terça-feira, 3 de janeiro de 2017

A LÍNGUA PORTUGUESA NA FACULDADE





















Resumo

O presente trabalho discute a importância da introdução de disciplinas relacionadas à Língua Portuguesa nos cursos de graduação do país, principalmente naqueles que não estão relacionados com a linguagem, para que haja profissionais mais bem preparados para o dia-a-dia de suas determinadas profissões. Mostrar que a Língua Portuguesa está presente em todas as áreas do conhecimento também é um dos objetivos deste artigo.Uma breve discussão sobre a profissão de professor e a relação dele com a Língua também será abordada. Com base em análises de algumas grades curriculares de alguns cursos, pretende-se concluir que poucas pessoas dão a devida importância para nossa Língua, e poucas delas têm a noção de que sempre precisarão dela para tudo o que forem realizar.
Palavras-chave: disciplinas; Língua Portuguesa; cursos de graduação; conhecimento.

Abstract

This paper discusses the importance of introducing subjects related to Portuguese Language in under graduation course in this country, especially in those not related to languages so that may better prepare professionals for the day-by-day of their occupations. Showing that Portuguese Language is present in every area of knowledge is also one of the objectives of this paper. A brief discussion about the teacher profession and its relationship with the language will also be approached. Based on analyses of varied curricula of some courses, it is likely to conclude that few people give due importance to our language and fewer fathom that there will always be the need of it for every activity that they may accomplish.
Keywords: subjects; Portuguese Language, undergraduate courses, knowledge.

Apresentação

O poder que o ensino possui é de total mérito àquele que o exerce da melhor forma possível: o professor; mas não é só o professor que constitui um ambiente de ensino, assim como Paulo Freire (1996, p. 12) afirma: “não há docência sem discência”. Há também os alunos, e estes possuem os mesmos direitos e deveres que o professor. Quando falamos de deveres do professor, falamos em boa didática e também em boa fluência na sua língua-mãe, neste caso a Língua Portuguesa. Assim como os alunos de todos os cursos, atualmente, têm a necessidade de saber utilizar bem a sua língua, o professor tem o dever de fazê-lo da melhor forma possível (por ser nativo na Língua e pela sua profissão que consequentemente é uma profissão influenciadora), mesmo que o curso no qual o professor leciona seja um curso da área de Exatas.
Desde os primeiros centros de ensino criados no Brasil, já havia a introdução de disciplinas relacionadas à Língua. Quando os primeiros jesuítas criaram os centros de ensino, já fundamentavam suas aulas na aprendizagem da Língua Portuguesa (Ghiraldelli, 1957).
Com relação ao pioneirismo de ensino no Brasil, só pode se lembrar do nome do Padre Manuel da Nóbrega, cujo plano de estudos incluía a doutrina cristã, o ensino da Língua Portuguesa e a “escola de ler e escrever”. Vários membros da Companhia de Jesus, que se oficializou em 1540, comandavam as principais instituições educacionais. Quando os jesuítas foram expulsos do Brasil, havia dezessete colégios e Escolas de Primeiras Letras funcionando. Após a expulsão dos jesuítas em1759, aeducação foi pela primeira vez organizada pelo Estado, com influências do Iluminismo. Era o tempo das “aulas régias”. Mas ainda assim, para concluir os estudos, os estudantes dirigiam-se para a Europa, até a criação das primeiras escolas de nível superior no país por volta de 1800 (GUIRALDELLI, 1957). Mas a primeira universidade criada no Brasil foi a UFAM (Universidade Federal do Amazonas), na época: Escola Universitária Livre de Manáos (UFAM, 2012).
Por meio deste trabalho pretende-se verificar a grade curricular de vários cursos de graduação e também verificar se estes estão introduzindo disciplinas de Língua em seus cursos.
O maior objetivo deste artigo é discorrer sobre a importância da Língua Portuguesa em todas as áreas do conhecimento, porque mesmo para uma pessoa da área de Ciências Exatas, por exemplo, ela se faz presente, seja na comunicação, na simples escrita de um e-mail, ou na própria interpretação de códigos/conceitos.
É preocupante ver as dificuldades que pessoas formadas, e até pós-graduadas têm com a Língua Portuguesa. Atualmente vemos até médicos, advogados, dentistas com dificuldades na hora de falar e escrever corretamente. É pensando neste atual problema que há no Brasil, que se pretende falar da importância da nossa Língua para tudo.
É importante também, ressaltar que em nenhum momento pretendemos dizer que a Língua Portuguesa é mais importante do que qualquer outro tipo de conhecimento, mas sim que ela também se faz necessária para simples realizações do dia-a-dia, assim como cálculos matemáticos etc. “E sabemos que aprender uma língua é também aprender a pensar…” (CATELA, 2010, p. 1).

  1.  A Língua Portuguesa nos Cursos de Graduação e a sua Importância

“Mas porque chegam os alunos ao ensino superior com uma limitação tão séria na língua de ensino?” (CATELA, 2010, p.1). Essa é a grande questão.
Como nossos profissionais encaram a Língua Portuguesa é um problema que vem antes da universidade. Quando eles saem da escola básica, subtende-se que eles já deveriam dominar as regras e normas da Língua culta, mas não é isso que acontece. Sendo assim, esse problema discutido nesse artigo, vem desde a formação primária e também da atual crise que enfrentamos na Educação. O fato é que os alunos que ingressam no ensino superior apresentam muitas dificuldades até mesmo ao se expressar.  Na leitura também há grandes problemas, assim como Guiraldelo (2006, p.120) diz: “O brasileiro geralmente lê para ser avaliado, testado, quase nunca por prazer [...]”.
Uma solução seria revolucionar o ensino básico, porém muitos pedagogos e especialistas no assunto veem tentando fazê-lo sem sucesso. E também, aqui, não temos este propósito: de tentar mudar o ensino no país, e sim de discutir soluções para tentar melhorá-lo. Uma possível solução seria aumentar a quantidade e a qualidade das aulas de Língua Portuguesa desde o Ensino Básico, mas as escolas, em geral, parecem não se preocupar muito com a causa.
A pergunta na qual se inicia este capítulo vem de uma mestra em Educação de Portugal. Isso nos mostra que os brasileiros não estão sozinhos. Seria esse um problema de todos os falantes nativos de Língua Portuguesa? Talvez a resposta seja encontrada em alguma aula de sociolinguística, onde o que prevalece não são as normas da Língua e sim a Língua falada, ou seja, assim como vários teóricos já citaram, um dos problemas da Língua, é que falamos diferentemente do que escrevemos criando assim um conflito para muitas pessoas e crianças que estejam aprendendo a escrever. Este fato “pode parecer estranho pois, grosso modo, todo brasileiro domina o português, porém numa situação de interação verbal que exija uma certa formalidade, geralmente, os alunos apresentam dificuldades.”(PARISSOTO, 2009, p.1).
“Quando o tema avança para o nível universitário, soa ainda mais estarrecedora a ‘constatação’ da suposta incapacidade do estudante.” (BRITTO; CAMARGO, 2011, p. 2). A partir dessa afirmação do autor podemos notar que realmente enfrentamos uma grande crise linguística também no Ensino Superior, constatando o que fora dito anteriormente.
O simples fato de incluírem algumas disciplinas como: Português Instrumental, Português, Língua Portuguesa, Técnicas de Redação, Coesão e Coerência, Comunicação e Expressão, Leitura e Produção de Textos etc., já qualificariam melhor os alunos de cursos superiores em geral.  Exercícios como resenhas, resumos, relatórios são grandes aliados na hora de treinar a escrita. Um aluno que teve a oportunidade de treinar bastante esses tipos de atividades em seu curso de graduação, obviamente se sairá melhor na hora de escrever sua monografia, ou mesmo um artigo científico e quem sabe um dia, uma tese de doutorado. O que podemos prever é que sem esses treinos o aluno se sentirá perdido e inseguro para escrever seus futuros trabalhos. Assim como quase tudo na vida, escrever também é uma questão de prática, quanto mais se faz, melhor se faz. “Dessa forma, torna-se imprescindível o desenvolvimento de habilidades voltadas à leitura, interpretação e produção de textos.” (PARISOTTO, 2009, p.1). Queremos salientar também a importância do aluno universitário ser colocado em contato com vários livros, pois a aquisição da norma culta ocorre também por meio da leitura. Assim como Câmara Jr. (apud GUIRALDELO, p. 31) diz “[...] cada um de nós tem de saber usar uma boa linguagem para desempenhar o seu papel de indivíduo humano e de membro de uma sociedade humana”. Sendo assim para ele a linguagem faz parte da construção do ser humano, e todos devem possuí-la, pois com ela, o indivíduo adquire o poder e a capacidade de argumentar.
 Com relação, ainda, à importância de “saber escrever” atualmente, Madaleno (2007) diz:
Dominar a norma culta da língua portuguesa está se tornando cada vez mais importante para o sucesso de profissionais de todas as áreas. No passado, quando diretores, superintendentes e gerentes podiam contar com uma secretária, a falta de domínio da língua portuguesa não era tão notada, afinal, quem precisava escrever corretamente era ela. Hoje isso mudou. Com as empresas cada vez mais "enxutas", muitas vezes os executivos ou não possuem ou precisam dividir a mesma assistente. Assim, obrigatoriamente tiveram que começar a escrever relatórios, preparar documentos e enviar e-mails. (MADALENO, 2007, p. 01).
 Dessa forma podemos concluir esta seção com essa fantástica afirmação, que é a mais pura verdade dos dias atuais.

 2. Verificando as Disciplinas de Alguns Cursos de Graduação do Estado de São Paulo

Talvez o problema da grade curricular da maioria dos cursos não conter a Língua Portuguesa como prioridade, esteja no estabelecimento das leis que o MEC divulga, pois atualmente só uma parte dos currículos dos cursos tem de seguir padrões, a outra parte é de acordo com cada universidade. Sendo assim, deveria haver um padrão para cada curso e um padrão para todos, como por exemplo, a implementação de disciplinas voltadas à leitura e à escrita, uma vez que (como já fora citado) o mau desempenho linguístico de alunos e de profissionais formados é visivelmente um problema.
Falando um pouco mais sobre isso Gama (2011, p.1) complementa: “[...] pode-se dizer que a falta de um ensino sistematizado dos gêneros acadêmicos é preponderante, pois os acadêmicos são muitas vezes cobrados em escrever o que nunca lhes foi ensinado.” Isso nos diz também que além de não ensinarem regras de escrita, ainda cobram os acadêmicos de algo que não fora ensinado, demonstrando mais uma vez a ineficácia de nossas estruturas.
Para completar, o português foi abolido da grade curricular de maior parte das universidades. Os alunos se habituaram a considerá-lo uma disciplina de menor importância, algo sem relação direta com a vida prática. Resultado: o jovem termina o segundo grau com deficiências graves e as carrega para a vida profissional. (MADALENO, 2007, p. 1).
 Levando em conta essas considerações, iremos analisar a matriz curricular de alguns cursos oferecidos por universidades brasileiras atualmente, a fim de verificar o quanto se ensina a Língua Portuguesa. É importante dizer que essas análises foram feitas a partir de informações contidas no site de cada universidade pesquisada.
Analisando o curso de Pedagogia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, encontramos apenas uma disciplina voltada à Língua: Leitura e Produção de Textos de Educação. Sendo assim, das cinquenta disciplinas presentes no curso, apenas uma tem relação com a escrita e com a leitura de textos. Isso mostra que, mesmo em um curso de Humanas de uma universidade renomada, não há a devida importância à linguagem. É importante salientar que, esse curso é um curso de formação de professores, ou seja, o curso irá formar pessoas que futuramente irão até alfabetizar crianças, com isso pensamos: De que forma esses futuros professores vão ensinar a Língua Portuguesa a seus alunos?
Já no curso de Engenharia Civil da mesma universidade não encontramos nenhuma disciplina relacionada à Língua Portuguesa ou a qualquer tipo de linguagem. No máximo há Administração e Ética, que são as disciplinas que mais fogem da área de Exatas.  Nesse curso há noventa disciplinas, e nenhuma voltada à leitura ou à produção de textos, sendo assim, estamos formando engenheiros de que nível? Do tipo que não sabe nem sequer redigir um simples e-mail, ou pior, que não sabem elaborar seu currículo e pedem ajuda a outras pessoas? E na hora em que uma entrevista de emprego pedir para que ele escreva um pouco sobre ele? E também podemos citar a hora em que ele for redigir seu projeto, como ele irá fazê-lo sem uma base linguística? Temos que começar a pensar nessas questões.
Guiraldelo (2006, p. 38) com relação à profissão de engenheiro ressalta que: “[...] a leitura — ao lado de outras competências — é uma habilidade fundamental na formação de um Engenheiro [...]”.
No curso de Nutrição da Universidade Paulista (UNIP) há cinquenta e oito disciplinas na grade curricular, dentre elas encontramos três ligadas à leitura e à produção de textos: Interpretação e Produção de Textos, Comunicação e Expressão, Língua Brasileira de Sinais (optativa). O fato de esse curso ter mais disciplinas linguísticas do que os outros, já é um bom começo, mas poderia ser melhor, com mais disciplinas em que o aluno pudesse exercitar a escrita, afinal o futuro nutricionista irá precisar dela para escrever dietas aos pacientes, por exemplo.
O curso de Direito, também da UNIP, oferece as mesmas três disciplinas que no curso de Nutrição. No entanto, para um advogado, essas três disciplinas dentre as setenta e sete oferecidas, são muito poucas. Um advogado tem que dominar seu idioma, assim como o médico, a anatomia humana, para que ele seja bem sucedido em seu trabalho. Além dessas três disciplinas, deveria haver mais, voltadas também à interpretação de textos jurídicos, por exemplo. Um advogado, ao decorrer de sua profissão, terá que montar processos etc, com isso se ele digitar uma palavra errada, ele pode até prejudicar seu cliente, ou então pode interpretar algo errado, por falta de prática com a Língua, que a faculdade deveria proporcionar a ele. Ainda falando do processo a ser montado pelo advogado, ele também tem de ser claro para o juiz poder interpretar e entender.
Já o curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Anhembi Morumbi, só possui uma disciplina ligada à leitura e produção de textos: Comunicação e Expressão, dentre as quarenta e nove oferecidas. Na hora desse aluno tentar elaborar o seu Trabalho de Conclusão de Curso, ele pode acabar (infelizmente) recorrendo aos diversos meios, como por exemplo, pagar para fazerem seu trabalho.
Ao analisar o curso de Farmácia da Universidade Anhembi Morumbi, encontramos cinquenta e três disciplinas e apenas uma voltada à Língua, a famosa e tão oferecida: Comunicação e Expressão. Com isso pensamos que, o aluno quando formado será um farmacêutico que talvez não saiba interpretar a bula do remédio por falta de treino de sua própria Língua.
Para concluir nossa pesquisa, resolvemos avaliar um dos cursos mais tradicionais do país: o de Medicina na USP (Universidade de São Paulo). Dentre as inúmeras disciplinas que o ingressante no curso irá enfrentar, não há nenhuma que fuja da ciência da saúde, dessa forma, não encontramos nenhuma disciplina relacionada à Língua Portuguesa no curso. Fato que pode até ser relevado, contando que, o aluno ingressante no curso enfrentou provas severas de avaliação em todos os campos do conhecimento, no entanto, uma disciplina de Língua, mesmo que voltada à área da saúde não seria ruim para os futuros médicos. Em um caso de uma doença nova, se este médico tiver que escrever um relato para um congresso, por exemplo, dos sintomas do paciente? Provavelmente ele terá certas dificuldades.
Após essa pequena pesquisa nos sites das universidades escolhidas, nota-se que grande parte das universidades adotou a disciplina: Comunicação e Expressão, para tentar sanar as dúvidas dos alunos com relação à Língua, como se, apenas esta resolveria o problema de muitos alunos.
Dentre as universidades pesquisadas, percebemos que a introdução de disciplinas que foquem a nossa Língua ainda é precária, porém parece que algumas instituições isoladas estão começando a introduzir o estudo de línguas em seus currículos.

3. Considerações finais

Podemos dizer que de uma forma geral, a educação sempre teve seus altos e baixos, porém mais baixos que altos, e assim segue até os dias de hoje. Há alguns anos que, além da estrutura escolar não estar adequada à sociedade de hoje, os professores e alunos também não se adaptam uns com os outros. O contexto atual resume-se em professores desatualizados, sem vontade de ensinar e em alunos que não querem mais aprender na escola, pois sabem que a internet também poderá lhes ensinar. Obviamente há exceções, porém são poucas.
Para que esse quadro mude há duas opções: ou o ensino básico melhora, com relação aos ensinamentos de Língua e a todos os outros, ou todos os cursos de graduação do país introduzem disciplinas voltadas à melhoria da comunicação seja ela verbal ou escrita.
A comunicação escrita está cada vez mais se fazendo necessária, com o aumento de e-mails trocados entre as pessoas. Cada vez mais é preciso dominar a Língua escrita, até em redes sociais é necessário, sendo assim qualquer profissional formado tem, ou teria o dever de dominar a Língua para uma melhor comunicação.
Disciplinas relacionadas à Língua Portuguesa deveriam ser incorporadas nas matrizes curriculares de todos os cursos de graduação, inclusive em todos os cursos de Ciências Humanas, pois assim o rendimento linguístico dos alunos melhoraria muito até na hora de escrever um simples e-mail ao chefe, por exemplo. Mas não basta ser incorporada uma disciplina dentre cinquenta, por exemplo, temos que criar várias disciplinas que foquem o estudo e a prática da Língua. Ao introduzir o aluno às aulas de interpretação de textos, por exemplo, estamos criando cidadãos com um senso crítico, ou seja, criamos seres pensantes, assim como desejou Paulo Freire (1996). Enfim, esse é apenas um exemplo benéfico de estudarmos mais a nossa Língua, claramente há outros tão espetaculares, quanto.
Para Guiraldelo (2006) todos os professores têm o papel de formar leitores, não só os de Línguas, mas todos, pois a leitura é um ato importantíssimo para a formação de qualquer profissional. “[...] Quem não lê — mais do que isso: quem não lê bem — não só sabe menos, como tende a aprender menos dentro e fora da escola [...]” (LAJOLO apudGUIRALDELO, 2006, p. 43).
Para finalizar, realçando nossa opinião por meio da Madaleno (2007, p. 2):
 Aqueles que cometem erros de português ao falar e não são capazes de escrever dez linhas gramaticalmente corretas e com clareza, passam aos outros uma péssima imagem de pessoa mal informada, de nível cultural baixo, que não lê. Ou seja, podem ser grandes especialistas em suas áreas de atuação, mas que provavelmente não poderão transmitir seus valores. 

  4. Referências Bibliográficas

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<http://www.mackenzie.br/port


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