Na poesia, as rimas se caracterizam pela repetição de sons
no final de dois ou mais versos, conferindo musicalidade ao poema. As rimas
podem ser classificadas quanto à fonética, quanto ao valor, quanto à acentuação
e quanto à posição no verso e na estrofe.
Classificação quanto à fonética
Rima perfeita ou consoante: Em que há correspondência total
de sons, havendo repetição tanto dos sons vocálicos como dos sons consonantais.
falado/cantado;
presente/ausente;
particularidade/dificuldade.
Rima imperfeita: Em que apenas há correspondência parcial de
sons. Pode ser toante ou aliterante.
Rima toante (ou assonante): Em que há apenas a repetição dos
sons vocálicos.
boca/moça;
pálida/lágrima;
plátano/cálamo.
Rima aliterante: Em que há apenas a repetição dos sons
consonantais.
fez/faz;
lata/luto;
medo/moda.
Classificação quanto ao valor
Rima pobre: Quando as palavras que rimam pertencem à mesma
classe gramatical.
gato/pato;
correr/fazer;
amarelo/singelo.
Rima rica: Quando as palavras que rimam pertencem a
diferentes classes gramaticais.
noz/veloz;
altar/desenhar;
pente/surpreendente.
Rima rara ou preciosa: Quando as palavras que rimam possuem
terminações incomuns, pouco utilizadas, como combinações entre verbos e
pronomes.
estrelas/vê-las;
mandala/dá-la;
parabéns/vinténs;
profícuo/conspícuo.
Classificação quanto à acentuação
Rima aguda (ou masculina): Que ocorre entre palavras
oxítonas.
céu/chapéu;
cantor/pintor;
coração/animação.
Rima grave (ou feminina): Que ocorre entre palavras
paroxítonas.
cedo/medo;
agora/embora;
metade/amizade.
Rima esdrúxula: Que ocorre entre palavras proparoxítonas.
célula/cédula;
armário/salário;
propósito/leucócito.
Classificação quanto à posição no verso
Rima externa: Que ocorre no fim do verso.
“E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e
derramar meu pranto”
(Vinícius de Moraes)
Rima interna ou coroada: Que ocorre no interior do verso.
“A bela bola do Raul
Bola amarela”
(Cecília Meireles)
Classificação quanto à posição na estrofe
Rimas alternadas (ou cruzadas): Combinam-se alternadamente,
seguindo o esquema ABAB.
“O meu amor não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso nem
de uma rosa de
espuma!”
(Cecília Meireles)
Rimas emparelhadas (ou paralelas): Combinam-se de duas em
duas, seguindo o esquema AABB.
“Vagueio campos noturnos
Muros soturnos
Paredes de solidão
Sufocam minha
canção.”
(Ferreira Gullar)
Rimas interpoladas (ou intercaladas): Combinam-se numa ordem
oposta, seguindo o esquema ABBA.
“De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal
zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do
maior encanto
Dele se encante mais
meupensamento.”
(Vinícius de Moraes)
Rimas encadeadas: Quando as palavras que rimam se situam no
fim de um verso e no início ou meio do outro.
“Salve Bandeira do Brasil querida
Toda tecida de
esperança e luz
Pálio sagrado sobre o
qual palpita
A alma bendita do
país da Cruz”
(Francisco de Aquino
Correia)
Rimas mistas (ou misturadas): Quando apresentam outras
combinações e posições na estrofe, sem esquemas fixos.
“Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra
Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma
aventura
De tal modo
inconsequente
Que Joana a Louca de
Espanha
Rainha e falsa
demente
Vem a ser
contraparente
Da nora que nunca
tive.”
(Manuel Bandeira)
Versos brancos (ou soltos): São versos que não rimam com
nenhum outro verso.
“Uma palavra caída
das montanhas dos
instantes
desmancha todos os
mares
e une as terras mais
distantes…”
(Cecília Meireles)
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