O ensino de nossa língua, desde os gregos e os romanos, passando pela idade média e renascimento até chegar a nossos dias sempre se confundiu com o ensinamento da gramática escolástica. Somos sabedores, que essa gramática é um conjunto de normas ditadas pela antiguidade clássica, a partir de Aristóteles, sistematizado pela Idade Média e pelo Renascimento e refinado posteriormente pela filosofia que alimentou a escola de Porte-Royal, e retomado, bem ou mal, por algumas correntes linguísticas mais recentes depois de uma interrupção que foi provocada pela crise do idealismo alemão no século XIX e em consequência do advento do método histórico-comparativo nos domínios da ciência da linguagem.
Entre os primeiros filósofos havia uma discussão que tratava do seguinte tópico: a gramática seria com experiência em ato, pura e simples ou seria técnica, vale dizer um complexo de "regras", de noções coordenadas por um critério e destinados a preencher uma finalidade. Na verdade a gramática mereceria o nome de epistéme, cujo significado abrange o saber teórico e o saber prático.
Com o passar do tempo veio a escola, ensinando a língua materna e as estrangeiras com o aprendizado dessa gramática escolástica, sem uma real definição dos limites da eficácia do método. Esse ensino acabava dando fruto entre os alunos, mais pela participação bem consciente e adesão a um sistema de linguística diferente daquele que poderíamos chamar de natural, do que pela manipulação das regras e conceitos aprendidos em sala de aula. Valiam mais aos alunos, para aquisição dos recursos idiomáticos que lhes permitissem desenvolver e aperfeiçoar as formas de expressão mais elevadas, a convivência com os textos escritos e o contato com as pessoas que, falando ou escrevendo, manejavam com cabedal o idioma, do que a lição de gramática ou o exemplo vivo do gramático, em geral mau escritor por ter embotada a espontaneidade de expressão pelo permanente policiamento de obediência às regras por ele ensinadas.
JOSÉ CARLOS DE ARRUDA.
Entre os primeiros filósofos havia uma discussão que tratava do seguinte tópico: a gramática seria com experiência em ato, pura e simples ou seria técnica, vale dizer um complexo de "regras", de noções coordenadas por um critério e destinados a preencher uma finalidade. Na verdade a gramática mereceria o nome de epistéme, cujo significado abrange o saber teórico e o saber prático.
Com o passar do tempo veio a escola, ensinando a língua materna e as estrangeiras com o aprendizado dessa gramática escolástica, sem uma real definição dos limites da eficácia do método. Esse ensino acabava dando fruto entre os alunos, mais pela participação bem consciente e adesão a um sistema de linguística diferente daquele que poderíamos chamar de natural, do que pela manipulação das regras e conceitos aprendidos em sala de aula. Valiam mais aos alunos, para aquisição dos recursos idiomáticos que lhes permitissem desenvolver e aperfeiçoar as formas de expressão mais elevadas, a convivência com os textos escritos e o contato com as pessoas que, falando ou escrevendo, manejavam com cabedal o idioma, do que a lição de gramática ou o exemplo vivo do gramático, em geral mau escritor por ter embotada a espontaneidade de expressão pelo permanente policiamento de obediência às regras por ele ensinadas.
JOSÉ CARLOS DE ARRUDA.
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