quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

PESQUISA (CAPÍTULO 6)




Como fazer uma redação boa. Não é difícil. Basicamente, para fazer sua primeira redação você vai começar colocando no papel algumas ideias simples que você teve para escrever seu primeiro texto. Depois de escrever as primeiras ideias, você vai estruturar essas frases no formato certo. Essa estrutura é a organização do que vamos escrever. Uma boa redação é dividida em introdução, desenvolvimento e conclusão. Então vamos ver como fica essa organização:

Introdução

É um parágrafo de 2 a 3 frases apenas. A gente só põe nela o básico, dizemos do que vamos falar na redação.

Desenvolvimento

Pode conter de 2 a 4 parágrafos. É nele que a gente vai argumentar, discutir o tema da redação.

Conclusão

É um parágrafo com 2, 3 ou 4 frases. É um fechamento do texto.

Bom, agora que a gente já sabe como fica a estrutura de uma boa redação, vamos tentar construí-la.

 Faça as seguintes perguntas para criar a introdução, o desenvolvimento e a conclusão:
A introdução pode ser feita a partir da seguinte pergunta em relação ao tema: “o que eu penso sobre isso?”

O desenvolvimento pode ser obtido por meio das perguntas: “como posso provar isso?”, “Quais as causas disso?”, “Quais as consequências disso?”, “Como isso acontece?”, “De que forma posso realizar isso?”.

E a pergunta da conclusão é: “Que lição pode ser tirada disso?”

A partir dessas respostas é que você vai organizar sua redação. Repare que estamos dividindo a redação antes de começá-la, isso é muito importante. Os avaliadores não enxergam a redação como um único texto fechado e compacto, eles analisam o texto por etapas, por isso que você deve se preocupar com cada uma dessas etapas, para garantir que todas estão atendendo ao que eles esperam. Não há como fazer uma boa redação de outra forma que não seja dividindo e analisando individualmente a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Qualquer tentativa de misturar esses 3 fragmentos sem cautela irá destruir a sua nota. Com isso em mente, podemos prosseguir.

 Anote as ideias principais que servirão como argumentos
Antes de começar um texto, é muito útil escrever em uma folha algumas informações sobre o tema proposto. Por exemplo, digamos que o tema da redação seja “O chocolate no mundo moderno”. A primeira coisa que você deve fazer é anotar alguns fatos e argumentos que você conhece sobre chocolate. Por exemplo:

Chocolate em excesso faz mal
Existem diversos tipos de chocolate
A compra e venda de chocolate movimenta muito dinheiro
Muitas pessoas gostam de chocolate
Observe que as frases acima não são muito grandes nem muito elaboradas. Isso tem um motivo: a ideia aqui é que você coloque no papel a informação exatamente do jeito que ela veio à sua cabeça. Nesse momento, não estamos preocupados com a estrutura do texto, nem com a perfeição das frases, pois se você ficar “travado”, sem conseguir se expressar no papel, corre o risco de perder um bom argumento, além de perder muito tempo (talvez outras ideias relacionadas ao assunto sejam perdidas enquanto você tenta formular um pensamento rico e elaborado).

Então o propósito aqui é simples: coloque no papel aquilo que veio à cabeça, pois estamos apenas construindo nossos pilares. O próximo passo vai ser organizar os argumentos que criamos.

 Organize cada parágrafo do texto

Observando os argumentos que escolhemos sobre chocolate, podemos notar que o último argumento que criamos ali tem uma relação direta com o penúltimo:

A compra e venda de chocolate movimenta muito dinheiro
Muitas pessoas gostam de chocolate
Afinal, o mercado de chocolate movimenta muito dinheiro justamente pelo fato de que muitas pessoas gostam de chocolate. Isso também motiva a criação de vários tipos diferentes de chocolate, então o segundo argumento também pode ser incluído nesse raciocínio. Já o primeiro argumento serve como um alerta. Portanto, um parágrafo para nosso texto, contendo todas essas ideias, poderia ser:

– “Como muitas pessoas gostam de chocolate, o comércio desse produto movimenta muito dinheiro. Para aumentar as opções de sabores e aplicações, muitos tipos diferentes de chocolate são fabricados. No entanto, é preciso estar consciente de que chocolate em excesso faz mal”.

Observe que as frases desse parágrafo seguem uma lógica; não são apenas informações jogadas sem nexo. Essa lógica só existiu pelo fato de termos organizado as ideias que tivemos lá no início. Esse processo sempre vai ser utilizado para garantir um texto fluido e bem estruturado.

Agora sim estamos preocupados com o texto da redação, pois antes estávamos apenas preocupados em como construir argumentos para o tema. Fazer a redação é o segundo passo; primeiro você precisa colocar os argumentos no papel, como já comentamos. Esse detalhe acaba pegando muitos alunos no contrapé, pois tentar fazer uma redação do início ao fim diretamente é muito mais difícil e arriscado. Você fica sujeito a cometer muitos erros como fuga do tema, falta de coerência e conexão, etc.

 Entenda as etapas de uma boa redação

Muito bem, esse foi apenas um exemplo simples para você ter uma ideia de como um parágrafo se constrói na prática. Obviamente, aqueles argumentos que criamos sobre chocolate renderiam muitas outras frases e ideias, mas nosso objetivo era apenas mostrar o conceito de criação de argumentos e elaboração do texto a partir desses argumentos.



quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

OS QUESITOS DAS ESCOLAS DE SAMBA




Quesito Bateria
Para o quesito Bateria são levados em conta a manutenção e sustentação da cadência com o samba-enredo, a “perfeita conjugação de sons” dos instrumentos, a criatividade e a versatilidade. Devem ser desconsideradas eventuais panes no sistema de som, a utilização de instrumentos de sopro ou a não parada nos recuos, que não são obrigatórias.

Quesito Samba-enredo
No quesito Samba-Enredo são avaliadas a letra e a melodia, levando em conta a riqueza poética, a beleza e o bom gosto, além da capacidade da harmonia musical facilitar o canto e a dança dos componentes.

Quesito Harmonia
O quesito Harmonia analisa o entrosamento entre o ritmo e o canto, considerando a igualdade do canto pelos componentes em consonância com o puxador e a manutenção da tonalidade.

Quesito Evolução
A Evolução é a progressão da dança de acordo com o ritmo do samba executado pela bateria. O julgador deve analisar a fluência da escola na avenida e a espontaneidade, criatividade e empolgação dos componentes, penalizando atrasos, retrocessos, correria e buracos desnecessários entre as alas.

Quesito Enredo
O Enredo é a criação e apresentação artística do tema ou conceito escolhido pela escola de samba. O julgador deve analisar a capacidade de compreensão do tema proposto com as fantasias e alegorias levadas à avenida, bem como a criatividade e sequência da apresentação.

Quesito Alegorias e adereços
O quesito Alegorias e Adereços engloba os elementos cenográficos sobre rodas ou não, que devem ser julgados de acordo com a concepção e adequação ao tema, bem como a criatividade, impressão causada e o acabamento e cuidado na confecção e decoração. Nesse quesito também são avaliados os destaques e componentes que estejam nos carros alegóricos.

Quesito Fantasias
O quesito Fantasia julga a adequação dos vestuários dos componentes ao tema proposto para cada ala, bem como a uniformidade dos detalhes entre os componentes.

Quesito Comissão de frente
A Comissão de Frente é julgada de acordo com a concepção e a capacidade de causar impacto em sua função de saudar o público e apresentar a escola na avenida, levando em conta a coordenação, o sincronismo e a criatividade. É obrigatória a apresentação em frente às cabines de julgamento.

Quesito Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O último quesito é o casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira. É avaliada a adequação da roupa para a dança, bem como a beleza e o bom gosto. A dança não deve ser o samba e sim um bailado no ritmo do samba, com graça, leveza e harmonia entre o casal.



SAMBA DE ENREDO




O samba enredo é uma modalidade do samba moderno que surgiu em 1930, como peça oficial do carnaval no Rio de Janeiro, para dar mais vida ao desfile de uma escola de samba. Esse é criado com letra e melodia relatando fatos da natureza, do próprio samba e da vida daqueles que estariam sambando na avenida. A partir de 1930, os sambas enredos passaram a focar personagens, fatos históricos, temas culturais e sociais contando a história da personagem ou relatando algum fato.

Em 1946, os sambas enredos não mais podiam ser improvisados na hora do desfile. A partir desse período eles passaram a ser criados com bastante antecedência. Dessa forma, inúmeros sambas enredos são criados para que a melhor letra e melodia sejam escolhidas.

Como peça fundamental do carnaval, o samba enredo é um dos quesitos julgados pelos júris em cada escola de samba. Esse, não tem regra acerca de sua melodia, sendo que pode ser apresentado de forma romântica, badalada ou calma, importa apenas que seja condizente com a apresentação da escola.


A HISTÓRIA DAS ESCOLAS DE SAMBA







A Deixa Falar foi a primeira escola e samba do Brasil. Ela foi fundada em 18 de agosto de 1928, na cidade do Rio de Janeiro, por Nilton Basto, Ismael Silva, Silvio Fernandes, Oswaldo Vasques, Edgar, Julinho, Aurélio, entre outros. As cores oficiais desta escola de samba eram o vermelho e branco e sua estreia no carnaval carioca ocorreu no ano seguinte a sua fundação.



O termo “escola de samba” foi usado, pois na rua Estácio, onde aconteciam os ensaios, havia uma Escola Normal. A escola de samba Deixa Falar funcionava ao lado desta Escola Normal.



A Deixa Falar fez muito sucesso entre os moradores da região. Ela acabou por estimular a criação, nos anos seguintes, de outras agremiações de samba. Surgiram assim, posteriormente, as seguintes escolas de samba: Cada Ano Sai Melhor, Estação Primeira (Mangueira), Vai como Pode (Portela), Vizinha Faladeira e Para o Ano sai Melhor.



Nestas primeiras décadas, as escolas de samba não possuíam toda estrutura e organização como nos dias de hoje. Eram organizadas de forma simples, com poucos integrantes e pequenos carros alegóricos. A competição entre elas não era o mais importante, mas sim a alegria e a diversão.



Escolas de Samba Vencedoras nos Últimos Carnavais no Rio de Janeiro:


1999 - Imperatriz Leopoldinense

2000 - Imperatriz Leopoldinense

2001 - Imperatriz Leopoldinense

2002 - Mangueira

2003 - Beija-Flor

2004 - Beija Flor

2005 - Beija-Flor

2006 - Unidos de Vila Isabel

2007 - Beija-Flor

2008 - Beija-Flor

2009 - Acadêmicos do Salgueiro

2010 - Unidos da Tijuca

2011 - Beija-Flor

2012 - Unidos da Tijuca

2013 - Unidos de Vila Isabel

2014 - Unidos da Tijuca

2015 - Beija-Flor

2016 - Mangueira

2017 - Portela


Escolas de Samba Vencedoras nos Últimos Carnavais em São Paulo:


1999 - Vai-Vai, Gaviões da Fiel

2000 - Vai-Vai, X-9 Paulistana

2001 - Vai-Vai, Nenê de Vila Matilde

2002 - Gaviões da Fiel

2003 - Gaviões da Fiel

2004 - Mocidade Alegre

2005 - Império de Casa Verde

2006 - Império de Casa Verde

2007 - Mocidade Alegre

2008 - Vai-Vai

2009 - Mocidade Alegre

2010 - Rosas de Ouro

2011 - Vai-Vai

2012 - Mocidade Alegre

2013 - Mocidade Alegre

2014 - Mocidade Alegre

2015 - Vai-Vai

2016 - Império da Casa Verde

2017 - Acadêmicos do Tatuapé



domingo, 11 de fevereiro de 2018

LIVROS SOBRE O CARNAVAL CARIOCA




1) “CARNAVAL: PARA TUDO ACABAR NA QUARTA-FEIRA”
De  Raquel Valença (Editora Relume Dumará). “Raquel, que participa do documentário citado, comenta sobre a história do carnaval carioca, descrevendo as manifestações da cultura popular que disputavam espaço na folia carioca antes do apogeu das Escolas de Samba”, explica Amaro. A autora relançou este ano o livro “Serra, Serrinha, Serrano: Império do Samba”, revisão histórica do livro lançado em 1981.



2) “AS ESCOLAS DE SAMBA DO RIO DE JANEIRO”
De Sérgio Cabral (o pai) (Editora Lazuli).

“Trata-se de uma obra de grande referência para conhecer a histórias das escolas de samba do Rio de Janeiro. Depois de uma pequena introdução o livro acompanha as histórias das escolas de samba desde a Deixa falar (1928) até 1995, além de apresentar entrevistas com grandes nomes do samba e um histórico com o resultado dos desfiles, de 1932 a 1995”, esclarece o bibliotecário.




3) “SAMBEABÁ: O SAMBA QUE SE APRENDE NA ESCOLA”
De Nei Lopes (Editora Casa da Palavra).

“Nei Lopes é um dos maiores conhecedores da cultura negra brasileira. Além da história do samba/escolas de samba, o livro apresenta um breve vocabulário do mundo do samba e pequenos perfis de figuras ilustres e ainda conta com desenhos de Cássio Loredano, homenageando grandes sambistas e um bonito projeto gráfico que torna o livro muito agradável de ler. Destaque para a parte em que o autor trata da Escola de Samba Quilombo, do sambista-ativista-militante, Candeia (Antônio Candeia Filho, 1935-1978)”, revela Amaro.




4) “CARNAVAL CARIOCA: DOS BASTIDORES AO DESFILE”
De Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti (Editora UFRJ).

Amaro explica que o “livro é interessante para se pensar a questão tão debatida da tradição nas escolas de Samba”. A autora, segundo ele, aponta que “nunca houve uma forma de escola pronta, que tivesse sua natureza originalmente instituída e, a partir de então, modificada por elementos exógenos.”




5) “TIA CIATA E A PEQUENA ÁFRICA NO RIO DE JANEIRO”
De Roberto Moura (Editora Funart).

“O livro relata as mudanças ocorridas no Brasil no final do século XIX e início do século XX, com foco no fluxo de parte da população negra da Bahia para o Rio de Janeiro, com o advento da abolição. Essa população foi morar na região Saúde e cais do porto. O livro tem a importância de mostrar como as novas sínteses de cultura negra que neste período foram forjadas são as grandes referências da cultura brasileira, com destaque para a festa carnavalesca”, diz Amaro, defendendo que o livro esgotado merece ser relançado.

Segundo ele, são as escolas de samba que trazem um caráter menos violento e mais agregador para o carnaval carioca, “visto que ao buscarem sua legitimação ante ao poder público se ‘estruturam’ de foram a absorver as outras manifestações, assim como, todo tipo de público.  Talvez, originalmente, a mais democrática e agregadora das manifestações culturais brasileiras.”



sábado, 10 de fevereiro de 2018

DE CARNAVAL E COISAS ASSIM








O carnaval tem coisas assim:
Samba, suor e futebol.
Muita gente, muitos fatos ou quase nada.
Disso tudo, sobra pouco para mim.
Quem sabe o colorido expressivo.
No botequim uma comida qualquer.


Nas ruas, a confusão, o barulho.
Horas a fio esse desconforto
E algumas brigas de rotina
Pessoas que fazem parte desse enredo
Outras que vêm de longe.
Que loucura, minha gente.


O perigo em toda parte.
Mulher veste de homem
E homem veste de mulher.
Trânsito desordenado. Horário ficou no passado.
Sua mente pensa em desordem total
Não se espante, é carnaval.




A fisionomia das pessoas após o desfile é variada.
Cara de sono, cara de fome, cara de fantasia
E assim o carnaval vai passando.
Quando a cigana percebeu já estava envolvida
É o perde e ganha e o ganha e perde.
Entre um beijo na loura e um cheiro na morena.


Certas fantasias demonstram a felicidade
Outras, o mau gosto da pessoa.
Em nome de Momo, a festa se desenrola
As escolas disputam a prioridade
As baterias já cansadas esperam a consagração
A mulata suada delira em pensamentos.


Serpentinas e confetes já vão terminar
Ansiosidade se faz presente em toda parte.
De que adianta quatro dias fora da realidade?
Agora é hora da verdade. Acordar dos sonhos.
Tudo vai recomeçar.
Carnaval até o próximo ano.


José Carlos de Arruda.




EXPOSIÇÃO DE IDÉIAS (CAPÍTULO 5)



Ao contrário do que muitos pensam, a dissertação não é um texto artificial que se aprende apenas para cumprir com as exigências de vestibulares e outros concursos. Ela é um gênero textual muito presente no cotidiano de qualquer pessoa. Toda vez que analisamos um fato, conceituamos uma ideia, discutimos um assunto ou defendemos nossa opinião, estamos dissertando.

Para realizar tais ações, precisamos refletir sobre o tema em questão, selecionando informações relevantes, a partir de uma pesquisa em nosso acervo mental ou em fontes confiáveis diversas. As ideias selecionadas devem ser organizadas de um modo convincente, em uma estrutura lógica (tese, desenvolvimento, conclusão) e com uma linguagem clara, culta e objetiva. Afinal, dissertar é falar sério, é mostrar nosso jeito racional/ intelectual de interpretar certo assunto. Por isso há um vínculo obrigatório entre a realidade e o conteúdo da dissertação, na medida em que o leitor acredita que o autor desse texto esteja comprometido com a verdade.

A dissertação, que pode ser expositiva ou argumentativa, é o gênero textual mais solicitado em vestibulares porque permite à banca avaliar o candidato a partir de vários critérios, como:

capacidade de compreensão do tema e da proposta;
conhecimento da estrutura textual dissertativa;
domínio da norma culta da língua (já que esta é a esperada para esse tipo de texto);
nível cultural (necessário para garantir a informatividade do texto);
habilidade argumentativa, ou seja, de usar as informações selecionadas com o propósito de validar um determinado ponto de vista, tornando o texto convincente. Este item é especialmente importante na dissertação argumentativa.

A principal diferença entre a dissertação expositiva e a argumentativa é facilmente deduzida: a primeira expõe; a segunda argumenta. Cabem, porém, algumas considerações a mais sobre essa distinção:

Dissertação expositiva
É a modalidade textual adequada para tratar de informações tidas como verdades inquestionáveis e tem o objetivo de informar o leitor sobre o máximo de aspectos relevantes ligados ao tema.

Um trabalho escolar sobre o "Acordo Ortográfico", por exemplo, será uma dissertação expositiva se tiver como objetivo expor várias informações sobre o acordo, como os aspectos legais, as principais mudanças ocorridas na língua, os países afetados por essa reforma. Nesse caso, o aluno fará uma pesquisa séria, em fontes seguras e reconhecidas, como livros e revistas científicas. Anotará os dados principais e escreverá um texto organizado numa sequência lógica, em linguagem objetiva, partilhando com o leitor o seu conhecimento sobre o tema.

Quando houver itens polêmicos nesse tipo de trabalho, caberá ao aluno mostrar os dois (ou mais) lados divergentes, evitando revelar seu posicionamento, uma vez que a proposta é expor o máximo de aspectos relevantes que encontrou.

Dissertação argumentativa
Vai além da exposição organizada das informações. Nela o autor apresenta sua visão crítica do tema, ou seja, vê o assunto como algo polêmico, que gera diferentes versões sobre a "verdade" dos fatos.

Se o tema do trabalho sobre o Acordo Ortográfico fosse uma pergunta, como "O Acordo Ortográfico é essencial para o Brasil?", teríamos uma polêmica e, para desenvolvê-lo, precisaríamos escolher um lado, uma tese (sempre sujeita à discordância do leitor), fazendo uma dissertação argumentativa. Poderíamos usar os dados sobre o Acordo Ortográfico citados na dissertação expositiva (aspectos legais, as principais mudanças ocorridas na língua, os países afetados por essa reforma), mas agora enfatizando os pontos que ajudassem na defesa da nossa tese, descartando ou minimizando o peso das informações que não ajudassem nesse propósito.

Só existe argumentação porque há a possibilidade de discordância, assim há alguém para ser convencido, justificando o trabalho de uma argumentação para defender de modo convincente um determinado ponto de vista. Não há imparcialidade na dissertação argumentativa, assim o aluno que não se posiciona, que fica "em cima do muro", seja por insegurança ou por medo de desagradar a banca, comete um grave erro.

Nessa modalidade de dissertação, a maior parte do conteúdo deve destinar-se à apresentação de argumentos favoráveis à tese defendida e só é possível mostrar argumentos contrários se estes forem seguidos de contra-argumentos mais fortes, capazes de derrubar a oposição.

Vale lembrar que é possível usar trechos expositivos na dissertação argumentativa, mas é essencial que o aluno saiba qual é o propósito da sua redação: apenas expor fatos (dissertação expositiva) ou defender um ponto de vista (dissertação argumentativa), pois isso delimitará o que será ou não adequado àquele texto.


AVALIAÇÃO, ADEQUAÇÃO (CAPÍTULO 4)


Durante muito tempo, buscou-se a uniformidade linguística, por isso, tudo o que fugia da gramática normativa era considerado erro. O objetivo era fazer com que a fala fosse transcrição fiel da escrita na norma padrão.  Atualmente, o foco não está mais no conceito de certo e errado, mas no de adequado e inadequado, porque se entende que a linguagem (processo de interação comunicativa) não é homogênea, logo haverá níveis de linguagens e  níveis de fala.

Os níveis de linguagem e de fala são determinados por alguns fatores, acompanhe-os a seguir:

O interlocutor:
Os interlocutores (emissor e receptor) são parceiros na comunicação, por isso, esse é um dos fatores determinantes para a adequação linguística. O objetivo de toda comunicação é a busca pelo sentido, ou seja, precisa haver entendimento entre os interlocutores, caso contrário, não é possível dizer que houve comunicação. Por isso, considerar o interlocutor é fundamental. Por exemplo, um professor não pode usar a mesma linguagem com um aluno na faculdade e na alfabetização, logo, escolher a linguagem pensando em quem será o seu parceiro é um fator de adequação linguística.

Ambiente:
A linguagem também é definida a partir do ambiente, por isso, é importante prestar atenção para não cometer inadequações. É impossível usar o mesmo tipo de linguagem entre amigos e em um ambiente corporativo (de trabalho); em um velório e em um campo de futebol; ou, ainda, na igreja e em uma festa.

Assunto:
Semelhante à escolha da linguagem, está a escolha do assunto. É preciso adequar a linguagem ao que será dito, logo, não se convida para um chá de bebê da mesma maneira que se convida para uma missa de 7º dia.  Da mesma forma que não haverá igualdade entre um comentário de um falecimento e de um time de futebol que foi rebaixado.  É preciso ter bom senso no momento da escolha da linguagem, que deve ser usada de acordo com o assunto.

Relação falante-ouvinte:
A presença ou ausência de intimidade entre os interlocutores é outro fator utilizado para a adequação linguística. Portanto, ao pedir uma informação a um estranho, é adequado que se utilize uma linguagem mais formal, enquanto para parabenizar a um amigo, a informalidade é o ideal.

Intencionalidade (efeito pretendido):
Nenhum texto (oral ou escrito) é despretensioso, ou seja, sem pretensão, sem objetivo, todos são carregados de intenções.  E para cada intenção existe uma forma de linguagem que será compatível, por isso, as declarações de amor são feitas diferentes de uma solicitação de emprego. Há maneiras distintas para criticar, elogiar ou ironizar. É importante fazer essas considerações.






quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

RELATO HISTÓRICO (CAPÍTULO 3)



Alguns historiadores, políticos e militares da civilização grega e romana inauguraram um novo gênero: a historiografia. Esta que pode ser definida como o registro dos acontecimentos históricos. Os filósofos gregos mais renomados deste gênero foram Heródoto, Tucídides e Estrabão, assim como os romanos Tito Lívio, Tácito e Suetônio. Todas as suas obras narravam acontecimentos reais como batalhas, situações políticas do seu tempo, conflitos sociais, etc. Para os historiadores, estes relatos do passado oferecem um valor testemunhal de grande interesse, pois os acontecimentos descritos nessas obras permitem conhecer os feitos do passado, os personagens destacados e as circunstâncias que atuavam como contexto histórico.


O relato histórico do mundo clássico estabeleceu o início de um rumo para o tratamento da própria história como disciplina científica. Além do relato histórico tradicional, existem outras fontes historiográficas: a imprensa, o cinema, a publicidade e a televisão.

A história como relato é uma síntese de aspectos objetivos e subjetivos. O historiador precisa recorrer a fontes objetivas e trazer dados concretos. Entretanto, estes elementos objetivos são interpretados a partir da sua subjetividade.

O romance histórico

Relato histórico e romance histórico são conceitos equivalentes. O romance histórico é um gênero literário que normalmente se apresenta com uma particularidade: a fusão entre ficção e realidade. Geralmente o escritor de um relato histórico cria personagens e um enredo, tudo isso dentro de um contexto histórico. Neste sentido, pode-se dizer que este tipo de relato cria uma ficção recheada de fatos reais.

O romance histórico como gênero é provavelmente uma das tendências narrativas de maior aceitação entre os leitores. Na verdade, alguns romances históricos se tornaram autênticos Best Sellers, tais como “O viajante” de Gary Jennings, que narra as viagens de Marco Polo; “Os Pilares da Terra” de Ken Follet, que conta a construção de uma catedral gótica no contexto da Idade Média; e “Spartacus” de Howard Fast, que relata a história de um escravo trácio do século 1 a.C, o qual liderou uma rebelião contra os romanos.

A relação entre a historiografia e o romance histórico
O exemplo do romance “Spartacus” serve para ilustrar a relação entre os relatos historiográficos e o romance histórico do seu famoso personagem, assim, Plutarco, um historiador grego contemporâneo revelou este personagem em sua obra “A revolta de Espártaco” que serviu de fonte para o romance de Howard Fast.



ARTIGO ENCICLOPÉDICO (CAPÍTULO 2)




O texto enciclopédico é um gênero discursivo que apresenta, de maneira organizada, sistemática as informações básicas e necessárias para o entendimento de determinado conteúdo do conhecimento humano. A finalidade desse gênero é registrar e difundir o conhecimento acumulado, por meio de uma obra de referência( a enciclopédia) que pode ser consultada por qualquer pessoa a qualquer momento se necessário.

Contexto de circulação:
Antigamente, sem o advento das novas tecnologias e da internet, o texto enciclopédico era menos acessível sendo assim pouco disseminado pela sociedade. Porém com o avanço de novos meios de comunicações e do desenvolvimento de novos meios de transporte de informação, a enciclopédia propriamente dita começou a se tornar mais acessivel, sendo assim mais facilmente utilizada pela população. Os textos enciclopédicos podem ser encontrados em grande maioria na internet em sites de busca e de disseminação de conhecimentos diversos como o maus famoso site enciclopédico da atualidade, a Wikipédia.


Os leitores do Texto Enciclopédico:
O perfil dos leitores enciclopédicos pode ser definido de duas maneiras: são pessoas que procuram uma informação específica sobre algum ramo do conhecimento humano para realizar um trabalho escolar, uma matéria joranalistica, uma pesquisa academica; ou curiosos que gostam de ampliar seus conhecimentos.

Estrutura:
O texto enciclopédico é redigido por verbetes, que consistem  na apresentação de um assunto de forma sucinta e direta( como em dicionarios de lingua portuguesa). Porém nos textos enciclopédicos que procuram descrever detalhadamente o tal assunto, a estrutura é um pouco mais complexa. Assim como no verbete, é apresentado o termo base do texto como se fosse titulo, porém nos textos enciclopédicos não há titulo.
Logo em seguida é possível discorrer sobre o passado do assunto, como por exemplo a maneira como foi criado, ou quando surgiu, como se desenvolveu, depois suas formas de uso, definições e enfim a conclusão.

Exemplo:
EFEITO ESTUFA
O efeito estufa (português brasileiro) ou efeito de estufa (português europeu) é um processo que ocorre quando uma parte da radiação infravermelha emitida pela superfície terrestre é absorvida por determinados gases presentes na atmosfera. Como consequência disso, o calor fica retido, não sendo libertado para o espaço. O efeito estufa dentro de uma determinada faixa é de vital importância pois, sem ele, a vida como a conhecemos não poderia existir. Serve para manter o planeta aquecido, e assim, garantir a manutenção da vida.
O que se pode tornar catastrófico é a ocorrência de um agravamento do efeito estufa que destabilize o equilíbrio energético no planeta e origine um fenómeno conhecido como aquecimento global. O IPCC (Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas, estabelecido pelas Organização das Nações Unidas e pela Organização Meteorológica Mundial em 1988) no seu relatório mais recente diz que a maior parte deste aquecimento,observado durante os últimos 50 anos, se deve muito provavelmente a um aumento dos gases do efeito estufa.
Os gases de estufa (dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), Óxido nitroso (N2O), CFC´s (CFxClx) absorvem alguma radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra e radiam por sua vez alguma da energia absorvida de volta para a superfície. Como resultado, a superfície recebe quase o dobro de energia da atmosfera do que a que recebe do Sol e a superfície fica cerca de 30 °C mais quente do que estaria sem a presença dos gases «de estufa».
Um dos piores gases é o metano, cerca de 20 vezes mais potente que o dióxido de carbono, é produzido pela flatulência dos ovinos e bovinos, sendo que a pecuária representa 16% da poluição mundial. Cientistas procuram a solução para esse problema e estão desenvolvendo um remédio para tentar resolver o caso. Na Nova Zelândia pensou-se em cobrar-se taxas por vaca, para compensar o efeito dos gases emitidos.
Ao contrário do significado literal da expressão «efeito estufa», a atmosfera terrestre não se comporta como uma estufa (ou como um cobertor). Numa estufa, o aquecimento dá-se essencialmente porque a convecção é suprimida. Não há troca de ar entre o interior e o exterior. Já no efeito estufa atmosférico, parte da radiação infravermelha emitida pela superfície é absorvida pela atmosfera, aumentando sua temperatura, e parte é re-emitida em processo sucessivo que, ao final, termina com sua liberação para o espaço. Embora a temperatura aumente em ambos os casos, os processos físicos são bastante distintos.
A energia recebida pelo sol tem espectro de frequência diferente daquela emitida pela superfície terrestre. Os gases estufa são largamente transparentes à luz solar visível, e obstruem o infravermelho da Terra, retendo energia em nosso planeta.
O problema do aumento dos gases estufa e sua influência no aquecimento global, tem colocado em confronto forças sociais que não permitem que se trate deste assunto do ponto de vista estritamente científico. Alinham-se, de um lado, os defensores das causas antropogênicas como principais responsáveis pelo aquecimento acelerado do planeta. São a maioria e omnipresentes na mídia. Do outro lado estão os "céticos", que afirmam que o aquecimento acelerado está muito mais relacionado com causas intrínsecas da dinâmica da Terra, do que com os reclamados desmatamento e poluição que mais rápido causam os efeitos indesejáveis à vida sobre a face terrestre do que propriamente a capacidade de reposição planetária.
Ambos os lados apresentam argumentos e são apoiados por forças sociais.
A poluição dos últimos duzentos anos tornou mais espessa a camada de gases existentes na atmosfera. Essa camada impede a dispersão da energia luminosa proveniente do Sol, que aquece e ilumina a Terra e também retém a radiação infravermelha (calor) emitida pela superfície do planeta. O efeito do espessamento da camada gasosa é semelhante ao de uma estufa de vidro para plantas, o que originou seu nome. Muitos desses gases são produzidos naturalmente, como resultado de erupções vulcânicas, da decomposição de matéria orgânica e da fumaça de grandes incêndios. Sua existência é indispensável para a existência de vida no planeta, mas a densidade atual da camada gasosa é devida, em grande medida, à atividade humana. Em escala global, o aumento exagerado dos gases responsáveis pelo efeito estufa provoca o aquecimento do global, o que tem consequências catastróficas. O derretimento das calotas polares, dos chamados "gelos eternos" e de geleiras, por exemplo, eleva o nível das águas dos oceanos e dos lagos, submergindo ilhas e amplas áreas litorâneas densamente povoadas. O super aquecimento das regiões tropicais e subtropicais contribui para intensificar o processo de desertificação e de proliferação de insetos nocivos à saúde humana e animal. A destruição de habitats naturais provoca o desaparecimento de espécies vegetais e animais. Multiplicam-se assecas, inundações e furacões, com sua sequela de destruição e morte.


Influência de cada gás estufa no agravamento do efeito estufa.
Toda a absorção da radiação terrestre acontecerá próximo à superfície, isto é, nas partes inferiores da atmosfera, onde ela é mais densa, pois em maiores altitudes a densidade da atmosfera é baixa demais para ter um papel importante como absorvedor de radiação (exceto pelo caso do ozono). O vapor de água, que é o mais poderoso dos gases estufa, está presente nas partes inferiores da atmosfera, e desta forma a maior parte da absorção da radiação se dará na sua base. O aumento dos gases estufa na atmosfera, mantida a quantidade de radiação solar que entra no planeta, fará com que a temperatura aumente nas suas partes mais baixas. O resultado deste processo é o aumento da radiação infravermelha da base da atmosfera, tanto para cima como para baixo. Como a parte inferior (maior quantidade de matéria) aumenta mais de temperatura que o topo, a manutenção do balanço energético (o que entra deve ser igual ao que sai) dá-se pela redistribuição de temperaturas da atmosfera terrestre. Os níveis inferiores ficam mais quentes e os superiores mais frios. A irradiação para o espaço exterior se dará em níveis mais altos com uma temperatura equivalente a de um corpo negro irradiante, necessária para manter o balanço energético em equilíbrio.

Diponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_estufa

Postado por janaina nogueira



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