog terá uma periodicidade inicialmente programada para terça, quinta e sábado no horário entre 19 e 22 hrs. Os leitores que quiserem sugerir assuntos sobre o tema do blog deverão fazê-lo através dos comentários postados normalmente, os mesmos serão analisados minuciosamente para que possamos melhorar cada vez mais. Em sendo assim apresentar um conteúdo cada vez mais de acordo com as atualizações do cotidiano.

José Carlos de Arruda.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

ARTIGO (CAPÍTULO 24)





Diversidade é diferencial competitivo
Para especialista no tema, empresas brasileiras ainda devem aprender a lidar com inclusão

ANDRES TAPIA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Diversidade e inclusão podem significar coisas diferentes para pessoas diferentes ao redor do mundo. No meu trabalho global de diversidade, seja na América Latina, seja na Europa, no Canadá, na Índia ou nos Estados Unidos, tenho utilizado a seguinte definição: "Diversidade é o "mix", inclusão é fazer esse "mix" funcionar".
Desse modo, cada local pode definir o que o "mix" significa e se está funcionando ou não.
Nos Estados Unidos, ele pode ser definido como sendo algo sobre raça, sexo, deficiência física ou orientação sexual.
Na Índia, raça não consta dessa lista -os itens mais proeminentes são religião, casta e região geográfica.
No caso do Brasil, a lista parcial traz sexo, raça, gerações, regiões nacionais ou globais e deficiência. É esse o panorama que procuro detalhar a seguir.

Mulheres
As mulheres estão [em massa] no mercado de trabalho há uma ou duas gerações. Em muitos lugares, vemos um balanço de 50% a 50% nessa mistura. Mas esse "mix" está funcionando? Qual a representatividade delas no nível executivo? Não é segredo que o tratamento "igualitário" não atinge esses níveis. Chegar lá é tortuoso. As mulheres estão sendo pagas como os homens ao realizar o mesmo tipo de trabalho? Muitos artigos publicados na América Latina -e o Brasil não é uma exceção- identificam um pagamento desigual.

Diversidade regional

A rivalidade bem conhecida entre paulistas e cariocas -e como muitos deles olham para os que vêm do interior do país- gera improdutividade dentro do ambiente de trabalho. Em discussão recente, um grupo de funcionários de Minas Gerais me explicou como seu moral é afetado por sentirem certas atitudes de superioridade de colegas e clientes das grandes cidades. Isso afeta a produtividade do conjunto.

Diversidade global

Na medida em que as multinacionais brasileiras continuam a espalhar seu alcance global, aumentam a diversidade que terão de enfrentar e os desafios culturais, assim como os encontrados há décadas por norte-americanos e europeus. A regionalização do trabalho corporativo na América Latina está trazendo à tona diferenças culturais entre profissionais do Brasil e de países como o México, a Argentina e a Nicarágua.

Pessoas com deficiência

As empresas enfrentam alguns problemas com a legislação recente que exige que tenham um percentual mínimo de funcionários com necessidades especiais. Elas olham para um problema de infra-estrutura, como o fato de seus prédios não oferecerem acesso a cadeiras de rodas. As empresas declaram ainda que não há profissionais com a competência desejada para preencher suas vagas. Algumas empresas, contudo, têm uma área de responsabilidade social e são proativas no desenvolvimento dessas pessoas antes de contratá-las. Outras estão descobrindo alternativas para recebê-las e para qualificá-las.

A geração digital

Esta geração desafiará a tradicional estrutura de trabalho. Vejo minha filha de 15 anos. Ela faz seus trabalhos de escola no laptop sem fio, pesquisa na internet, tem seis chats abertos ao mesmo tempo, grava CDs para ouvir música e fala ao telefone -tudo ao mesmo tempo. Eu me pergunto se isso é possível. Ela diz que sim e tira notas boas. Em cinco anos, quando a geração dela entrar no mercado de trabalho, as pessoas não estarão prontas para lidar com suas expectativas, que serão bem diferentes.

Diversidade racial

Esse aspecto é, ao mesmo tempo, o mais e o menos óbvio no Brasil. Há contradições sobre essa questão no país. Há opiniões que indicam que isso ainda é um problema e outras dizem que é assunto resolvido. Existe um debate crescente sobre o lugar dos negros e se eles têm oportunidades iguais de educação e de trabalho. Baseado no meu trabalho global, se um assunto da diversidade é tido como problema, é uma indicação de que a questão está longe de ser resolvida. Assim como no caso das pessoas com necessidades especiais, neste será preciso uma combinação de fatores, todos dirigidos por uma política social por parte do governo e pelo comprometimento estratégico por parte das corporações.

Impacto dos negócios

Um número crescente de funcionários latino-americanos declara que a diversidade, junto com o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, é um fator fundamental na atração de um ou outro empregador. No estudo "Melhores Empregadores da América Latina 2005/2006", da Hewitt, uma das cinco qualidades do melhor empregador era o comprometimento com esses tópicos. Questões de diversidade e inclusão são complexas, mas, para as empresas que sabem lidar com isso, a recompensa será uma vantagem competitiva primeiro para sobreviver e depois para prosperar em um mercado global cada vez mais difícil.

Andres Tapia é chefe mundial de diversidade da consultoria Hewitt Associates



EDITORIAL (CAPÍTULO 23)



O texto editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente aparece no início das colunas. Diferente dos outros textos que compõem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são textos opinativos.

Embora sejam textos de caráter subjetivo, eles podem apresentar certa objetividade. Isso porque são os editoriais que apresentam os assuntos que serão abordados em cada seção do jornal, ou seja, Política, Economia, Cultura, Esporte, Turismo, País, Cidade, Classificados, entre outros.

Os textos são organizados pelos editorialistas, que expressam as opiniões da equipe e, por isso, não recebem a assinatura do autor. No geral, eles apresentam a opinião do meio de comunicação (revista, jornal, rádio, etc.).

Tanto nos jornais como nas revistas podemos encontrar os editoriais intitulados como “Carta ao Leitor” ou “Carta do Editor”.

Como fazer um editorial?
Para produzir um editorial, inicialmente é necessário conhecer os assuntos que serão abordados no meio de comunicação. Feito isso, faça uma síntese de todo esse conteúdo para que ele seja apresentado para o público leitor. Embora apresente a estrutura básica do texto dissertativo, ele pode não seguir o padrão proposto.

Estrutura
Por ser um texto dissertativo-argumentativo, os editoriais apresentam a estrutura básica dividida em três partes principais:

Introdução: exposição do assunto que será tratado no decorrer da leitura
Desenvolvimento: momento em que a argumentação do escritor será a principal ferramenta
Conclusão: finalização do texto com a opinião do autor ou da equipe
Leia:

Texto Jornalístico
Carta do Leitor
Artigo de Opinião
Como fazer um editorial?
Exemplos
Editorial de jornal
Protestos no Brasil e a Crise Econômica

Desde o ano passado nos deparamos com as diversas manifestações que se espalham pelas capitais e cidades do país. Todas elas demostram a insatisfação dos brasileiros com a política, economia e os problemas sociais no geral.

O que mais ouvimos no café, no supermercado, nas paragens de ônibus ou mesmo no trânsito são frases do tipo: “Aonde vamos parar”, “Isso é culpa do PT”, “Estamos afundando” “O preço das coisas aumentam e nosso salário nunca”.

Essa frases proferidas pelos mais diversos tipos de brasileiros nos indicam que a insatisfação e a crise econômica cresce cada vez mais no país, e os que tem possibilidades (mínima parcela) estão deixando o Brasil para terem vidas melhores longe da nação verde e amarelo.

Mas será que essa é a solução? Vale ressaltar que muitos dos que deixam o país tem conhecimentos superficiais sobre a política e a economia e, na maioria das vezes, são os mais preconceituosos com os nortistas e nordestinos.

Sabemos que a chave para a solução dos problemas instaurados no país, de ordem social, política e econômica tem somente uma alternativa: o investimento em políticas públicas voltadas para o desenvolvimento educativo no país, sobretudo da implementação de disciplinas que abordem as questões sobre diversidade, pluralidade e gênero.

Mas isso é somente a ponta do iceberg. Ou seja, a solução não é deixar o país, mas lutar para a melhoria do nosso Brasil, que se deparou com o iceberg e quer mudar o curso. A frase “salve-se quem puder” deve ser mudada para “salvemos o nosso país todos juntos”.

Equipe Folhetim de Minas


Editorial de revista
Neste mês de natal, celebramos o nascimento do menino Jesus. Nada melhor que reunir a família e curtir esse momento tão especial de encontro, amor, compreensão e tolerância.

Por conta disso, a revista feminina nesse mês apresenta um artigo sobre a “Origem e História do Natal”, além de oferecer dicas de presentes natalinos para toda a família.

Ademais, você não deve perder as novidades sobre a moda nesse verão e, ainda, ficar alerta no artigo sobre os “Melhores Concelhos para Economizar”.

Para além disso, apresentamos diversas dicas de viagem para esse final de ano em todas as regiões do Brasil e muitas receitas natalinas práticas, rápidas e fáceis de preparar.

Aproveite o final do ano para se divertir com toda a família e amigos e não se esqueça que o espírito de natal deverá ser aproveitado para nos tornar pessoas cada vez melhores.

Encha seu coração de tudo que há de melhor: amor, alegria, compreensão, harmonia e tolerância.

Desejamos-lhes boa leitura e um feliz natal!

Equipe Revista Feminina

Características
Tal como vemos nos exemplos acima, as características dos editoriais jornalísticos que se destacam são:

Caráter objetivo e subjetivo
Linguagem simples e clara
Textos dissertativos-argumentativos
Temas da atualidade
Textos relativamente curtos



AVALIAÇÃO (SELEÇÃO DE INFORMAÇÕES) CAPÍTULO 22





Resumo

Introdução: O estudo discute a aproximação teórica existente entre as temáticas competência em informação e sua avaliação com a mediação da informação.

Objetivo: Expor, por meio da analogia entre as temáticas (competência em informação e sua avaliação e a mediação da informação), as similaridades entre estes processos a fim de proporcionar melhor compreensão para a aplicabilidade dos mesmos.

Metodologia: A pesquisa é de natureza qualitativa e tem caráter bibliográfico.

Resultados: Como resultados, verificou-se que a competência em informação é uma ação de interferência, assim como a mediação da informação, pois ambas preocupam-se com a formação de um cidadão crítico e reflexivo frente o mundo informacional. A avaliação da competência em informação é uma forma de verificar se a apropriação da informação foi internalizada pelas pessoas.

Conclusões: O desenvolvimento da competência em informação e sua avaliação sob a ótica da mediação da informação são ações de interferência que propiciam a construção do conhecimento crítico e reflexivo nas pessoas para a internalização de atitudes pró-ativas para o acesso e uso da informação de forma inteligente na sociedade contemporânea.



RESENHA CRÍTICA (CAPÍTULO 21)



Toda resenha é a descrição de um objeto (seja um obra literária, um filme ou uma apresentação artística) e seu papel é justamente apresentar o tema analisado. Trata-se, portanto, de um texto de informação e de opinião.

Ela é um pequeno resumo no qual propõe a exposição de ideias, agregado ao juízo de valor do autor, ou seja, sob a ótica do emissor.

Elaboração da Resenha Crítica: Passo a Passo
A resenha é uma análise interpretativa e, por isso, faz-se necessário atentar ao tema que será discorrido e, além disso, as considerações pessoais sobre o objeto analisado.

Assim, se a resenha será de uma peça de teatro é muito importante que você vá assisti-la e crie seu próprio juízo de valor a respeito do tema.

Da mesma forma, se a tarefa for fazer uma resenha crítica de um livro, faz-se necessário a leitura e uma análise sobre a obra.

Para produzirmos uma resenha devemos seguir os seguintes passos:

Escolha do tema a ser analisado;
Aprofundamento e contextualização do tema;
Argumentação e criação de um juízo de valor ou opinião pessoal sobre o tema.
No último tópico, observe que não precisamente o discurso aparecerá em primeira pessoa (eu), mais comum, aparecer em terceira pessoa (ele, ela, você).

Outros elementos importantes para a elaboração de uma resenha crítica são: conhecimento sobre o autor e sua obra bem como a relação com outros textos, conceitos e autores.

Dessa forma, vale ressaltar que quanto mais o resenhista amplia os conhecimentos que envolvem o tema, a resenha ficará muito melhor.

A resenha segue o modelo dos textos dissertativos-argumentativos, ou seja, introdução, desenvolvimento e conclusão. Contudo, é um texto flexível e pode não seguir essa regra.

Destaca-se que, quando uma resenha crítica é feita de uma obra, deve-se colocar a referência bibliográfica e as informações sobre o autor.

Entenda mais em Bibliografia.

Tipos de Resenha
Segundo sua finalidade, a resenha pode apresentar duas modalidades:

Resenha-resumo: caracterizado por ser um texto informativo e descritivo o qual sintetiza os aspectos e os pontos mais relevantes do objeto analisado.
Resenha-crítica: clém de sintetizar as ideias principais do objeto, a resenha crítica é marcada pelo juízo de valor do resenhista.
Exemplo de Resenha Crítica
Segue abaixo uma resenha crítica do livro o “Menino Maluquinho” (1980), do escritor Ziraldo Alves Pinto.

Quem nunca ouviu falar do menino que ‘tinha ventos nos pés’, o ‘olho maior que a barriga’, ‘fogo no rabo’, ‘umas pernas enormes (que davam para abraçar o mundo)’ e que ‘chorava escondido se tinha tristezas’?

É assim, que caracterizamos um dos personagens de Ziraldo que com mais de 30 anos de existência, corrobora sua atemporalidade.

“O Menino Maluquinho”, lançado em 1980 pelo escritor e cartunista Ziraldo, é um clássico da literatura e que continua conquistando o universo infanto-juvenil.

Em entrevista ao Diário Catarinense (2011), Ziraldo afirma que a ideia de criar o menino maluquinho surgiu de considerações e observações pessoais:

“Eu já tinha visto o que tinha acontecido com meninos felizes e infelizes. Os felizes viraram adultos mais bem resolvidos. Os infelizes e desamados, ficaram adultos mais sofridos.”

No tocante ao uso da inocência e da simplicidade, muitas obras de artes nos leva a recordar da célebre frase de Leonardo da Vinci quando nos alerta que:

“A simplicidade é o último grau de sofisticação”.

No livro o “Menino Maluquinho”, isso não é diferente e se torna claro, no momento em que iniciamos a leitura. De partida, já nos familiarizamos com seus desenhos naif, sua linguagem simples, ‘nada de especial’, diriam alguns, ‘tudo de essencial’, afirmariam outros.

Assim, o essencial e o especial se mesclam numa narrativa fluida, simples e familiar. Isso porque a obra trata de aspectos do cotidiano, da simplicidade dos momentos, de um menino travesso com uma felicidade contagiante.

Interessante notar que o sucesso da obra não fora passageiro e seu reconhecimento implicou no aumento considerável do número de vendas e edições ao longo desse anos.

E, se pensarmos assim, já temos certeza que esse ‘personagem lendário’ adquiriu uma posição de destaque, já que é considerada uma das maiores obras infanto-juvenis do Brasil.

Atualmente, ela é utilizada nas escolas como ferramenta de acesso e, ainda, para disseminar o gosto pela leitura.


Além disso, a obra foi adaptada para cinema, série televisiva e desenho animado, expandindo ainda mais os corriqueiros momentos de travessuras desse menino tão maluquinho.

Nesse momento, surgem as perguntas: o que torna uma obra literária parte do imaginário de um povo? Como adquire uma posição de destaque?

Para responder essas questões, podemos pensar na psicologia e pressupor uma identificação da personagem com sua personalidade. Ou ainda, percorrer os caminhos da linguística pra explicar que uma linguagem simples e cheia de significados absorve a atenção do público. Entretanto, aqui, a ideia não é esta!

Após a leitura, fica claro é que, com uma linguagem e uma narrativa simples, Ziraldo conseguiu transmitir ao público, a trajetória e os momentos quase universais de uma infância feliz.

Talvez por isso, houve durante essas décadas, enorme aceitação do público. Essa obra vendeu cerca de 2,5 milhões de exemplares ao mesmo tempo que acompanhou nossa era digital.

Assim, hoje encontramos sites do menino maluquinho, com vídeos, jogos, quadrinhos, dentre outros.

“E, como todo mundo, o menino maluquinho cresceu (...) E foi aí que todo mundo descobriu que ele não tinha sido um menino maluquinho ele tinha sido era um menino feliz!”.

A simplicidade com que o livro termina, nos leva a pensar que, como toda criança travessa, sua infância e trajetória de vida está repleta de acontecimentos tão ‘humanos’.

Destacam-se: fazer travessuras, ter inquietudes, se apaixonar, brincar com os familiares, tirar nota baixa na escola, ter bons amigos, algumas namoradas, segredos, jogar futebol, empinar pipa, se machucar, ter decepções e alegrias...

Todos os acontecimentos que resumem uma vida simples e feliz e que o tornam esse ‘cara legal’, são desvendadas pelo próprio Ziraldo no final da estória.

O maluquinho revela diante das coisas boas e nem tão boas da vida, que consegue sorrir e ter princípios e valores.

Segundo o poeta e filósofo estadunidense Henry Thoreau (1817-1862): “Muitos homens iniciaram uma nova era na sua vida a partir da leitura de um livro”.

Pra mim, essa frase faz sentido na medida em que meu encontro com o “Menino Maluquinho”, foi de extrema identificação, percepção, magia, catarse.

‘Devorei’ a obra nos espaçosos corredores de uma feira de livros na década de 90 na cidade de São Paulo. Eu tinha 8 anos.

Naquele momento inebriada com o cheiro de livros, luzes coloridas e brilhantes, vozes em verso e prosa e as mãos dadas ao papai, que eu iria crescer, igual o menino maluquinho.

Assim, o meu novo desafio a partir daí foi a busca para me tornar aquele ‘cara legal’ descrito por Ziraldo.

Afinal, ‘ventos nos pés’, vontade de 'abraçar o mundo' e 'imaginação' eu já tinha, e bastante.
para saber mais:



quarta-feira, 25 de abril de 2018

CARTA DE SOLICITAÇÃO (CAPÍTULO 20)





A carta de solicitação faz parte das cartas comerciais e deverá possuir: timbre da empresa, iniciais do departamento, número da carta, local e data, destinatário, referência, assunto, saudação, corpo do texto, despedida e assinatura.

O objetivo desse tipo de carta, como o próprio nome já diz, é fazer um pedido (solicitar algo) ao destinatário.

Veja um exemplo:



Timbre da empresa
Dep. de vendas
Nº 02/09


Ao Diretor do Dep.de Faturamento
João Esleveriano da Costa


Recife, _____ de fevereiro de 2009.


Prezado Senhor,
Solicito a esse departamento, do qual V.Sª. é diretor, que tenha a gentileza de enviar-me a tabela de faturamento do último mês, a fim de que possamos conferir algumas vendas realizadas.

Antecipo-lhe meus agradecimentos, certo de que serei prontamente atendido, dada a eficiência desta seção.

Subscrevo-me.


Cordialmente,

Antonie Bernardo da Luz.
Chefe do departamento de vendas.



Há alguns sinônimos que podem ser utilizados: estimado senhor, peço-lhe o obséquio de, peço-lhe a gentileza, solicito a V.Sª. a especial fineza de, informar-me, comunicar-me, desde já, apresento-lhe meus agradecimentos, antecipadamente grato, me firmo.

Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras




sexta-feira, 20 de abril de 2018

COESÃO INTERFRÁSICA (CAPÍTULO 19)




Um texto será coeso se as suas diferentes partes constitutivas estiverem articuladas e interligadas, garantindo a sua unidade semântica. A coesão textual pode ser assegurada através dos seguintes mecanismos linguísticos:
— cadeias de referência;
— repetições;
— substituições lexicais;
— conectores interfrásicos;
— compatibilidade entre informações temporais e aspectuais.

Cadeias de referência

Estamos perante uma cadeia de referência quando, num texto, há um ou vários elementos textuais sem referência autónoma. A sua interpretação está, por isso, dependente de outra expressão presente no texto.

1) Amava, amava as mulheres com sensualidade, estima e ternura. Sinceramente me julgava, perante elas, um sensual, um sentimental e um idealista. Decerto me não tinham inspirado grande ternura ou respeito as que até então fisicamente amara. Mas até essas, não pudera amar (amar da maneira que qualifiquei) sem uma ponta de afectividade e umas veleidades de moralista regenerador. (J. Régio, O Vestido Cor de Fogo)

A expressão nominal as mulheres e os pronomes elas, as e essas, tal como a elipse do pronome pessoal elas antes do complexo verbal tinham inspirado, formam uma cadeia de referência, uma vez que o referente dos pronomes é o mesmo do da expressão nominal. Todas as expressões reenviam para a mesma entidade extralinguística.

Podem integrar as cadeias de referência as anáforas, as catáforas, as elipses e a co-referência não anafórica.

Anáfora: expressão cuja interpretação depende de uma outra expressão presente no contexto verbal anterior.

(2) Ao longe, no alto mar, há ainda o exercício da pesca. Há lá homens. Não os vejo. (V. Ferreira, Até ao Fim)

O pronome pessoal oblíquo os remete para uma expressão referida anteriormente no discurso (homens), sendo, por isso, uma anáfora.

Catáfora: expressão cuja interpretação depende de outra presente no contexto verbal que vem imediatamente depois.

3) Com o meu irmão tudo foi diferente, sabe, as mulheres preferem-nos, aos filhos. (A. P. Inácio, Os Invisíveis)

O pronome pessoal os (nos) remete para uma expressão que aparece posteriormente no discurso (os filhos), sendo, por isso, uma catáfora.

Elipse: omissão de uma expressão recuperável pelo contexto, evitando assim a sua repetição.

(4) O Luís foi à ópera, onde [ ] encontrou os amigos.
(5) A final da Liga dos Campeões foi muito bem disputada, ao contrário do que aconteceu na [ ] anterior.
Nos exemplos apresentados, os lugares onde as palavras foram omitidas estão assinalados pelos sinais [ ], que representam elipses. No exemplo (4), a palavra omitida é o pronome pessoal ele ou o nome próprio Luís; enquanto em (5) elidiu-se a palavra final.

Co-referência não anafórica: existe co-referência não anafórica quando duas ou mais expressões linguísticas remetem para o mesmo referente, não havendo dependência referencial de uma em relação a outra(s).

(6) A morte de Raul Vilar foi muito lamentada. Todos os jornais consagraram longos artigos ao grande escultor. (M. Sá-Carneiro, Loucura)

Tanto Raul Vilar como grande escultor remetem para a mesma personagem. No entanto, ambas as expressões têm referência autónoma.


Coesão lexical

A coesão lexical pode ser garantida através de diferentes processos.

Repetição: por não ser possível a sua substituição, a repetição da mesma unidade lexical ao longo do texto pode revelar-se necessária para a coesão do texto.

(7) Professor riu. Assim passaram a manhã, Professor fazendo a cara dos que vinham pela rua, Pedro Bala recolhendo as pratas ou os níqueis que jogavam.
(J. Amado, Capitães da Areia)

Neste exemplo, a repetição do nome Professor é necessária para evitar a ambiguidade.

Substituição lexical: para evitar repetições desnecessárias, pode substituir-se uma unidade lexical por outras que com ela mantenham relações semânticas de sinonímia (8), antonímia (9), hiponímia e hipernonímia (10).

(8) O treinador referiu que o jogo correu bem. Disse ainda que estava orgulhoso da sua equipa.

(9) A maior parte das vítimas de violência doméstica são mulheres. Os homens, quando agredidos, raramente denunciam a situação.

(10) Na semana passada, encontrei um gatinho. O animal estava cheio de fome e sede.


Coesão interfrásica

A coesão de um texto depende da interdependência semântica entre as frases que o constituem, podendo ser assegurada através de diferentes tipos de conectores.
Desempenham a função de conectores palavras ou expressões que asseguram a ligação significativa entre frases/orações ou partes do texto, especificando o tipo de conexão existente (causa, tempo, contraste...). Assim, estes elementos são pistas linguísticas que guiam a interpretação do leitor ou ouvinte.

11) Quem tem a bola é o João. É ele quem vai marcar a grande penalidade.

Sem o conector, são possíveis várias interpretações, por isso a sua utilização é importante para conduzir a interpretação do leitor / ouvinte, tal como se pode verificar nos exemplos seguintes:

(11 a) Quem tem a bola é o João, porque é ele quem vai marcar a grande penalidade.

(1 l b) Quem tem a bola é o João, por isso é ele quem vai marcar a grande penalidade.

Enquanto em (1l a) o conector introduz uma relação de causa, em (ll b) introduz uma relação de consequência.

Podem funcionar como conectores:

— conjunções e locuções coordenativas e subordinativas (porque, no entanto...);
— advérbios conectivos (agora, assim, depois...);
— adjectivos (bom...);
— verbos (quer dizer...);
— grupos preposicionais/locuções adverbiais (pelo contrário, do mesmo modo...);
— orações (para concluir, pelo que referi anteriormente...).

(12) Não vou de férias, porque não acabei o relatório.

(13) Vou fazer horas extraordinárias a semana toda. Agora, não me peçam para trabalhar no fim-de-semana.

Apresentam-se no seguinte quadro os valores dos principais conectores:

Tipo de Conectores
Exemplos
Temporais (indicam relações temporais entre as frases ou orações)
quando, enquanto, por fim, depois, em seguida, antes, entretanto, então...
Contrastivos (indicam relações de oposição)
mas, embora, no entanto, apesar de, pelo contrário, contrariamente, por oposição...
Aditivos (acrescentam informação)
e, também, além disso, mais ainda, igualmente, do mesmo modo, pela mesma razão, adicionalmente, ainda...
Causa-consequência (indicam uma relação causa-
-efeito)
porque, por isso, consequentemente, pois, portanto, logo, por conseguinte, por esta razão, deste modo, então, de maneira que...
Confirmativos /exemplificativos
por exemplo, de facto, efectivamente, com efeito...
Explicativos/ reformulativos
quer dizer, ou seja, isto é, por outras palavras...
Síntese / conclusão
em resumo, em suma, concluindo, para concluir...
Alternativos
ou, alternativamente, em alternativa...


Coesão temporo-aspectual

Para que um texto seja temporalmente coeso, tem de existir compatibilidade entre informação sobre a localização temporal (expressa sobretudo pelos tempos verbais) e informação aspectual (exprime o ponto de vista do enunciador relativamente à situação expressa pelo verbo, apresentando o modo como decorre essa situação). Para que essa coesão se verifique, são necessárias as seguintes condições:

Ÿ utilização correlativa ( que tem dependência mútua) dos tempos verbais:

(14) Quando o Luís telefonou, a Ana saiu de casa.

(14a) * Quando o Luís telefonou, a Ana sairá de casa.

A agramaticalidade de (14a) decorre da impossibilidade de utilizar o futuro do indicativo tendo como ponto de referência o pretérito perfeito do indicativo.

— utilização correlativa dos advérbios de localização temporal e dos tempos verbais:

(15) Amanhã tenho aulas.

(15a) * Amanhã tive aulas.

Um advérbio que remete para o futuro impossibilita a utilização de um tempo verbal passado.

— utilização compatível dos valores aspectuais dos verbos e do valor semântico dos conectores temporais utilizados:

(16) Enquanto jantou, a Luísa leu o jornal.

(16a) * Enquanto chegou, a Luísa leu o jornal.

O conector enquanto pressupõe uma situação contínua, não sendo, por isso, compatível com o verbo chegar, que indica uma acção pontual.

— ordenação textual linear dos eventos representados no texto:

(17) A Joana abriu a porta e a prima entrou.

(1 7a) *A prima entrou e a Joana abriu a porta.

A sequência temporal dos enunciados deve obedecer ao nosso conhecimento do
mundo. Assim, qualquer falante espera que a acção de abrir a porta anteceda a de entrar.
Publicada por APOIOPTG 



quarta-feira, 18 de abril de 2018

PROPAGANDA (CAPÍTULO 18)




Propaganda é uma estratégia de persuasão para fins ideológicos, com o objetivo de promover alguma ideia, princípio, doutrina, causa ou prática. Para isso, ela apela para recursos psicológicos, que mexem com emoções, opiniões e sentimentos, e motiva a ação a partir deles.
No século XVII, a Igreja Católica empreendeu uma grande expansão pelo mundo em busca de novos fiéis para o catolicismo.

Na década de 1940, a Alemanha viveu anos sombrios da sua história, sob o comando de Adolf Hitler e a sua ideologia nazista.

Ok, mas o que esses dois momentos históricos têm a ver? E, principalmente, por que eles estão sendo citados em um blog sobre Marketing de Conteúdo?

A propaganda é o que une tudo isso! Foi por meio dela que o catolicismo e o nazismo ganharam tantos adeptos e se fortaleceram a ponto de ficarem marcados na história mundial.

E esses dois movimentos também influenciaram a evolução do marketing. Já que tiveram tanto poder, as técnicas desenvolvidas para persuadir a população servem de inspiração até hoje para as estratégias de marcas.

Por isso, vamos agora falar sobre propaganda! Neste post, você vai conhecer o conceito e a relevância histórica da propaganda, bem como as técnicas que foram usadas e que você ainda pode aplicar atualmente. Acompanhe:

O que é propaganda?
Propaganda é uma estratégia de persuasão para fins ideológicos, com o objetivo de promover alguma ideia, princípio, doutrina, causa ou prática.

Para isso, ela apela para recursos psicológicos, que mexem com emoções, opiniões e sentimentos, e motiva a ação a partir deles.

Em sua etimologia, o termo “propaganda” vem do latim propagare, cuja origem remonta à agricultura e à ideia de difundir a produção de parreiras.

Mas foi no século XVII, com a expansão da fé católica pelo mundo, que a propaganda foi usada, pela primeira vez, para disseminar ideologias.

A partir daí, a prática passou a ser associada a contextos políticos, sociais e religiosos, em que o objetivo é propagar uma ideia.

Afinal, qual a diferença entre publicidade e propaganda?
Ah, essa é uma velha polêmica do marketing! Quem entra em um curso de Publicidade e Propaganda logo se depara com essa pergunta já nas primeiras disciplinas. Então, vamos tentar resolver essa questão agora!

A origem da confusão
Primeiramente, por que existe essa confusão entre os conceitos?

Os termos propaganda e publicidade têm significados semelhantes. Propaganda, como dissemos, vem de propagare, que significa difundir. Já a publicidade tem sua origem no latim publicus, que designa aquilo que é conhecido, que é aberto à comunidade.

No inglês, a prática da publicidade é chamada de advertising, cuja origem está no latim advertere, que se refere ao ato de chamar a atenção de alguém. Existem também os termos publicity (disseminação da informação na mídia) e propaganda (propagação de mensagens persuasivas).

Todos os conceitos são muito parecidos. Mas na hora de traduzir para o português brasileiro, as coisas se complicaram ainda mais.

Na área da administração, o termo advertising foi traduzido para propaganda, e publicity para publicidade. Já na área da comunicação, advertising se tornou publicidade, e publicity virou propaganda. Aí, virou confusão.

A principal diferença
Para normatizar os termos entre anunciantes, agências e veículos do país, o CENP (Conselho Executivo das Normas-Padrão) diz que publicidade e propaganda são a mesma coisa: “qualquer forma remunerada de difusão de ideias, mercadorias, produtos ou serviços”.

Na prática, o mercado usa os termos como sinônimos mesmo. Porém, na teoria das faculdades, a diferença essencial é que a publicidade tem a intenção de promover empresas, produtos e serviços, enquanto a propaganda está no campo das causas e ideologias.

É isso que explicamos no início do texto, e é essa diferença que vamos considerar neste post. Porém, precisamos esclarecer que, no marketing atual, nada é tão preto no branco assim.

Reflexões sobre os conceitos
Segundo Philip Kotler, estamos na era do Marketing 3.0, em que os consumidores não querem mais saber que o produto é bom por isso ou aquilo. Eles querem entender qual o compromisso das marcas na construção de um mundo melhor.

Por isso, a tendência do marketing não é mais focar na empresa ou no produto, e sim no propósito da marca. Dessa forma, a comunicação se volta para a promoção de causas e ideias. Poderíamos considerar, então, que elas estão fazendo propaganda?

E o que dizer dos políticos e das igrejas? Não é de hoje que as ideologias e a fé são sobrepostas pelos interesses comerciais, como se política e religião fossem produtos à venda para um público-alvo. Pensando assim, será que não dá para dizer que eles estão fazendo publicidade?

Os conceitos são muito próximos, tanto na língua portuguesa quanto na inglesa, e se confundem ainda mais no mundo atual. Portanto, não queremos aqui encontrar uma resposta definitiva, mas vale a pena refletir.

Tipos de propaganda
Agora que já explicamos os conceitos, vamos ver quais tipos de propaganda existem (considerando que essa prática está no campo ideológico e não comercial). Confira:

Propaganda política
Compreende os esforços de partidos, candidatos e governos para angariar votos, atrair simpatizantes, fortalecer sua imagem ou persuadir sobre sua linha ideológica.

Durante o século XX, a propaganda política se tornou um instrumento poderoso para a implantação de regimes totalitários (mais adiante veremos alguns exemplos).

Portanto, é uma prática bastante ampla, que pode ser desmembrada em outros tipos de propaganda que veremos a seguir (eleitoral, partidária etc.).

Propaganda eleitoral
Acontece especificamente no momento das eleições, com a intenção de propagar o nome e a candidatura ao cargo político para a população. Para isso, partidos e candidatos utilizam as mais diversas estratégias, desde os famosos comícios até o marketing digital.

No Brasil, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é responsável por regulamentar a propaganda eleitoral para impedir o abuso de poder econômico e preservar a igualdade entre os candidatos.

Propaganda partidária
Dentro da propaganda política, existe também a partidária, que tem o objetivo de divulgar os ideais, programas e propostas dos partidos políticos para a população. Também é regulamentada pelo TSE no Brasil.

Não está necessariamente ligada a uma eleição ou a um candidato. A finalidade maior é atrair simpatizantes e filiados e, assim, consolidar o partido e suas ideologias na sociedade.

Ainda dentro da propaganda partidária, temos a intrapartidária, voltada para os integrantes do partido e realizada pelo filiado que deseja fortalecer seu nome para a disputa de um futuro pleito.

Propaganda governamental
A propaganda governamental também é política, realizada pelo governo e suas instituições.

Ela pode ter diferentes objetivos: prestar contas, informar a população, divulgar eventos e campanhas, conscientizar sobre uma causa ou sustentar a imagem do governo. É importante ressaltar que, no Brasil, não é permitido que ela promova a imagem de qualquer autoridade.

Propaganda de guerra
A propaganda de guerra pode se enquadrar também na propaganda governamental, embora nem sempre os grupos em conflito sejam representados por um governo.

O objetivo da propaganda de guerra é recrutar soldados, difundir uma ideologia e atacar os inimigos. Como veremos mais adiante, foi na Primeira Guerra Mundial que ela se tornou uma poderosa ferramenta bélica.

Propaganda religiosa
Historicamente, as religiões sempre buscaram a adesão de novos fiéis para propagar sua mensagem. Inicialmente, ela ocorria por meio do testemunho pessoal, depois pela música, artes plásticas e imprensa escrita, e hoje pela internet.

Foi assim que a Igreja Católica expandiu seu domínio religioso pelo mundo E é assim também que as atuais igrejas evangélicas têm conquistado um crescimento significativo no Brasil.


Propagandas famosas na história

A propaganda teve papel determinante na história da humanidade. Sem ela, talvez alguns movimentos não tivessem alcançado tanto poder (para o bem ou para o mal…). Vamos ver agora o papel da propaganda em importantes momentos históricos:

Propaganda católica
A religião católica inaugurou o uso da palavra propaganda como difusora de ideias. No século XVII, a intenção da Igreja era expandir a fé católica para o Novo Mundo. Afinal, quanto mais fiéis ela tivesse, mais poder teria.

Então, em 1622, o Papa Gregório XV criou a Congregação para Evangelização dos Povos (em latim, Congregatio de Propaganda Fide), com a missão de converter ao catolicismo os povos das novas terras, inclusive do Brasil.

O sino, a cruz, as procissões, a batina, o latim, a Bíblia — todos esses símbolos se tornaram propagadores da fé. Assim como no marketing atual, a força da marca e dos ícones foi determinante no sucesso do empreendimento missionário.

Propaganda Jesuíta

Propaganda na Reforma Protestante
Enquanto a Igreja empreendia as missões pelo Novo Mundo e detinha o poder na Europa, surgia a Reforma Protestante na Alemanha, liderada por Martinho Lutero.

Em vez de símbolos e imagens, o movimento se fortaleceu com a palavra escrita, com base nos panfletos de Lutero. Por isso, embora a Bíblia em latim tenha inaugurado o uso da imprensa, foi com a Reforma Protestante que a invenção de Gutemberg revolucionou a propagação de ideias.

Propaganda na Primeira Guerra Mundial
Um dos cartazes mais emblemáticos da história da propaganda surgiu no contexto da Primeira Guerra Mundial (1914-18). A imagem do Tio Sam com o dedo apontado para frente é de um poder persuasivo impressionante.

Propaganda Tio Sam

Cartazes como esse foram amplamente usados pelos países em guerra para recrutar jovens soldados e conquistar o apoio da opinião pública. O sentimento de patriotismo, a alegria de defender a nação, o repúdio aos inimigos, o racionamento de comida e o estímulo às doações eram os temas recorrentes da propaganda de guerra.

Nos Estados Unidos, o governo contratou o jornalista Walter Lippman e o psicólogo Edward Bernays para elaborar as estratégias de propaganda, que depois se tornaram base para as teorias de comunicação de massa.

Propaganda britânica

Propaganda nazista
É impossível falar da história da propaganda sem passar por um dos seus períodos mais sombrios: o nazismo.

Joseph Goebbels, que comandou o Ministério da Propaganda do Reich de 1933 a 1945, foi responsável por controlar a imprensa e as artes na Alemanha Nazista. Em suas mãos, a propaganda nazista conseguiu conquistar a lealdade dos alemães à tirania de Adolf Hitler.

Nessa época, as técnicas de propaganda foram aprimoradas e organizadas, com o objetivo claro de doutrinar o povo com recursos psicológicos.

Dessa forma, os ideais nazistas tomaram conta dos meios de comunicação alemães, enquanto tudo que era contra eles era censurado. A queima de 25.000 livros e o filme “Triunfo da Vontade”, de Leni Riefenstahl, são dois exemplos da ação da propaganda nazista.


Propaganda na Guerra Fria
Durante a Guerra Fria, a propaganda de guerra mostrou mais uma vez o seu poder, com recursos ainda mais criativos.

Filmes, comerciais, personagens e programas de rádio e televisão foram usados por Estados Unidos e União Soviética. Dentro e fora das suas fronteiras, o objetivo era influenciar a favor do capitalismo e do socialismo, respectivamente.

A propaganda dos EUA mostrava o American Way Of Life. Filmes de Hollywood, como 007 (que combatia os inimigos russos), e até desenhos animados, como o Pica Pau (que tem as cores da bandeira e sempre se dá bem!), foram usados para isso.

Propaganda: Pica pau e Leôncio

Já a União Soviética buscava valorizar as conquistas dos trabalhadores com o socialismo, para promover uma sociedade igualitária. A conquista do espaço e os esportes foram muito usados na propaganda socialista.


Propaganda no regime militar brasileiro
No Brasil, a propaganda política também teve força em um dos períodos mais marcantes da nossa história. O governo ditatorial (1964-85) utilizou imagens, lemas, imprensa, censura e esporte como armas para conquistar a opinião pública e legitimar o Regime Militar.

Um dos principais temas da propaganda militar era o ufanismo, representado pelo emblemático slogan “Brasil: ame-o ou deixe-o”, que demonstrava não só o sentimento nacionalista, mas também a postura diante da oposição ao regime.

O governo se aproveitou também do sucesso da Seleção Brasileira na Copa de 1970 e criou o hino “Pra Frente Brasil”, executado até hoje.


Propaganda eleitoral de Barack Obama
A tecnologia e as novas mídias potencializaram o poder da propaganda.

Barack Obama foi um dos primeiros a usar a internet com maestria. A campanha para a presidência dos EUA, em 2008, tornou-se um case de propaganda eleitoral.

Obama usou o poder de segmentação e personalização do marketing digital para arrecadar dinheiro de campanha e engajar os eleitores.


Barack Obama
@BarackObama
 We just made history. All of this happened because you gave your time, talent and passion. All of this happened because of you. Thanks

16:34 - 5 de nov de 2008
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Informações e privacidade no Twitter Ads
Propaganda terrorista
Infelizmente, a propaganda também dá poder a grupos extremistas. Um dos piores exemplos atuais é o Estado Islâmico, que vem usando a propaganda para recrutar soldados no mundo inteiro.

Para isso, os conteúdos vão desde as decapitações em massa, que intimidam seus inimigos ocidentais, até instruções para organizar atentados.

Esse tipo de propaganda provocou a reação dos gigantes da internet, Google e Facebook. Acusados de colaborarem para a disseminação de ideologias extremistas, eles já afirmaram que vão aprimorar a tecnologia para bloquear publicações de grupos terroristas.


Propaganda enganosa

A percepção de que a propaganda é capaz de influenciar as pessoas foi o motivo para ela ser usada em tantos momentos históricos, como nos exemplos que citamos.

Não por acaso, no período entre guerras (1918-39), os efeitos da propaganda de massa usada na Primeira Guerra Mundial foram estudados e deram origem a uma das principais teorias da comunicação: a Teoria Hipodérmica (ou da Bala Mágica).

Segundo essa teoria, que atualmente já está superada, a mensagem midiática atinge igualmente todos os receptores como uma “injeção de seringa hipodérmica”, provocando um efeito rápido e poderoso.

E foi exatamente isso que se viu na propaganda daquela época. A mídia conseguia direcionar a população para praticamente qualquer direção que o comunicador quisesse. Mesmo em regimes totalitários ou guerras impiedosas, a mensagem foi absorvida pela população.

Assim, percebeu-se o poder de persuasão da propaganda. Valia até mentir se o conteúdo ajudasse a vender um produto ou atender a algum interesse econômico ou político. E, dessa forma, surgiu a propaganda enganosa.

Em reação a ela, a sociedade começou a se mexer. Em 1938, os Estados Unidos já deram sinais de preocupação, com a promulgação do Wheeler-Lea Act pela Federal Trade Comission – FTC, responsável por regular as relações comerciais.

No Brasil, a sociedade demorou um pouco mais para se organizar. A propaganda passou a ser regulamentada pelo CONAR só na década de 1970, por iniciativa do próprio mercado publicitário. E, em 1990, surgiu o Código de Defesa do Consumidor.

Nestas regulamentações, é considerada enganosa qualquer mensagem de caráter publicitário que tenha falsidade (inteira ou parcial) ou omissão de informação e que, por isso, induza o consumidor ao erro em relação a produtos e serviços.

Só que elas se referem apenas ao que chamamos de publicidade neste post, não à propaganda. Aí, vale uma reflexão: será que os eleitores e os fiéis estão protegidos?

A propaganda política, eleitoral e governamental é regulamentada por outros códigos, mas não há especificação sobre a propaganda enganosa. Já a religiosa carece de legislação ou autorregulamentação específica.

8 técnicas de propaganda que você pode usar no marketing

Para alcançar o poder de influência — e, pode-se dizer, manipulação — das massas, a propaganda foi muito estudada. Assim, foram desenvolvidas algumas técnicas de persuasão que ainda hoje são usadas no marketing.

Selecionamos algumas delas, que você também pode usar nas suas estratégias. Ressaltamos que, nesta lista, estão apenas práticas legais, pois a propaganda enganosa e o apelo ao medo, por exemplo, não são permitidos pela lei brasileira. Confira:

1. Apelo à autoridade

Significa usar o depoimento ou a imagem de uma autoridade (alguém que tem prestígio social ou posição hierárquica) para validar uma ideia ou argumento.

Para a sua marca, por exemplo, você pode apresentar o depoimento de um cliente prestigiado dentro do seu mercado sobre a qualidade do seu produto.

Porém, quando a afirmação se baseia apenas na sua credibilidade, e não na razão, torna-se uma falácia. Por isso, se você quiser usar uma autoridade para fortalecer um argumento da sua marca, certifique-se de embasar a fala do especialista.

2. Desaprovação

Essa técnica é usada para desaprovar a ideia ou ação de um grupo que tem comportamento indesejado pelo público-alvo. Na propaganda nazista, por exemplo, os alemães foram induzidos a acreditar que os judeus prejudicavam a economia do país.

Essa técnica pode ser usada em campanhas de conscientização. Por exemplo: uma propaganda que mostra as ações de quem combina álcool e direção conquista a desaprovação do público para essa atitude.

3. Efeito dominó (Bandwagon)

Conhece o efeito maria-vai-com-as-outras? É isso que pretende o efeito dominó. A propaganda mostra que, se todo mundo está fazendo, você deveria fazer também para se sentir realizado.

E sabe onde isso acontece com frequência atualmente? No marketing digital! A prova social é um dos recursos mais usados pelo Facebook. Por exemplo, quando ele mostra que seus amigos curtiram determinado post, você se sente motivado a curtir também.

4. Supersimplificação

Lemas e slogans vagos foram muito usados para conquistar a adesão da população em geral. Embora sejam fortes, as frases não dizem muita coisa. Ressaltam o amor, honra, glória, paz, liberdade — valores que dificilmente encontram resistência.

Serve, hoje, para uma comunicação de marca generalista, que não encontrará barreiras em nenhum público, porém dificultará a identificação com grupos segmentados.

5. Palavras virtuosas

Essa técnica recorre ao sistema de valores do público-alvo para criar um discurso aceitável e envolvente. Palavras como felicidade, esperança, segurança, liderança e liberdade são usadas para despertar as emoções do receptor da mensagem.

Então, se você quer conquistar a adesão do público à sua marca, pense nos valores do seu público e utilize-os na sua comunicação para gerar essa conexão emocional.

6. Termos de efeito

É mais uma técnica que busca o poder das palavras. Termos de efeito usam o apelo emocional para criar frases impactantes, que não são analisadas à luz da razão.

Veja alguns exemplos: “o trabalho liberta” (nazismo), “Brasil: ame-o ou deixe-o” (ditadura militar) e “nenhum passo para trás” (União Soviética). Todas as frases são tocantes e dramáticas.

Para o seu marketing, fica a dica: valorize o poder de um bom slogan. Ele pode ser capaz de sintetizar a essência da sua marca, gerar identificação imediata do público e facilitar a lembrança, especialmente quando são criativos.

7. Homem comum

É a propaganda que utiliza a linguagem (visual e textual) e os pensamentos que o público-alvo está acostumado a usar. Assim, ela gera uma identificação e desperta confiança para a mensagem ser aceita e propagada.

O estudo de persona no marketing digital é muito relacionado a essa técnica. Você analisa o perfil do público para saber como se comunicar adequadamente com ele e atender às suas dúvidas e necessidades.

Na propaganda eleitoral, também é bastante comum retratar pessoas que representem a média da população brasileira. A intenção é mostrar que o candidato sabe se comunicar com todos.

8. Transferência

Essa técnica busca transferir as qualidades de uma pessoa ou de uma entidade para outra, com o objetivo de tornar esta mais aceitável.

A ditadura brasileira tem um bom exemplo disso. Depois da Copa de 70, a Seleção foi convidada para ir a Brasília, e o presidente Médici fez questão que Pelé estivesse sempre ao seu lado nas fotos. Por que será?

Para a sua marca, vale a pena pensar no poder de transferência dos influenciadores. Eles são admirados pelo seu público, então associá-los ao seu produto influencia positivamente nas escolhas do consumidor.


Enfim, gostou de ler sobre a propaganda? Com esse apanhado histórico, você pode perceber que muitas vezes a propaganda foi (e ainda é) usada para manipular a população.

Embora hoje o consumidor esteja mais informado e maduro, a propaganda ainda tem muito poder, especialmente junto a públicos mais vulneráveis, como crianças e idosos. Por isso, para você que trabalha com marketing, fica a dica: a ética deve estar sempre presente.

Então, agora que você já sabe tudo sobre propaganda, aumente seu conhecimento com o nosso post sobre os tipos de marketing!



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