terça-feira, 26 de junho de 2018

POETA OU ESCRITOR?






                 
Deusa da Literatura, diga-me, por favor,
Quais as diferenças entre poeta e escritor ?
Dizem que o escritor é sempre ativo
E o poeta mais sensível e intuitivo!

Falam que todo o poeta
Tem alma sagrada de profeta!
Mas, há escritor que é vidente
Pois, adivinha o futuro pela frente!

Ás vezes a prosa
Leve e maravilhosa
Beija a linda poesia
Num ensolarado dia!

Então a suave poesia e a densa prosa
Podem ser escritas pelo mesmo autor
Com sensibilidade livre e graciosa
Que somente tem quem é escritor!

Para escrever uma verdadeira poesia
É preciso possuir emoção e sentimento
Para escrever prosa tem que ter harmonia
Pois a coesão e a coerência não ficam ao relento!

A poesia pode ser uma estória pequena
A prosa pode ser uma poesia sem rimas
Como a flor de uma azulada alfazema
No jardim das ricas obras-primas!

Ás vezes uma poesia é uma mini-prosa
E uma prosa é uma poesia com tema desenvolvido
Um bom escritor sempre tem o coração dividido
Entre a poesia suave e a prosa maravilhosa!

Todo o cronista, ou, todo poeta
Pode ser considerado escritor
Porque tem alma de poeta
E expressa, nas palavras, o amor.


Luciana do Rocio Mallon


Fonte:                   https://groups.google.com/forum/#!topic/balela/QooHLcgf4Ck





domingo, 24 de junho de 2018

O QUE É LÍNGUA PORTUGUESA?



   



Dia Mundial da Língua Portuguesa e da Cultura é celebrado nesta sexta-feira, 5 de maio; idioma tem mais de 260 milhões de falantes ao redor do mundo; ONU News conversou com pessoas de todos países onde o português é língua oficial.

ONU News em Nova Iorque.*

Mais de 260 milhões de pessoas ao redor do mundo celebram nesta sexta-feira, 5 de maio, o Dia Mundial da Língua Portuguesa e da Cultura na Cplp.

Para marcar a data, a ONU News perguntou a pessoas de vários países, onde se fala o português, o que a língua significa para elas.

Fator de união

“Eu sou Xavier Rosa, de Angola. A língua portuguesa para mim significa um fator de união, principalmente para seus falantes. É uma língua muito importante, contribuiu para a nossa coesão, união e coesão entre os falantes da mesma. A sua importância é estratégica porque hoje se repararmos a língua portuguesa, além de elemento de comunicação entre os seus falantes, também já é um instrumento de trabalho em várias organizações.”

Raul Cabral, da Guiné-Bissau, também acredita que o idioma una as “diferentes culturas que existem pelo mundo afora” em países onde se fala o português.

“Eu acho que o português é, se calhar, das poucas línguas onde pode-se dizer que existe quer na África, quer na Ásia, na América Latina, na Europa. E é uma língua que hoje não pertence a X ou Y num país, mas pertence a todos. Eu diria que, em muitos casos, é a união dos povos e de culturas.”

Migrante

A brasileira Sandra Guy falou da importância da língua em sua experiência vivendo fora do Brasil.

“A língua portuguesa para mim representa tudo porque eu estou vivendo nos Estados Unidos há mais de 30 anos. A língua através da música, da leitura, me liga ao meu país. Eu tenho a oportunidade de conversar com estrangeiros aqui que amam a língua portuguesa, que querem falar comigo em português... Então, fica essa troca de experiências também com os nossos irmãos da África. A gente assim morando fora fica assim uma irmandade, então, a língua é tudo para a gente.”

Emoção

A portuguesa Ana Carmo também vive nos Estados Unidos. Ela falou à ONU News sobre a emoção e sonoridade que afirmou estarem presentes no idioma.

“Para mim, a língua portuguesa significa uma certa complexidade porque expressar-me na língua portuguesa é bem diferente, por exemplo, do que falar em inglês, eu vivo em Nova Iorque e trabalho em inglês. Para mim, é muito diferente escrever em português do que escrever em inglês porque tem muito mais emoção, eu acho, na língua portuguesa e tenho muito mais facilidade em expressar os meus sentimentos e acho que as palavras têm uma sonoridade bem bonita.”


A ONU News conversou com falantes de todos os países de língua portuguesa e os depoimentos estarão disponíveis nesta sexta-feira.

A Comunidade de Países de Língua Portuguesa, Cplp, comemora a data na sede das Nações Unidas na próxima semana.


FONTE: https://news.un.org/pt/story/2017/05/1584921-especial-o-que-lingua-portuguesa-significa-
para-voce



terça-feira, 19 de junho de 2018

COMO TRABALHAR COM A LÍNGUA PORTUGUESA EM SALA DE AULA




Desde o início da década de 80, o ensino da língua portuguesa vem sido muito discutido acerca da necessidade de melhorar a educação do país. Uma das maiores dificuldades das escolas é ensinar seus alunos a ler e a escrever, tal barreira reflete num índice de pessoas alfabetizadas não muito favorável. Este obstáculo é encontrado no fim da primeira série do ensino fundamental (alfabetização) e na quinta série do mesmo (ineficiência da linguagem).

Através do PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais), o professor encontra uma espécie de síntese mostrando um possível avanço hoje, comparado a anos anteriores. Nos anos 60, por exemplo, buscava-se no aluno o fracasso escolar; havendo lógica, visto que em parte dos discentes o ensino parecia funcionar. Nos anos oitenta, começava a circular entre os educadores livros e artigos que davam conta de uma mudança no processo de alfabetização: “Como se ensina” e “Como se aprende”. Esse seguimento ajudou os professores a compreenderem aspectos importantes de aprendizagem da leitura e da escrita.


Deduziu-se que as crianças de famílias favorecidas, financeiramente, desenvolviam um melhor aprendizado em virtude de viverem em círculos sociais mais cultos e estarem mais perto de escritores e leitores “assíduos” e, muitas vezes, praticantes. Essas investigações também favoreceram para o entendimento que o processo de alfabetização não é um processo baseado em memorização, mas sim um seguimento no qual o aluno, para aprender a ler e escrever, precisa construir um conhecimento de natureza conceitual, ou seja, ele precisa entender não só o que a escrita representa, mas de que forma representa graficamente.

O professor de Língua Portuguesa que tem como base as indicações dos Parâmetros Curriculares Nacionais utiliza-se de boas dicas e exemplos a serem usados em sala de aula. O PCN tem como objetivo auxiliar o educador no cumprimento de seu trabalho juntamente aos educandos, visando assim um bom aproveitamento de ambos; mestre e aluno.

O acesso aos recursos culturais vai depender do espírito empreendedor de cada professor, este pode ser criativo, utilizando o que a escola tem a oferecer a seus alunos, e a partir disso trabalhar em sala de aula. A Língua Portuguesa requer muitas atividades, nas quais os gêneros textuais estejam inseridos, ou seja, o uso de propagandas, revistas, jornais, folhetins, bilhetes, receitas, enfim. Estes materiais não são de difícil acesso, independente da situação em que a instituição encontra-se. E o fundamental e essencial a ser repassado aos estudantes não é tarefa difícil, um professor que esteja em constante evolução saberá como trabalhar assuntos interessantes de acordo a idade e série a ser ensinada.

Porém é fato que uma escola, onde o acervo de materiais, fornecidos a alunos e professores, seja de grande proporção, ajudará e colaborará numa melhor aprendizagem e formação dos estudantes. Uma biblioteca que tenha um grande acervo de livros, recurso áudio-visual, laboratórios de informática, entre outros; fará com que os educadores estejam frente a frente com uma infinidade de opções e formas de ensinar. Mas sempre com a prioridade de educar os alunos para a vida, lidando com as realidades do dia a dia, usufruindo as mais variadas culturas que cada sala de aula possui (alunos).

Sendo assim, os Parâmetros Curriculares Nacionais servem, também, como instrumento de discussão entre professores e orientadores na elaboração das aulas, criação de projetos, feiras estudantis e, finalizando, como atualização e crescimento profissional a todos educadores que usarem do PCN para fins dentro de cada instituição



sábado, 16 de junho de 2018

CELLP - UERJ CONCURSO PÚBLICO






O Colegiado do Curso de Especialização em Língua Portuguesa (CELLP), no uso de suas prerrogativas estatutárias, torna público o Edital para seleção de candidatos ao preenchimento das vagas oferecidas para o segundo semestre de 2018, no âmbito do Convênio celebrado com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), DOE, de 17/6/2013 – CELLP-UERJ, cujos dispositivos assim se definem:

Dos candidatos

Podem concorrer ao preenchimento das vagas cidadãos brasileiros e estrangeiros que detenham título de bacharel ou licenciado em Língua Portuguesa, comprovado mediante diploma ou certificado expedido por instituição de ensino superior credenciada pelo Ministério da Educação. No caso de diplomas e certificados expedidos por instituições de ensino estrangeiras, exigir-se-á a devida validação em território nacional, nos termos da legislação atinente.

Das vagas

A seleção de candidatos para matrícula no CELLP-UERJ visa ao preenchimento de 40 vagas em turma única.

Destinar-se-ão 30% das vagas, prioritariamente, aos candidatos que tenham concluído o Curso de Graduação na UERJ, nos termos do Convênio CELLP-UERJ.

Da documentação

A inscrição no concurso condiciona-se à apresentação dos seguintes documentos:

Cópia autenticada do diploma ou do certificado de conclusão de curso de bacharelado ou de licenciatura em Língua Portuguesa. Aceita-se cópia autenticada da declaração de conclusão de curso, na qual conste a data da colação de grau.

Cópia do documento de identidade e do CPF.

Uma foto 3X4.

Do calendário
Inscrição: de 1 de junho a 29 de junho de 2018, das 10h às 17h (pessoalmente).

Local da inscrição, da prova e do curso: Liceu Literário Português, Rua Pereira da Silva, n.º 322 – Laranjeiras – RJ, CEP 22221-140.

Telefones (21) 2225-0423 / 2225-4362 / 2225-1746 / 2265-1497. Correio eletrônico: celp-ilp@liceuliterario.org.br

Prova escrita eliminatória e classificatória: 2 de julho de 2018.

Resultado final: 18 de julho de 2018.

Matrícula: 18 de julho a 20 de julho de 2018.

Início do semestre letivo: 6 de agosto de 2018.

Da seleção

O processo de seleção constará de prova escrita, de caráter eliminatório e classificatório, em que se avaliará o domínio da língua culta e noções gramaticais e estilísticas dos sistemas fonológico, morfológico e sintático do português.

Não será permitida a consulta a material bibliográfico.
A prova terá duração de 4 horas, com início às 14h.
Os candidatos deverão chegar ao local da prova com 30 minutos de antecedência.
As notas serão atribuídas numa escala de 0 a 10.

Para fins de aprovação, o candidato deverá obter, no mínimo, nota 6 (seis).

Em caso de empate, dar-se-á, pela ordem, preferência ao candidato: a) com maior nota na redação; b) mais idoso.

O resultado final, por ordem decrescente de notas, será afixado, de acordo com o calendário, no quadro de aviso, sem prejuízo de outras formas de divulgação. Não se divulgará o resultado por telefone.

Em caso de desistência de candidato aprovado e classificado, será chamado para preenchimento da vaga o candidato imediatamente seguinte na ordem de classificação.

A falta do candidato à prova escrita implicará automática exclusão do concurso.

Não haverá revisão de prova.

Do curso
As disciplinas obrigatórias serão ministradas às segundas, quartas e sextas-feiras, com opção de troca de um desses dias pela terça-feira ou quinta-feira.

O curso funcionará à tarde, das 14h às 17h10min.


Os casos omissos serão decididos pelo Colegiado do CELLP-ILP.



sexta-feira, 15 de junho de 2018

CLASSIFICAÇÃO DAS RIMAS





Na poesia, as rimas se caracterizam pela repetição de sons no final de dois ou mais versos, conferindo musicalidade ao poema. As rimas podem ser classificadas quanto à fonética, quanto ao valor, quanto à acentuação e quanto à posição no verso e na estrofe.

Classificação quanto à fonética

Rima perfeita ou consoante: Em que há correspondência total de sons, havendo repetição tanto dos sons vocálicos como dos sons consonantais.

falado/cantado;
presente/ausente;
particularidade/dificuldade.

Rima imperfeita: Em que apenas há correspondência parcial de sons. Pode ser toante ou aliterante.

Rima toante (ou assonante): Em que há apenas a repetição dos sons vocálicos.

boca/moça;
pálida/lágrima;
plátano/cálamo.
Rima aliterante: Em que há apenas a repetição dos sons consonantais.

fez/faz;
lata/luto;
medo/moda.
Classificação quanto ao valor
Rima pobre: Quando as palavras que rimam pertencem à mesma classe gramatical.

gato/pato;
correr/fazer;
amarelo/singelo.
Rima rica: Quando as palavras que rimam pertencem a diferentes classes gramaticais.

noz/veloz;
altar/desenhar;
pente/surpreendente.
Rima rara ou preciosa: Quando as palavras que rimam possuem terminações incomuns, pouco utilizadas, como combinações entre verbos e pronomes.

estrelas/vê-las;
mandala/dá-la;
parabéns/vinténs;
profícuo/conspícuo.

Classificação quanto à acentuação

Rima aguda (ou masculina): Que ocorre entre palavras oxítonas.

céu/chapéu;
cantor/pintor;
coração/animação.
Rima grave (ou feminina): Que ocorre entre palavras paroxítonas.

cedo/medo;
agora/embora;
metade/amizade.
Rima esdrúxula: Que ocorre entre palavras proparoxítonas.

célula/cédula;
armário/salário;
propósito/leucócito.
Classificação quanto à posição no verso
Rima externa: Que ocorre no fim do verso.

“E em louvor hei de espalhar meu canto
 E rir meu riso e derramar meu pranto”
 (Vinícius de Moraes)

Rima interna ou coroada: Que ocorre no interior do verso.

“A bela bola do Raul
 Bola amarela”
 (Cecília Meireles)

Classificação quanto à posição na estrofe

Rimas alternadas (ou cruzadas): Combinam-se alternadamente, seguindo o esquema ABAB.

“O meu amor não tem
 importância nenhuma.
 Não tem o peso nem
 de uma rosa de espuma!”
 (Cecília Meireles)

Rimas emparelhadas (ou paralelas): Combinam-se de duas em duas, seguindo o esquema AABB.

“Vagueio campos noturnos
 Muros soturnos
 Paredes de solidão
 Sufocam minha canção.”
 (Ferreira Gullar)

Rimas interpoladas (ou intercaladas): Combinam-se numa ordem oposta, seguindo o esquema ABBA.

“De tudo, ao meu amor serei atento
 Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
 Que mesmo em face do maior encanto
 Dele se encante mais meupensamento.”
 (Vinícius de Moraes)

Rimas encadeadas: Quando as palavras que rimam se situam no fim de um verso e no início ou meio do outro.

“Salve Bandeira do Brasil querida
 Toda tecida de esperança e luz
 Pálio sagrado sobre o qual palpita
 A alma bendita do país da Cruz”
 (Francisco de Aquino Correia)

Rimas mistas (ou misturadas): Quando apresentam outras combinações e posições na estrofe, sem esquemas fixos.

“Vou-me embora pra Pasárgada
 Vou-me embora pra Pasárgada
 Aqui eu não sou feliz
 Lá a existência é uma aventura
 De tal modo inconsequente
 Que Joana a Louca de Espanha
 Rainha e falsa demente
 Vem a ser contraparente
 Da nora que nunca tive.”
 (Manuel Bandeira)

Versos brancos (ou soltos): São versos que não rimam com nenhum outro verso.

“Uma palavra caída
 das montanhas dos instantes
 desmancha todos os mares
 e une as terras mais distantes…”
 (Cecília Meireles)





terça-feira, 12 de junho de 2018

VERSO LIVRE






Versos livres: São versos que não possuem métrica, são versos introduzidos pelo modernismo e não se baseiam em critérios predefinidos, mas em decisões que o poeta toma intuitivamente ou em normas por ele criadas. Um exemplo é "Na Rua do Sabão" de Manuel Bandeira ou "Um boi vê os homens" de Carlos Drummond de Andrade.

Cuidado para não confundir versos livres com versos brancos.

Versos brancos: São versos que possuem métrica, mas não utilizam rimas. Desde o século XVIII temos como exemplo o poema "O Uruguay" de Basílio da Gama e no século seguinte os românticos também o empregaram como Álvares de Azevedo e Fagundes Varela. Vejamos um exemplo de Carlos Drummond de Andrade, primeira estrofe do poema "O Elefante":

Fabrico um elefante

de meus poucos recursos.

Um tanto de madeira

tirado a velhos móveis

talvez lhe dê apoio.

E o encho de algodão,

de paina, de doçura.

A cola vai fixar

suas orelhas pensas.

A tromba se enovela,

é a parte mais feliz

de sua arquitetura. (...)

Em "A Rosa do Povo" ---1945---, livro de Carlos Drummond de Andrade, ao qual pertence o poema "O Elefante". Página 104. Editora Record, 2001.



O verso livre é autónomo em relação aos esquemas métricos, mas esta autonomia é relativa, uma vez que a poesia não deixa nunca de integrar-se numa certa musicalidade e num certo ritmo.

No início do século XX, muitos poetas acreditavam que o século XIX tinha realizado o máximo que podia ser conseguido com a métrica regular, e rejeitaram-na, preferindo métricas irregulares, que tornavam possível exprimir o pensamento de modo claro e sem distorções.

A mudança para o verso livre iniciou-se sob as influências muito diversas do poeta norte americano Walt Whitman e do poeta francês Stéphane Mallarmé.

Poetas como Robert Graves e W.H. Auden criticaram o verso livre, sob o pretexto de que lhe faltava a dificuldade de que necessita o verdadeiro talento.

Em Portugal, podem considerar-se alguns dos poemas de Eugénio de Castro como os primeiros em verso livre. Exemplos posteriores encontram-se nas obras de Fernando Pessoa e seus heterónimos (particularmente Álvaro de Campos) e de Mário Cesariny.



Fonte(s):

http://machadodeassis.wikispaces.com/file/view/poesia.doc

https://pt.wikipedia.org/wiki/Verso_branco

http://www.lusofoniapoetica.com/artigos/teoria-poetica/verso-livre.html



sábado, 9 de junho de 2018

LINGUAGEM FIGURADA





A linguagem figurada consiste em uma ferramenta ou modalidade de comunicação, que utiliza figuras de linguagem para expressar um sentido não literal de um determinado enunciado.

A linguagem figurada é usada para dar mais expressividade ao discurso, para tornar mais amplo o significado de uma palavra. Além disso, também serve para criar significados diferentes ou quando o interlocutor não encontra um termo adequado para o que deseja comunicar.

A interpretação da linguagem figurada pode depender do contexto de cada indivíduo, isto porque este é um tipo de linguagem não convencional que não se baseia nas normas usuais de comunicação.

 No segundo exemplo, a palavra aparece com outro significado, passível de interpretações diferentes, dependendo do contexto em que for empregada. Nesse caso, prevalece o sentido conotativo - ou conotação do signo linguístico.

Relacionada com a semântica, a linguagem figurada  é composta por figuras de linguagem, que servem como elementos de estruturação da linguagem. É o oposto da linguagem literal, que utiliza as palavras no seu verdadeiro significado.

Quando a linguagem figurada é utilizada, a interpretação depende do ouvinte ou do leitor. Existem várias provas em que a capacidade de interpretação é avaliada, sendo que a pessoa deve identificar as figuras de linguagem usadas no enunciado.

As figuras de linguagem podem ser: figuras de palavra, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de som.

Exemplos de linguagem figurada

"Ele está se afogando nas suas preocupações." Esta frase deve ser interpretada no seu sentido figurado, porque não é fisicamente possível uma pessoa se afogar com uma preocupação. Neste caso, a frase significa que as preocupações do indivíduo estão limitando e prejudicando.

"Quando o Francisco chegou lá, ele deu com a cara no portão". Esta frase pode ser interpretada de duas formas: no sentido literal ou no sentido figurado. O sentido literal indica que o Francisco chegou no determinado local e bateu literalmente com a cara no portão. O sentido figurado não implica um choque físico, mas indica que quando o Francisco chegou lá, o portão estava fechado e ele não conseguiu entrar.

Fonte:




quinta-feira, 7 de junho de 2018

POEMA E POESIA




Apesar de muita gente entender a poesia e o poema como a mesma coisa, eles não são sinônimos, mesmo estando interligados.

Definição do dicionário

De acordo com o dicionário Aurélio, poesia é a “Arte de criar imagens, de sugerir emoções por meio de uma linguagem em que se combinam sons, ritmos e significados”, enquanto poema é “Obra em verso ou não em que há poesia”.

Poesia

Do grego poiesis, poesia, no sentido etimológico, significa “produção artística” ou ainda “criar” e “fazer”. Essa, portanto, está presente não apenas em poemas, mas também em objetos, paisagens e outras formas de expressão.

As poesias são caracterizadas pela utilização de recursos para expressar a linguagem de forma especial e diferente do normal, e provoca diversos efeitos de sentido naqueles que recebem a mensagem. É esta forma de escrita que é responsável por dar sentimento ao conteúdo descrito pelas palavras em obras. Graças à ela, os textos possuem emoções e transpassam aos leitores.

Dentre os recursos usados para causar efeitos e sensações em quem está lendo, estão os recursos sonoros, como por exemplo o ritmo, a rima, a aliteração, entre outros, e o uso da linguagem para sugerir imagens, como as metáforas e as personificações, por exemplo.

Poema e poesia - Qual a diferença?


Poema

Os poemas são também poesias, mas usam a palavra como matéria prima. Trata-se de obras em verso, composições poéticas, ou ainda refere-se à arte de retratar no papel a poesia.

Estruturados em versos e estrofes, os poemas existem por si mesmos. Entenda o que são estrofes e versos, parte da estruturação dos poemas.

Estrofe

Uma estrofe é como chamamos cada uma das seções que constituem um poema. Esse é formado por alguns versos, e as estrofes são separadas em um poema por uma linha em branco.

Verso

Verso é como chamamos cada uma das linhas que compõe um poema, independentemente de estarem agrupadas ou não. Também chamamos de verso a forma de escrita que não é a prosa.



quarta-feira, 6 de junho de 2018

ESTRUTURA DO POEMA





A estrutura externa de um poema se refere a seus aspectos formais. Numa análise formal, os poemas são analisados quanto ao número de estrofes, número de versos por estrofe, esquema rimático em cada estrofe, métrica dominante e tipo de rima existente.

A poesia, por oposição à prosa, é escrita em verso. Cada linha do poema é chamada de verso. Um conjunto de versos, separado de outro conjunto de versos por uma linha branca, é chamado de estrofe.

Versos e estrofes
Os poemas podem possuir desde um a vários versos, bem como desde uma a diversas estrofes. Embora haja poemas de estruturas fixas, a maioria dos poetas atuais opta pela liberdade na criação da estrutura do poema.

Classificação de estrofes quanto ao número de versos:

Estrofe com um verso: monóstico;
Estrofe com dois versos: dístico;
Estrofe com três versos: terceto;
Estrofe com quatro versos: quarteto ou quadra;
Estrofe com cinco versos: quintilha;
Estrofe com seis versos: sextilha;
Estrofe com sete versos: septilha;
Estrofe com oito versos: oitava;
Estrofe com nove versos: nona;
Estrofe com dez versos: décima;
Estrofe com mais de dez versos: estrofe irregular.
Exemplo de uma quadra:

“Todos estes que aí estão

Atravancando o meu caminho,

Eles passarão.

Eu passarinho!”

(Mário Quintana)



Exemplo de uma sextilha:

“Presa nos elos de uma só cadeia,

A multidão faminta cambaleia,

E chora e dança ali!

Um de raiva delira, outro enlouquece,

Outro, que martírios embrutece,

Cantando, geme e ri!”

(Castro Alves)



Poemas com estrutura fixa:

Soneto: Formado por duas quadras e dois tercetos.
Balada: Formada por três oitavas (ou décimas) e uma quadra (ou quintilha).
Sextina: Formada por seis sextilhas e um terceto.
Rondó: Formado por uma quintilha, um terceto e outra quintilha.
Rondel: Formado por duas quadras e uma quintilha.
Haicai: Formado por um terceto.
Exemplo de um soneto:

“Eu faço versos como os saltimbancos

Desconjuntam os ossos doloridos

A entrada é livre para os conhecidos...

Sentai, Amadas, nos primeiros bancos!



Vão começar as convulsões e arrancos

Sobre os velhos tapetes estendidos...

Olhai o coração que, entre gemidos,

Giro na ponta dos meus dedos brancos.



“Meu Deus! Mas tu não mudas o programa!”

- Protesta a clara voz das Bem-Amadas –

“Que tédio!” – o coro dos Amigos clama.



“Mas que vos dar de novo e de imprevisto?”

- Digo... e retorço as pobres mãos cansadas:

“Eu sei chorar... Eu sei sofrer... Só isto!”

(Mário Quintana)



Exemplo de um haicai:

“Tudo dito,

Nada feito,

Fito e deito.”

(Paulo Leminski)



Escansão e sílaba métrica
Escansão é a divisão de um verso em sílabas métricas. Estas se referem às sílabas existentes num determinado verso e diferem das sílabas gramaticais. O verso é considerado na sua totalidade, como se fosse apenas uma palavra. A contagem das sílabas existentes num verso é feita apenas até à sílaba tônica da última palavra do verso e, além disso, duas ou mais vogais no fim de uma palavra e no início de outra pertencerão à mesma sílaba.

Classificação de versos quanto ao número de sílabas:

verso com uma sílaba: monossílabo;
verso com duas sílabas: dissílabo;
verso com três sílabas: trissílabo;
verso com quatro sílabas: tetrassílabo;
verso com cinco sílabas: pentassílabo ou redondilha menor;
verso com seis sílabas: hexassílabo ou heroico quebrado;
verso com sete sílabas: heptassílabo ou redondilha maior;
verso com oito sílabas: octossílabo;
verso com nove sílabas: eneassílabo;
verso com dez sílabas: decassílabo
verso com onze sílabas: hendecassílabo;
verso com doze sílabas: dodecassílabo ou alexandrino;
verso com mais de doze sílabas: verso bárbaro;
verso livre: usado atualmente pelos poetas modernistas, não possuem número exato de sílabas.
Exemplo de heptassílabo ou redondilha maior:

“Da aurora da minha vida” (Casimiro de Abreu)

(Da au / ro / ra / da / mi / nha / vi da)



Exemplo de decassílabo:

“E, se mais mundo houvera, lá chegara.” (Luís de Camões)

(E / se / mais / mun / do hou / ve / ra / lá / che / ga ra)



Rima e esquema rimático
Na poesia, as rimas se caracterizam pela repetição de sons no final de dois ou mais versos, conferindo musicalidade ao poema. A classificação de rimaspoderá ser feita quanto à fonética, quanto ao valor, quanto à acentuação e quanto à posição no verso e na estrofe. O esquema rimático é obtido através da posição das rimas nos versos e nas estrofes.

Classificação de rimas:

Quanto à fonética: rima perfeita ou consoante, rima imperfeita, rima toante ou assonante e rima aliterante.
Quanto ao valor: rima pobre, rima rica e rima rara ou preciosa.
Quanto à acentuação: rima aguda ou masculina, rima grave ou feminina e rima esdrúxula.
Quanto à posição no verso: rima externa e rima interna ou coroada.
Quanto à posição na estrofe: rimas alternadas ou cruzadas, rimas emparelhadas ou paralelas, rimas interpoladas ou intercaladas, rimas encadeadas, rimas mistas ou misturadas e versos brancos ou soltos.
Exemplos:

“E conversamos toda a noite, enquanto

A Via Láctea, como um pálio aberto,

Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,

Inda as procuro pelo céu deserto.”

(Olavo Bilac)



Esquema rimático: ABAB – rimas alternadas ou cruzadas.


Enquanto/pranto: rimas externas, graves, consoantes e ricas.

Aberto/deserto: rimas externas, graves, consoantes e pobres.

fonte: https://www.normaculta.com.br/estrutura-externa-de-um-poema/





sábado, 2 de junho de 2018

DOIS QUARTETOS E DOIS TERCETOS



Ao falarmos da estrutura dos sonetos, primeiramente devemos nos ater à métrica, que é o primeiro importante ponto estrutural deste gênero lírico. Um soneto é composto por 14 versos e cada um deles deve possuir a mesma métrica, isto é, cada um dos catorze versos deve apresentar o mesmo número de sílabas poéticas.

Os sonetos podem ser apresentados em três formas de distribuição de versos, a saber:

Soneto petrarquiano ou italiano: possui duas estrofes de quatro versos (denominados quartetos) e duas de três versos (denominados tercetos);

Soneto inglês ou Shakespeariano: esta forma de soneto apresenta três quartetos e um dístico;

Soneto monostrófico: estrutura composta por uma única estrofe de 14 versos.

Além da métrica, outro ponto observável na composição do soneto é a ordem em que os versos apresentam as rimas. Em se tratando de quartetos, podemos encontrar três principais formas de posicionamento das rimas. Confira a seguir:

Rimas entrelaçadas ou opostas – abba – Neste posicionamento, o primeiro verso rima com o quarto, e o segundo com o terceiro;

Rimas alternadas – abab – Neste caso, o primeiro verso rima com o terceiro e o segundo rima com o quarto;

Rimas emparelhadas – aabb – Ocorrem quando o primeiro verso rima com o segundo e o terceiro rima com o quarto.

Os sonetos em língua portuguesa

Os sonetos de Luís de Camões são considerados os melhores da Língua Portuguesa. Além do poeta português, outros sonetistas em Língua Portuguesa que se destacam são os seguintes: Augusto dos Anjos, Olavo Bilac, Vinícius de Moraes, Gregório de Matos Guerra, Florbela Espanca, Cláudio Manuel da Costa e vários outros.

Confira a seguir um famoso soneto de Camões:

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

*Débora Silva é graduada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas)




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