A pronúncia do
alfabeto no Brasil é freqüentemente tema de polêmica. Há uma música muito
apropriada para abordar esse problema. Trata-se de "Forró do ABC", de
Moraes Moreira e Patinhas:
No forró do A
nós vamos amar
E no forró do BÊ nós vamos beber
No forró do CÊ nós vamos comer
Me depois É
E no forró do FÊ
...no forró do GUÊ...
Nessa música as
letras do alfabeto são enunciadas de forma diferente em relação ao sul do país.
F é chamado de FÊ, por exemplo. Não está errado, pois algumas letras têm dois
"nomes".
Para reforçar,
Luiz Gonzaga registrou o fato em um de seus sucessos, "ABC do
Sertão", de Zé Dantas e Luiz Gonzaga. Verifique o trecho abaixo:
Lá no meu
sertão pra o caboclo lê
tem que aprender novo ABC.
O J é JI, o L é LÊ
o S é SI, mas o R tem nome de RÊ....
Nessa letra temos
o alfabeto como é dito no Nordeste. Essas formas estão registradas nos
dicionários.
Portanto pais e
educadores, especialmente do sul do país, não devem repreender crianças que
mantêm a forma de pronunciar o alfabeto da sua região de origem. Elas estão
absolutamente certas.
No Sul não houve
preconceito quando chamavam o antigo caminhão da Fábrica Nacional de Motores de
FENEMÊ. Ninguém corrigia para FNM: EFE/ENE/EME. A maneira nordestina de
pronunciar o alfabeto é sem dúvida legítima.
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