Versos livres: São versos que não possuem métrica, são
versos introduzidos pelo modernismo e não se baseiam em critérios predefinidos,
mas em decisões que o poeta toma intuitivamente ou em normas por ele criadas.
Um exemplo é "Na Rua do Sabão" de Manuel Bandeira ou "Um boi vê
os homens" de Carlos Drummond de Andrade.
Cuidado para não confundir versos livres com versos brancos.
Versos brancos: São versos que possuem métrica, mas não utilizam
rimas. Desde o século XVIII temos como exemplo o poema "O Uruguay" de
Basílio da Gama e no século seguinte os românticos também o empregaram como
Álvares de Azevedo e Fagundes Varela. Vejamos um exemplo de Carlos Drummond de
Andrade, primeira estrofe do poema "O Elefante":
Fabrico um elefante
de meus poucos recursos.
Um tanto de madeira
tirado a velhos móveis
talvez lhe dê apoio.
E o encho de algodão,
de paina, de doçura.
A cola vai fixar
suas orelhas pensas.
A tromba se enovela,
é a parte mais feliz
de sua arquitetura. (...)
Em "A Rosa do Povo" ---1945---, livro de Carlos
Drummond de Andrade, ao qual pertence o poema "O Elefante". Página
104. Editora Record, 2001.
O verso livre é autónomo em relação aos esquemas métricos,
mas esta autonomia é relativa, uma vez que a poesia não deixa nunca de
integrar-se numa certa musicalidade e num certo ritmo.
No início do século XX, muitos poetas acreditavam que o
século XIX tinha realizado o máximo que podia ser conseguido com a métrica regular,
e rejeitaram-na, preferindo métricas irregulares, que tornavam possível
exprimir o pensamento de modo claro e sem distorções.
A mudança para o verso livre iniciou-se sob as influências
muito diversas do poeta norte americano Walt Whitman e do poeta francês
Stéphane Mallarmé.
Poetas como Robert Graves e W.H. Auden criticaram o verso
livre, sob o pretexto de que lhe faltava a dificuldade de que necessita o
verdadeiro talento.
Em Portugal, podem considerar-se alguns dos poemas de
Eugénio de Castro como os primeiros em verso livre. Exemplos posteriores
encontram-se nas obras de Fernando Pessoa e seus heterónimos (particularmente
Álvaro de Campos) e de Mário Cesariny.
Fonte(s):
http://machadodeassis.wikispaces.com/file/view/poesia.doc
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verso_branco
http://www.lusofoniapoetica.com/artigos/teoria-poetica/verso-livre.html
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