domingo, 31 de dezembro de 2017

FIM DE ANO E ANO NOVO




Quando chega dezembro, tudo é correria
em casa, no trabalho e até no lazer.
Todos engalanados e focados nesta euforia.
O tempo não perdoa e cobra o que fazer.

Muita gente indo e vindo
chegando e saindo, assim é o fim de um ano.
Tristezas de uns, alegrias de outros, neste mistério infindo.
O pensamento das pessoas é sempre diluviano.

É chegado o Ano Novo, início de esperança.
O que passou não volta mais, é uma nova liderança.
Esqueçamos o desamor e a violência!

Em frente de cabeça erguida, vamos nós.
De mãos dadas com fé, nunca andamos sós.
Novo Ano, nova vida, com moral e sem indecência.



José Carlos de Arruda.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

SINTAXE (CONCORDÂNCIA VERBAL) CAPÍTULO 27



Concordância verbal é a relação estabelecida de forma harmônica entre sujeito (número e pessoa) e verbo.

Exemplos:

Eu adoro quando as flores desabrocham na Primavera.
Elas adoram quando as flores desabrocham na Primavera.
Cristina e Eva entraram no hospital.
Parece simples, mas há várias situações que provocam dúvidas não só nos alunos, mas em qualquer falante da língua portuguesa. Vamos a elas!

1. Sujeitos formados por sinônimos
Neste caso, o verbo tanto pode ir para o plural, como pode ficar no singular e concordar com o núcleo mais próximo.

Exemplo:

Preguiça e lentidão destacaram aquela gerência.
Preguiça e lentidão destacou aquela gerência.

2. Sujeito formado por palavras em graduação e enumeração
Este é mais um caso em que tanto o verbo pode flexionar para o plural, como também pode concordar com o núcleo mais próximo.

Exemplo:

Um mês, um ano, uma década de poder não supriu a saúde.
Um mês, um ano, uma década de poder não supriram a saúde.

3. Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes
Neste caso, o verbo vai para o plural e concorda com a pessoa, por ordem de prioridade.

Exemplo:

Eu, tu e Cássio só chegaremos ao fim da noite. (eu, 1.ª pessoa + tu, 2.ª pessoa + ele, 3.ª pessoa), ou seja, a 1.ª pessoa do singular tem prioridade e, no plural, ela equivale a nós, ou seja, "nós chegaremos".
Jair e eu conseguimos comprar um apartamento (eu, 1.ª pessoa + Jair, 3.ª pessoa). Aqui também é a 1.ª pessoa do singular que tem prioridade. No plural, ela equivale a nós, ou seja, "nós conseguimos".

4. Sujeito seguido por "tudo", "nada", "ninguém", "nenhum", "cada um"
Neste caso, o verbo fica no singular.

Exemplo:

Amélia, Camila, Pedro, ninguém o convenceu de mudar a opinião.

5. Sujeitos ligados por "com"
Quando semelhante à ligação "e", o verbo vai para o plural.

Exemplo:

O ator com seus convidados chegaram às 6 horas.

Mas, quando "com" representar “em companhia de”, o verbo concorda com o antecedente e o segmento "com" é grafado entre vírgulas:

Exemplo:

O pintor, com todos os auxiliares, resolveu mudar a data da exposição.

6. Sujeitos ligados por "nem"
Neste caso, o verbo vai para o plural.

Exemplo:

Nem chuva nem frio são bem recebidos.

7. Sujeitos ligados por "ou"
Os verbos ligados pela partícula "ou" vão para o plural quando a ação verbal estiver se referindo a todos os elementos do sujeito:

Exemplo:

Doces ou chocolate desagradam ao menino.

Quando a partícula “ou” é utilizada como retificação, o verbo concorda com o último elemento.

Exemplo:

A menina ou as meninas esqueceram muitos acessórios.

Mas, quando a ação verbal é aplicada a apenas um dos elementos, o verbo permanece no singular.

Exemplo:

Laís ou Elisa ganhará mais tempo.

8. Sujeitos ligados por "não só, mas também", "tanto, quanto", "não só, como"
Nesses casos, o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo.

Exemplo:

Tanto Rafael como Marina participaram da mostra.
Tanto Rafael como Marina participou da mostra.

9. Sujeitos ligados por "como"; "assim como"; "bem como"
O verbo é conjugado no plural.

Exemplo:

O trabalho, assim como a confiança, fizeram dela uma mulher forte.

10. Pronome relativo "quem"
Neste caso, o verbo pode ser conjugado na terceira pessoa do singular ou pode concordar com o antecedente do pronome "quem".

Exemplo:

Fui eu quem afirmou.
Fui eu quem afirmei.

11. Pronome relativo "que"
Neste caso, o verbo concorda com o antecedente do pronome “que”.

Exemplo:

Fui eu que levou.
Foste tu que levaste.
Foi ele que levou.

12. Sujeito coletivo
Nesta situação, o verbo fica sempre no singular.

Exemplo:

A multidão ultrapassou o limite.

Por outro lado, se o coletivo estiver especificado, o verbo pode ser conjugado no singular ou no plural.

Exemplo:

A multidão de fãs ultrapassou o limite.
A multidão de fãs ultrapassaram o limite.

13. Expressão "um dos que"
Este é mais um dos casos em que tanto o verbo pode ser conjugado no singular como no plural.

Exemplo:

Ele foi um dos que mais contribuiu.
Ele foi um dos que mais contribuíram.

14. Coletivos partitivos
O verbo pode ser usado no singular ou no plural em coletivos partitivos, tais como "a maioria de", "a maior parte de", "grande número de".

Exemplo:

Grande número dos presentes se retirou.
Grande número dos presentes se retiraram.

15. Expressões "mais de", "menos de", "cerca de"
Nestes casos o verbo concorda com o numeral.

Exemplo:

Mais de uma mulher quis trocar as mercadorias.
Mais de duas pessoas chegaram antes do horário.

Nos casos em que “mais de” é repetido indicando reciprocidade, o verbo vai para o plural.

Exemplo:

Mais de uma professora se abraçaram.

16. Partícula "se"
No caso em que a palavra "se" é índice de indeterminação do sujeito, o verbo deve ser conjugado na 3.ª pessoa do singular.

Exemplo:

Confia-se em todos.

No caso em que a palavra "se" é partícula apassivadora, o verbo deve ser conjugado concordando com o sujeito da oração.

Exemplo:

Construiu-se uma igreja.
Construíram-se novas igrejas.

17. Verbos impessoais
Nestes casos, o verbo sempre é conjugado na 3.ª pessoa do singular.

Exemplo:

Havia muitos copos naquela mesa.
Houve dois meses sem mudanças.

Leia Verbo Haver.

18. Verbos "dar", "soar" e "bater" + hora (s)
Nestes casos, o verbo sempre concorda com o sujeito.

Exemplos:

Deu uma hora que espero.
Soaram duas horas.

19. Locuções "é muito", "é pouco", "é mais de", "é menos de"
Nestes casos, em que as locuções indicam preço, peso e quantidade, o verbo fica sempre no singular.

Exemplo:

Três vezes é muito.

20. Indicações de datas
Há duas variações: uma na qual o verbo concorda com a palavra dia.

Exemplo:

Hoje são 2 de maio.
Hoje é dia 2 de maio.


SINTAXE (O "A" ACENTUADO - A CRASE) CAPÍTULO 26



CRASE: é uma palavra de origem grega e significa "mistura", "fusão". Nos estudos de Língua Portuguesa, é o nome dado à fusão ou contração de duas letras "a" em uma só. A crase é indicada pelo acento grave (`) sobre o "a". Crase, portanto, NÃO é o nome do acento, mas do fenômeno (junção a + a) representado através do acento grave.

A crase pode ser a fusão da preposição a com:

1) o artigo feminino definido a (ou as): Fomos à cidade e assistimos às festas.

2) o pronome demonstrativo a (ou as): Irei à (loja) do centro.

3) os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: Refiro-me àquele fato.

4) o a dos pronomes relativos a qual e as quais: Há cidades brasileiras às quais não é possível enviar correspondência.

Observe que a ocorrência da crase depende da verificação da existência de duas vogais "a" (preposição + artigo ou preposição + pronome) no contexto sintático.

CASOS ESPECIAIS E DICAS
1 - Nome próprio geográfico

Em se tratando de nomes de lugar (cidade, estado, país, continente, planeta), o fenômeno da crase acontece quando a palavra admite artigo "a".

Nestes casos, (nomes próprios geográficos), substitui-se o verbo da frase pelo verbo "voltar" e caso resulte na expressão “voltar da”, há a confirmação da crase. Observe os 2 (dois) exemplos abaixo:

I. Nestas férias, viajaremos à (preposição + artigo) Grécia.

II. Nestas férias, viajaremos a (artigo) Roma.

Façamos a reescrita da frase com a substituição do verbo "viajar" pelo verbo "voltar", conforme proposto:

I. Voltamos DA Grécia há duas semanas.

II. Voltamos DE Roma há duas semanas.

Façamos a reescrita da frase com a substituição do verbo "viajar" pelo verbo "voltar", conforme proposto:

I. Voltamos DA Grécia há duas semanas.

II. Voltamos DE Roma há duas semanas.

Atenção:

A crase estará confirmada nas situações em que o nome geográfico apresentar-se modificado por um adjunto adnominal. Veja o exemplo abaixo:

Nestas férias, viajaremos à (preposição + artigo) Roma histórica.

Dizemos: "Voltamos DE Roma" e "Voltamos DA Roma histórica".

2. Nomes de mulher

Para usar (ou não) crase com nome de mulher, temos que considerar três situações:

a) Quando chamamos a pessoa (mulher) pelo "primeiro nome" o uso da crase é facultativo, com adiante se demonstra:

Exemplo 1.a

Gosto DE Magali.

Penso em Ana.

Contei a Magali o que falei a Ana.

Exemplo 2.a

Gosto DA Magali.

Penso na Ana.

Contei à Magali o que falei à Ana.

b) Antes de nomes de mulheres consideradas célebres, por não admitir artigo, NÃO admite crase. Veja exemplos:

Exemplo 1.c O filme faz referência a Joana D’Arc.

Exemplo 2.c Retratou a Joana D’Arc como santa...

c) Pessoa não-especificada - Admite artigo facultativamente; por isso, o uso da crase também é facultativo.

3. Números Cardinais

Antes de números cardinais NÃO se utiliza crase.

Exemplo: Vou embora daqui a quinze minutos.

4. Antes de pronomes possessivos

O uso da crase é facultativo. Neste caso, o melhor é aplicar a regra geral de substituir o "feminino" pelo "masculino". Ao substituir um pronome possessivo feminino por um pronome possessivo masculino encontramos a resposta quanto a ocorrência ou não de crase. Veja a frase:

Dei férias a / à minha equipe.

Primeiramente vamos substituir o substantivo feminino equipe por um substantivo masculino equivalente.

Dei férias a meu grupo OU Dei férias ao meu grupo.

Segue daí que: se no masculino, posso dizer a ou ao, então a crase é facultativa no feminino.

Portanto, estão corretas as seguintes frases:

Dei férias a minha equipe.

Dei férias à minha equipe.


terça-feira, 26 de dezembro de 2017

SINTAXE (EMPREGO DA PREPOSIÇÃO) CAPÍTULO 25



Preposição é a classe de palavras que liga palavras entre si; é invariável; e estabelece relação de vários sentidos entre as palavras que liga.

Sintaticamente, as preposições não exercem propriamente uma função: são consideradas conectivos, ou seja, elementos de ligação entre termos oracionais. As preposições podem introduzir:

• Complementos verbais: Obedeço “aos meus pais”.
• Complementos nominais: continuo obediente “aos meus pais”.
• Locuções adjetivas: É uma pessoa “de caráter”.
• Locuções adverbiais: Naquele momento agi “com cuidado”.
• Orações reduzidas: “Ao chegar”, foi abordado por dois ladrões.

As preposições podem ser de dois tipos:

1. Preposição essencial: sempre funciona como preposição.
Exemplo: a, ante, de, por, com, em, sob, até...

2. Preposição acidental: palavra que, além de preposição, pode assumir outras funções morfológicas.
Exemplo: consoante, segundo, mediante, tirante, fora, malgrado...

Locução prepositiva

Chamamos de locução prepositiva o conjunto de duas ou mais palavras que têm o valor de uma preposição. A última palavra dessas locuções é sempre uma preposição.

Exemplos: por causa de, ao lado de, em virtude de, apesar de, acima de, junto de, a respeito de...

As preposições podem combinar-se com outras classes gramaticais.

Exemplos: do (de + artigo o)
                    no (em + artigo o)
                    daqui (de + advérbio aqui)
                    daquele (de + o pronome demonstrativo aquele)

Emprego das preposições

- as preposições podem estabelecer variadas relações entre os termos que ligam.

Ex.: Limpou as unhas com o grampo (relação de instrumento)
        Estive com José (relação de companhia)
        A criança arrebentava de felicidade (relação de causa)
        O carro de Paulo é novo (relação de posse)

- as preposições podem vir unidas a outras palavras.
Temos combinação quando na junção da preposição com outra palavra não houver perda de elemento fonético.
Temos contração quando na junção da preposição com outra palavra houver perda fonética.


Contração           Combinação
Do (de + o)         Ao (a +o)
Dum (de + um) Aos (a + os)
Desta (de + esta)            Aonde (a + onde)
No (em + o)      
Neste (em + este)         



- a preposição a pode se fundir com outro a. Essa fusão é indicada pelo acento grave ( `) e recebe o nome de crase.
Ex.: Vou à escola (a+a)

Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura
Equipe Brasil Escola


domingo, 24 de dezembro de 2017

O NATAL




E o Natal chegou,
Trazendo consigo a esperança.
Com a confraternização dos povos.
Este deve ser o espírito natalino.
Longe deste pensamento
Muitas pessoas estão.
Somente sabem que é Natal
Porque vão exagerar em tudo.
Desvirtuando completamente
O verdadeiro sentido desta data.
¨A comemoração do nascimento
De Jesus Cristo¨.


É importante que os homens saibam que:
Jesus Cristo sempre pregou a paz e o amor.
Com isso:
Um pedaço de pão
E um copo de vinho
Podem e devem
Fazer um Natal feliz.
Desde que o espírito
Esteja em primeiro lugar.


Jesus Cristo só quer que nós
Pensemos nele.
E é o que menos fazemos.
As compras e os presentes
De Natal.
Estão alterados em seu
Sentido maior



Ainda nos cabe falar:
Da árvore de Natal.
Da troca de cartões.
Dos telefonemas.
Do papai Noel.
Das crianças.
Das botas.
Das janelas.
Da chaminé.
Do trenó.
Das renas.


Na mais longínqua
E mais humilde cidade
Vê-se um enfeite diferente.
Piscando
Cintilante
Luminoso.


Abraços amigos.
Esperanças renovadas.
Novos planos.
Novo ano.
Tudo novo.
Vida nova.


E o Natal chegou,
E passou.



José Carlos de Arruda.

sábado, 23 de dezembro de 2017

SINTAXE (EMPREGO DO ADVÉRBIO) CAPÍTULO 24



Enquanto usuários da língua, dispomos de uma competência que nos torna aptos a exercê-la em distintas situações comunicativas. Em uma delas, de forma específica, usufruímos de tais competências de forma ainda mais preponderante: naquela situação em que prevalece o padrão formal da linguagem, ou seja, na escrita propriamente dita. Dessa forma, ativando algumas habilidades, conscientizamo-nos de que o advérbio - esse elemento que norteia o assunto em pauta – é utilizado para indicar a circunstância em que se encontra o verbo, estando esse (o verbo) imerso em um dado contexto oracional.

Nesse sentido, cabe ressaltar que distintas são essas circunstâncias, ou seja, de modo, intensidade, lugar, negação, afirmação, instrumento, dúvida, entre tantas outras. Assim, aprofundando ainda mais nosso estudo, veremos a partir de agora que, de acordo com um determinado contexto, um mesmo advérbio pode expressar circunstâncias distintas – o que determina os aspectos peculiares de que falamos. Vejamos, portanto, acerca desses traços:

* Alguns advérbios, a depender do emprego a que lhes são atribuídos, expressam circunstâncias diferentes. Vejamos alguns exemplos:


O professor, pelo que nos relatou ontem, certamente virá.

Infere-se, portanto, que a circunstância em questão é de dúvida.

Pelo que nos relatou ontem, o professor virá certamente.

Detecta-se, pois, que a circunstância, a ideia agora se refere a uma afirmação.

Aquele político discursa bem.

Afirmamos estar diante de uma circunstância de modo.

Como a garota se alimenta bem!

A circunstância, desta vez, agora é expressa pela ideia de intensidade.

* Nos casos em que, por motivos estilísticos, na oração aparecem dois advérbios juntos, somente o último deles deve se constituir do sufixo “-mente”, característica dos advérbios de modo.  Atemo-nos ao exemplo em questão:

Humilde e generosamente a população contribui com a doação de alimentos aos desabrigados.


Por Vânia Duarte
Graduada em Letras



sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

SINTAXE (VERBO E SEUS COMPLEMENTOS) CAPÍTULO 23



O complemento verbal tem exatamente a função de completar o sentido dos verbos transitivos diretos e transitivos indiretos.

São eles o objeto direto e o objeto indireto. Esses complementos verbais são importantes porque há orações cujos verbos não têm sentido completo em si.

Objeto Direto
O objeto direto é o termo da oração que completa o sentido de um verbo transitivo direto, ou seja, aquele cuja preposição não é obrigatória.

Exemplo:

Eu quero um vestido.
Quem quer, quer alguma coisa. Quero um vestido, logo "um vestido" é o objeto direto.

Objeto Indireto
O objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido de um verbo transitivo indireto, aquele que obrigatoriamente vem precedido de preposição.

Exemplo:

Obedecemos aos nossos pais.
Quem obedece, obedece a alguém. Obedecemos aos nossos pais, logo "aos nossos pais" é objeto indireto.

Objeto Direto e Indireto
Por vezes, o verbo pede mais de um complemento. Nesses casos, ele é chamado de transitivo direto e indireto.

Exemplo:

Ofereceram esmola ao mendigo.
Quem oferece, oferece alguma coisa a alguém. Assim "esmola" é objeto direto e "ao mendigo" é objeto indireto.

Objetos pleonásticos
Os objetos pleonásticos são aqueles que se repetem com o objetivo de chamar a atenção.

Exemplos:

A vida, o vento a levou.
A vida é objeto direto. O a de "a levou" é objeto direto pleonástico.

Ao indiscreto, não lhe confio nada.
Ao indiscreto é objeto indireto. O lhe de "não lhe confio" é objeto indireto pleonástico.


SINTAXE (EMPREGO DO PRONOME) CAPÍTULO 22




A palavra que acompanha (determina) ou substitui um nome é denominada pronome.

Ex.: Ana disse para sua irmã:
– Eu preciso do meu livro de matemática. Você não o encontrou? Ele estava aqui em cima da mesa.

1. eu substitui “Ana”
2. meu acompanha “o livro de matemática”
3. o substitui “o livro de matemática”
4. ele substitui “o livro de matemática”

Flexão

Quanto à forma, o pronome varia em gênero, número e pessoa:

Gênero (masculino/feminino)
Ele saiu/Ela saiu
Meu carro/Minha casa

Número (singular/plural)
Eu saí/Nós saímos
Minha casa/Minhas casas

Pessoa (1ª/2ª/3ª)
Eu saí/Tu saíste/Ele saiu
Meu carro/Teu carro/Seu carro

Função
O pronome tem duas funções fundamentais:

Substituir o nome
Nesse caso, classifica-se como pronome substantivo e constitui o núcleo de um grupo nominal.
Ex.: Quando cheguei, ela se calou. (ela é o núcleo do sujeito da segunda oração e se trata de um pronome substantivo porque está substituindo um nome)

Referir-se ao nome
Nesse caso, classifica-se como pronome adjetivo e constitui uma palavra dependente do grupo nominal.
Ex.: Nenhum aluno se calou. (o sujeito “nenhum aluno” tem como núcleo o substantivo “aluno” e como palavra dependente o pronome adjetivo “nenhum”)

Pronomes Pessoais
São aqueles que substituem os nomes e representam as pessoas do discurso:

1ª pessoa – a pessoa que fala – EU/NÓS
2ª pessoa – a pessoa com que se fala – TU/VÓS
3ª pessoa – a pessoa de quem se fala – ELE/ELA/ELES/ELAS

Pronomes pessoais retos: são os que têm por função principal representar o sujeito ou predicativo.

Pronomes pessoais oblíquos: são os que podem exercer função de complemento.

Pronomes pessoais

Pronomes oblíquos
Associação de pronomes a verbos:

Os pronomes oblíquos o, a, os, as, quando associados a verbos terminados em -r, -s, -z, assumem as formas lo, la, los, las, caindo as consoantes.
Ex.: Carlos quer convencer seu amigo a fazer uma viagem.
Carlos quer convencê-lo a fazer uma viagem.

Quando associados a verbos terminados em ditongo nasal (-am, -em, -ão, -õe), assumem as formas no, na, nos, nas.
Ex.: Fizeram um relatório.
Fizeram-no.

Os pronomes oblíquos podem ser reflexivos e quando isso ocorre se referem ao sujeito da oração.
Ex.: Maria olhou-se no espelho
Eu não consegui controlar-me diante do público.

Antes do infinitivo precedido de preposição, o pronome usado deverá ser o reto, pois será sujeito do verbo no infinitivo
Ex.: O professor trouxe o livro para mim.(pronome oblíquo, pois é um complemento)
O professor trouxer o livro para eu ler.(pronome reto, pois é sujeito)


Pronomes de tratamento

São aqueles que substituem a terceira pessoa gramatical. Alguns são usados em tratamento cerimonioso e outros em situações de intimidade.

Conheça alguns:

você (v.) : tratamento familiar
senhor (Sr.), senhora (Srª.) : tratamento de respeito
senhorita (Srta.) : moças solteiras
Vossa Senhoria (V.Sª.) : para pessoa de cerimônia
Vossa Excelência (V.Exª.) : para altas autoridades
Vossa Reverendíssima (V. Revmª.) : para sacerdotes
Vossa Eminência (V.Emª.) : para cardeais
Vossa Santidade (V.S.) : para o Papa
Vossa Majestade (V.M.) : para reis e rainhas
Vossa Majestade Imperial (V.M.I.) : para imperadores
Vossa Alteza (V.A.) : para príncipes, princesas e duques
1- Os pronomes e os verbos ligados aos pronomes de tratamento devem estar na 3ª pessoa.

Ex.: Vossa Excelência já terminou a audiência? (nesse fragmento se está dirigindo a pergunta à autoridade)

2- Quando apenas nos referimos a essas pessoas, sem que estejamos nos dirigindo a elas, o pronome “vossa” se transforma no possessivo “sua”.

Ex.: Sua Excelência já terminou a audiência? (nesse fragmento não se está dirigindo a pergunta à autoridade, mas a uma terceira pessoa do discurso)

Pronomes Possessivos
São aqueles que indicam idéia de posse. Além de indicar a coisa possuída, indicam a pessoa gramatical possuidora.

As principais palavras que podem funcionar como pronomes possessivos:

Pronomes possessivos

Existem palavras que eventualmente funcionam como pronomes possessivos. Ex.: Ele afagou-lhe (= seus) os cabelos.

Pronomes Demonstrativos
Os pronomes demonstrativos possibilitam localizar o substantivo em relação às pessoas, ao tempo, e sua posição no interior de um discurso.

Pronomes          Espaço  Tempo Ao dito
Enumeração

este, esta, isto, estes, estas

Perto de quem fala (1ª pessoa).

Presente

Referente aquilo que ainda não foi dito.

Referente ao último elemento citado em uma enumeração.

Ex.: Não gostei deste livro aqui.

Ex.: Neste ano, tenho realizado bons negócios.

Ex.: Esta afirmação me deixou surpresa: gostava de química.

Ex.: O homem e a mulher são massacrados pela cultura atual, mas esta é mais oprimida.

esse, essa, esses, essas

Perto de quem ouve (2ª pessoa).

Passado ou futuro próximos

Referente aquilo que já foi dito.


Ex.: Não gostei desse livro que está em tuas mãos.

Ex.: Nesse último ano, realizei bons negócios

Ex.: Gostava de química. Essa afirmação me deixou surpresa


aquele, aquela, aquilo, aqueles, aquelas

Perto da 3ª pessoa, distante dos interlocutores.

Passado ou futuro remotos

               
Referente ao primeiro elemento citado em uma enumeração.

Ex.: Não gostei daquele livro que a Roberta trouxe.

Ex.: Tenho boas recordações de 1960, pois naquele ano realizei bons negócios.

               
Ex.: O homem e a mulher são massacrados pela cultura atual, mas esta é mais oprimida que aquele.


Pronomes Indefinidos
São pronomes que acompanham o substantivo, mas não o determinam de forma precisa.

Alguns pronomes indefinidos:

Pronomes indefinidos


Algumas locuções pronominais indefinidas:

cada qual

qualquer um

tal e qual

seja qual for

sejam quem for

todo aquele

quem quer (que)

uma ou outra

todo aquele (que)

tais e tais

tal qual

seja qual for

Uso de alguns pronomes indefinidos:

Algum
a) quando anteposto ao substantivo da idéia de afirmação
“Algum dinheiro terá sido deixado por ela.”
b) quando posposto ao substantivo dá idéia de negação
“Dinheiro algum terá sido deixado por ela.”
Obs.: O uso desse pronome indefinido antes ou depois do verbo está ligado à intenção do enunciador.

Demais
Este pronome indefinido, muitas vezes, é confundido com o advérbio “demais” ou com a locução adverbial “de mais”.
Ex.: “Maria não criou nada de mais além de uma cópia do quadro de outro artista.” (locução adverbial)
“Maria esperou os demais.” (pronome indefinido = os outros)
“Maria esperou demais.” (advérbio de intensidade)

Todo
É usado como pronome indefinido e também como advérbio, no sentido de completamente, mas possuindo flexão de gênero e número, o que é raro em um advérbio.
Ex.: “Percorri todo trajeto.” (pronome indefinido)
“Por causa da chuva, a roupa estava toda molhada.” (advérbio)

Cada
Possui valor distributivo e significa todo, qualquer dentre certo número de pessoas ou de coisas.
Ex.: “Cada homem tem a mulher que merece.”
Este pronome indefinido não pode anteceder substantivo que esteja em plural (cada férias), a não ser que o substantivo venha antecedido de numeral (cada duas férias).
Pode, às vezes, ter valor intensificador : “Mário diz cada coisa idiota!”

Pronomes relativos
São aqueles que representam nomes que já foram citados e com os quais estão relacionados. O nome citado denomina-se  ANTECEDENTE do pronome relativo.

Ex.:“A rua onde moro é muito escura à noite.”
onde: pronome relativo que representa “a rua”
a rua: antecedente do pronome “onde”

Alguns pronomes que podem funcionar como pronomes relativos:

FORMAS VARIÁVEIS     
 FORMAS INVARIÁVEIS

Masculino           Feminino           
o qual / os quais

a qual / as quais

quem
quanto / quantos

quanta / quantas

que
cujo / cujos

cuja /  cujas

onde
O pronome relativo QUEM sempre possui como antecedente uma pessoa ou coisas personificadas, vem sempre antecedido de preposição e possui o significado de “O QUAL”
Ex.: “Aquela menina de quem lhe falei viajou para Paris.”
Antecedente: menina
Pronome relativo antecedido de preposição: de quem

Os pronomes relativos CUJO, CUJA sempre precedem a um substantivo sem artigo e possuem o significado “DO QUAL” “DA QUAL”
Ex.: “O livro cujo autor não me recordo.”

Os pronomes relativos QUANTO(s) e QUANTA(s) aparecem geralmente precedidos dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas.
Ex.: “Você é tudo quanto queria na vida.”

O pronome relativo ONDE tem sempre como antecedente palavra que indica lugar.
Ex.: “A casa onde moro é muito espaçosa.”

O pronome relativo QUE admite diversos tipos de antecedentes: nome de uma coisa ou pessoa, o pronome demonstrativo ou outro pronome.
Ex.: “Quero agora aquilo que ele me prometeu.”

Os pronomes relativos, na maioria das vezes, funcionam como conectivos, permitindo-nos unir duas orações em um só período.
Ex.:A mulher parece interessada. A mulher comprou o livro.
(A mulher que parece interessada comprou o livro.)

Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos levam o verbo à 3ª pessoa e são usados em frases interrogativas diretas ou indiretas.

Não existem pronomes exclusivamente interrogativos e sim que desempenham função de pronomes interrogativos, como por exemplo: QUE, QUANTOS, QUEM, QUAL, etc.

Ex.: “Quantos livros teremos que comprar?”
“Ele perguntou quantos livros teriam que comprar.”
“Qual foi o motivo do seu atraso?”


quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

SINTAXE (EMPREGO DO NUMERAL) CAPÍTULO 21

Resultado de imagem para emprego do numeral


1. Não se deve usar o numeral um antes de mil


Ganhei mil reais. (correto)

Ganhei um mil reais. (errado)

Ganhei hum mil reais. (errado)


Nas redações, assim como em cheques, notas promissórias, etc., geralmente, por desconhecimento, escreve-se a frase assim:


Fulano pagará pela dívida R$ 1.205,10 (hum mil, duzentos e cinco reais e dez centavos).


Na frase acima há dois erros, a saber: não se deve usar a palavra hum antes do numeral mil nem se deve utilizar a vírgula entre os numerais escritos por extenso.


A frase correta é:


Fulano pagará pela dívida R$ 1.205,10 (mil duzentos e cinco reais e dez centavos).


Também não se escreve um mil duzentos e cinco reais e dez centavos.


2. Em relação ao primeiro dia do mês

Deve-se usar o ordinal e não o cardinal. Assim, vejamos:


Fortaleza, 1º de fevereiro de 2010. (correto)

Fortaleza, 01 de fevereiro de 2010. (errado)

Fortaleza, 2 de fevereiro de 2010. (correto)

Fortaleza, 2º de fevereiro de 2010. (errado)

Fortaleza, 5 de fevereiro de 2010. (correto)


Com relação ao primeiro dia, há gramáticos respeitados, como Evanildo Bechara, que defendem tanto o uso do ordinal como do cardinal. O emprego do ordinal, todavia, parece ter maior aceitação e, portanto, deve receber prioridade.


3. Com relação às datas, devo usar AOS, A ou EM?

É facultativo. Assim, posso empregar qualquer uma das três opções. Vejamos algumas situações:


Aos 23 dias de março foi prolatada a sentença.

A 23 de março foi prolatada a sentença.

Em 23 de março foi prolatada a sentença.

No dia 23 de março foi prolatada a sentença.


A reunião dos magistrados ocorreu em 25 de março de 2009.

A reunião dos magistrados ocorreu a 25 de março de 2009.

A reunião dos magistrados ocorreu aos 25 dias de março de 2009.

A reunião dos magistrados ocorreu no dia 25 de março de 2009.


O presidente da República chegou ao Brasil a 15 de janeiro de 2005.

O presidente da República chegou ao Brasil em 15 de janeiro de 2005.

O presidente da República chegou ao Brasil aos 15 dias de janeiro de 2005.

O presidente da República chegou ao Brasil no dia 15 de janeiro de 2005.


4. Os numerais milhares, milhões e bilhões exigem o artigo no masculino e jamais no feminino

Os milhares de mulheres compareceram à passeata. (correto)

As milhares de mulheres compareceram à passeata. (errado)


Os três milhões de árvores plantadas cresceram devagar. (correto)

As três milhões de árvores plantadas cresceram devagar. (errado)


Não há oferta de trabalho para os dois bilhões de pessoas ociosas. (correto)

Não há oferta de trabalho para as duas bilhões de pessoas ociosas. (errado)


5. Na designação de artigos, capítulos e parágrafos, usam-se os ordinais de um a nove e os cardinais de dez em diante

Capítulo VII (sétimo e não sete)

Capítulo X (dez e não décimo)

Artigo IX (nono e não nove)

Artigo X (dez e não décimo)

Parágrafo X (dez e não décimo)

Parágrafo XI (onze e não décimo primeiro)


6. Na designação de papas, séculos e reis, usam-se os ordinais de um a dez e os cardinais de onze em diante


Oficialmente o fim do Império Romano se deu no século V. (século quinto e não século cinco)

A Reforma Protestante e a Contrarreforma ocorreram no século XVI. (século dezesseis e não século décimo sexto)


Pio X e Pio XII foram dois papas da Igreja Católica. (respectivamente Pio décimo e Pio doze)

Dom Pedro II era maçom. (Pedro Segundo)


Usar-se-ão, todavia, os ordinais em frases do tipo:


No décimo quarto século depois do fim do Império Romano nasceu Nietzsche, o filósofo que mais perseguiu o cristianismo.


7. Na designação de páginas de um livro e nos endereços de apartamentos e casas de uma vila usam-se os cardinais

Carla abriu o livro na página 5. (cinco e não quinta)

Carla mora no apartamento 203. Casa 3. (três)


Se o numeral anteceder o substantivo, o ordinal deve ser usado.


Carla abriu o livro na 5ª página. (quinta e não cinco)

Carla abriu o livro na quinta página. (correto)


8. Não se usa o ponto entre os numerais, quando estes designam datas

Hoje é dia 13 de maio de 2010. (correto)

Hoje é dia 13 de maio de 2.010. (errado)


Nos demais casos, o ponto deve ser colocado entre as centenas e milhares, assim:


Ele ganhou R$ 1.250.350,18 de prêmio. (correto)

O juiz de Direito fez menção ao art. 1.184 do Código de Processo Civil. (correto)

O juiz de Direito fez menção ao art. 1184 do Código de Processo Civil. (errado)


João está com 1.120 pontos. (correto)

João está com 1120 pontos. (errado)


9. Uso de sinais gráficos entre as datas

Devo escrever 13/12/2010, 13.12.2010 ou 13-12-2010?


As três situações são aceitas, sendo a primeira a mais indicada.


Consultando o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), percebemos o emprego da barra (como no primeiro exemplo acima) com maior frequência em relação às demais situações. Aliás, só encontramos uma situação em que o segundo caso é utilizado e nenhum exemplo do terceiro.


10. Quantidade de dígitos em relação aos dias, meses e anos

Analisemos as seguintes situações:

a) 7/6/2010

b) 7/06/2010

c) 07/06/2010

d) 07/06/10

e) 07/6/2010

f) 12/6/2010

g) 6/12/2010

Quais das opções acima estão redigidas corretamente?

Na escrita, deve-se escolher a opção “a”. No preenchimento de campos, seja em papéis, seja nos meios eletrônicos, deve-se usar a opção “c” ou a “d”. A explicação se deve pelo fato dos campos existentes nos formulários já conterem dois dígitos para cada data, e, com relação ao campo “ano”, dois ou quatro dígitos.

No preenchimento de carimbos e na aposição manual de datas, é indicado preencher os espaços nos termos da opção “c”, a fim de se evitar fraudes, mesmo sabendo que tal postura força a indicação corrente.


Na digitação em máquinas de escrever e em computadores, deve-se utilizar a opção “a”, quando o momento aprouver. Melhor mesmo é fazer menção ao mês escrevendo o nome, acrescentando-se à frase a preposição deentre o dia e o ano, principalmente quando houver a antecipação de nomes geográficos.

Deste modo, no computador, posso digitar:

O fato aconteceu a 5 de julho de 2010.

O fato aconteceu a 5/7/2010.

Mas devo digitar:

Fortaleza, 5 de julho de 2010. (por causa do nome geográfico, no caso Fortaleza)


11. Uso de sinais gráficos entre a data, o nome geográfico e entre este e a sigla correspondente ao estado ou país

Analisemos as seguintes proposições:

a) ( ) Fortaleza, CE, 6 de maio de 2010.

b) ( ) Fortaleza-CE, 6 de maio de 2010.

c) ( ) Fortaleza/CE, 6 de maio de 2010.

d) ( ) Fortaleza, (CE), 6 de maio de 2010.

e) ( ) Fortaleza (CE), 6 de maio de 2010.

Quais das proposições podem ser consideradas aceitas, levando em conta o uso do sinal gráfico entre a data, o nome geográfico por extenso e a sigla do Estado?

Há uma Norma Técnica da ABNT, a NBR-6023, sobre referências bibliográficas, que recomenda o acréscimo da sigla do Estado após o nome da cidade em duas situações:

1) Na referência a livros, periódicos, congressos, simpósios, palestras, eventos em geral,  quando houver mais de uma cidade com o mesmo nome. Por exemplo, Valença, nome de cidade do Piauí, da Bahia e do Rio de Janeiro.

2) Em publicações oficiais, como o Diário Oficial (Brasília, DF). Nestes casos, a sigla é separada da cidade e do local por uma vírgula, o que faz com que a opção “a” seja a verdadeira.

Em que pese tal norma, lendo o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (que faz silêncio em relação à normatização do que está sendo questionado aqui), veem-se, em seu corpo, dois exemplos distintos, um assinado em 1998 pelo então presidente da ABL, em cujo texto ele diz Teresópolis (RJ), ao passo que o outro texto diz Seara-SC, de modo que somos levados a acreditar que as três formas são aceitas.

Assim, ponderamos que as opções “a”, “b” e “e” são aceitáveis.

OBSERVAÇÃO: O emprego da sigla do Estado deve ser evitado em documentos oficiais, até porque no cabeçalho da folha deve conter o nome do Estado. Assim, ao se redigir uma sentença, na qual aparece no cabeçalho o nome ESTADO DO CEARÁ, no espaço destinado à data escreva-se, por exemplo, Fortaleza, 13 de maio de 2010. Tratando-se de uma petição de advogado, é facultativa a inserção da sigla CE, sendo recomendada a sua ausência, a menos que haja outra cidade com o mesmo nome.

Observação à parte: Há situações que exigem somente o travessão, como nos exemplos seguintes:

O PT-CE e o PSDB-RS se reuniram sábado passado.

O reitor da PUC-SP decidirá sobre o acontecido.

12. Uso do sinal gráfico separador dos valores extremos de uma série

É comum, na escrita, a utilização da barra (/) para separar valores que se encontram em posições extremas numa série. Assim, é comum encontrar a fls. 5/12.

Tal construção não corresponde à erudição pretendida na redação oficial de documentos, porque o sinal gráfico indicado é a meia-risca (–), que, no teclado, pode ser obtido a partir do atalho Alt + 0150, ao passo que o travessão se acha por meio do atalho Alt + 0151.

Assim, devo dizer:

Conforme a sentença prolatada a fls. 5–12.

O mesmo raciocínio vale para:

Leia-se o Manual de Português, itens A–Z. (e não itens A/Z)


para saber mais:

http://portuguesdidatico.blogspot.com/2011/08/as-diversas-formas-dos-numerais-serem.html 

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