terça-feira, 12 de junho de 2018

VERSO LIVRE






Versos livres: São versos que não possuem métrica, são versos introduzidos pelo modernismo e não se baseiam em critérios predefinidos, mas em decisões que o poeta toma intuitivamente ou em normas por ele criadas. Um exemplo é "Na Rua do Sabão" de Manuel Bandeira ou "Um boi vê os homens" de Carlos Drummond de Andrade.

Cuidado para não confundir versos livres com versos brancos.

Versos brancos: São versos que possuem métrica, mas não utilizam rimas. Desde o século XVIII temos como exemplo o poema "O Uruguay" de Basílio da Gama e no século seguinte os românticos também o empregaram como Álvares de Azevedo e Fagundes Varela. Vejamos um exemplo de Carlos Drummond de Andrade, primeira estrofe do poema "O Elefante":

Fabrico um elefante

de meus poucos recursos.

Um tanto de madeira

tirado a velhos móveis

talvez lhe dê apoio.

E o encho de algodão,

de paina, de doçura.

A cola vai fixar

suas orelhas pensas.

A tromba se enovela,

é a parte mais feliz

de sua arquitetura. (...)

Em "A Rosa do Povo" ---1945---, livro de Carlos Drummond de Andrade, ao qual pertence o poema "O Elefante". Página 104. Editora Record, 2001.



O verso livre é autónomo em relação aos esquemas métricos, mas esta autonomia é relativa, uma vez que a poesia não deixa nunca de integrar-se numa certa musicalidade e num certo ritmo.

No início do século XX, muitos poetas acreditavam que o século XIX tinha realizado o máximo que podia ser conseguido com a métrica regular, e rejeitaram-na, preferindo métricas irregulares, que tornavam possível exprimir o pensamento de modo claro e sem distorções.

A mudança para o verso livre iniciou-se sob as influências muito diversas do poeta norte americano Walt Whitman e do poeta francês Stéphane Mallarmé.

Poetas como Robert Graves e W.H. Auden criticaram o verso livre, sob o pretexto de que lhe faltava a dificuldade de que necessita o verdadeiro talento.

Em Portugal, podem considerar-se alguns dos poemas de Eugénio de Castro como os primeiros em verso livre. Exemplos posteriores encontram-se nas obras de Fernando Pessoa e seus heterónimos (particularmente Álvaro de Campos) e de Mário Cesariny.



Fonte(s):

http://machadodeassis.wikispaces.com/file/view/poesia.doc

https://pt.wikipedia.org/wiki/Verso_branco

http://www.lusofoniapoetica.com/artigos/teoria-poetica/verso-livre.html



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